Caio Narrando — Eu vou ser pai. A frase sai da minha boca e eu mesmo não sei como reagir. Não é felicidade, não é orgulho… é um bagulho estranho. Um aperto no peito, uma mistura de raiva e confusão que me deixa tonto. E o pior: eu nem sei se isso é real mesmo. Porque a vida é f**a, né? Quando a gente acha que tá começando a entender o que sente, que tá se ajeitando no que sobrou… ela vem e taca outra bomba no colo da gente. Tudo começou há três dias. Eu tava na calçada da boca, sentado na cadeira de plástico, com a perna cruzada, segurando o fuzil entre os joelhos e a mente longe. O Piloto tinha ido pegar uns energéticos na vendinha, e eu tava ali, só no automático. Sem vontade de dar risada, de falar merda, sem vontade de meter o louco com ninguém. Era só silêncio e pensamento. Foi

