MANUELLE NARRANDO Acordei com a luz da rua invadindo o quarto devagarinho pelas frestas da cortina. O ar tava morno, abafado, o ventilador de teto rodando preguiçoso, quase sem fazer vento. Pisquei os olhos devagar, meio perdida, até entender onde eu tava. O corpo dele tava colado no meu. Literalmente grudado. Braço pesado por cima da minha barriga, uma das pernas dele enroscada na minha, e o rosto… encostado bem no meu pescoço. A respiração dele quente, mansa, como se estivesse num sono profundo e gostoso. Meu coração deu uma apertada ali. Um aperto estranho, sabe? Misturado com um pouco de culpa, um pouco de raiva e até… carinho. Carinho que eu não queria sentir, mas sentia. Eu conhecia aquele cheiro dele, aquele calor, aquela paz de estar nos braços dele depois do caos. Só que eu tam

