Piloto Narrando Virei a noite na boca. Literalmente. Olhei no relógio, era tipo seis da manhã e eu ainda tava de pé, com o fuzil na mão, escorado na parede do beco, vendo o movimento morrer aos poucos. Já tava tudo limpo, plantão trocado, molecada na responsa. Mas é isso, né? Vida de vagabundo é assim. Foi a vida que eu escolhi, p***a. Sem choro. Quando o primeiro raio de sol bateu na laje da laje, dei um salve no moleque do turno das seis, passei a responsa e desci pro meu canto. O corpo cansado, mas a mente pilhada. Cheguei em casa, tirei a camisa, acendi um baseado e fui direto pra cozinha. Fiz um pão prensado com queijo e mortadela, comi encostado no balcão, escutando o silêncio que só a favela tem de manhã cedo, antes do mundo começar a gritar de novo. Depois, deitei no sofá mesm

