Caio Narrando Acordei sem saber se era dia, noite ou se eu tinha morrido e voltado. A cabeça latejava. O corpo parecia que tinha passado por um rolo compressor. E a alma… a alma já não tinha mais. Tava em pedaço. A imagem dela descendo aquela escada com a sacola na mão, com o olhar de quem me odiava… não saía da p***a da minha cabeça. Levantei da cama com um gosto amargo na boca. Passei a mão no rosto inchado. A cara arrebentada. A marca dos socos do Japona ali estampada pra quem quisesse ver. Desci as escadas devagar. O cheiro de café já subia. Minha mãe, meu pai e minha irmã estavam na cozinha, sentados na mesa. Silêncio. Um silêncio que grita. Que corta. Que pesa mais que qualquer porrada que eu já levei na vida. Quando entrei, a Bruna foi a primeira a abrir a boca. A

