EManuelle Narrando Quando o avião pousou em São Paulo, meu peito já tava meio travado. Era estranho… era como se uma parte de mim tivesse ficado lá atrás, no Salgueiro. Mas ao mesmo tempo, eu sabia que era aqui que eu precisava estar agora. Peguei minhas coisas no bagageiro, segurei a mala com força e fui andando pelo corredor. Cada passo que eu dava parecia pesar mais. Não era medo… era o peso do recomeço. Saí do avião com o coração acelerado. Aeroporto gigante, gente pra todo lado, aquele cheiro de café misturado com perfume de gente rica. Respirei fundo. — Bora, Manu… tu não veio até aqui pra travar agora. — pensei. Peguei o celular e vi que a Melissa tinha mandado mensagem. “Tô te esperando aqui na saída, irmãzinha. Vem logo!” Sorri. Porra, fazia tempo que eu não via ela.

