Cap 1

535 Words
Dante Não, nunca que o CDD ficou no silêncio, no sossego, como comandante da comunidade curtindo lua de mel pelo resto da vida, afinal, a gente tá falando da comunidade mais barra pesada do Rio de Janeiro, mas eu dou conta, sempre dei Também não posso falar que o meu "dar conta" é na base da conversa, se fosse assim eu não tinha o respeito que tenho hoje, mas enfim . . . Já se passaram dois anos daquele fatídico dia, o dia que movi o mundo pra poder ter a minha Sol de volta, o dia que fodi com o universo, só pra poder ter o olhar da minha n**a de novo e não me arrependo, só que aquilo teve consequências Não, por favor, me deixa em paz, não toque em mim, por favor Tem noite que a escuridão fica muito mais intensa que outras na cabeça da Sol, por mais que ela tentasse, aquelas memórias ainda a assombravam, por mais que a gente tivesse ali, tanto eu como a Lê, o Pezão e o carai a quatro, dissesse que nada é nem ninguém ia tocar nela de novo, aqueles malditos sonhos apareciam Tivemos que deixar o tempo se o curador de tudo, só ele mesmo . . . Dois anos, já se passaram a p***a de dois anos, meu bacuri, um menino mó bonitão que a gente colocou o nome de JP, já até nasceu, tá dando os seus primeiros passos e mesmo assim, nem isso conseguiu apagar aquela maldita venda, aquele maldito leilão, aquele maldito barco, mas a vida tá seguindo, ela tem que seguir A Lê tá lá, toda acabada, correndo atrás de duas crianças, a Raquel e o Thomas, que nem completaram dois anos ainda, mas valem muito mais que um time de futebol pela bagunça que fazem. Bem feito, agora tanto pai como mãe vão saber o trabalho que dão, porque aqueles ali . . . tão pagando todos os pecados que cometeram no mundo Quer ver a mina ficar cabreira? E só falar que aquela agitação toda é sinal de saúde, mano do céu, é olhar quarenta e três fulminante na certa, ela que sabe o tamanho daquela saúde toda guardada naqueles corpinhos miúdos ela e o CDD inteiro. Aprendi até a rezar pra agradecer o sossego do Bento Seria cômico se não fosse trágico, acho que foi a primeira vez que vi a Lê baqueada e o Killer sem saber o que fazer por ver a sua muralha, o seu porto seguro, completamente perdido E foi por causa disso que eu decidi contratar uma mina da comunidade ora ajudar a cuidar desses meus sobrinhos, eu não conhecia ela direito, nem de onde tinha vindo ao certo, só sei que veio corrida lá do Oriente Médio junto com a mãe e o irmão mais novo, se cagando por causa das guerras que tinha lá e que eu só conhecia pela televisão, achei que tava fazendo um bom negócio dando oportunidade dos dois irmãos levarem dinheiro pra dentro de casa, comida boa pra colocar na mesa e aconchego pra passar os dias Se eu soubesse o que eles significavam de verdade, jamais eu tinha deixado eles de aproximarem, jamais
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