Manu Narrando Eu não sei se foi o silêncio do quarto, o calor bom do corpo dele tão perto do meu, ou o fato de que fazia meses — meses — que eu não me permitia sentir nada por ninguém. Mas naquela noite… alguma coisa mudou. A presença do Willian me invadia devagar, como quem não quer assustar. Ele tava ali do meu lado, deitado na minha cama, sem tocar mais do que o necessário, mas com o olhar dizendo tudo o que a boca ainda não tinha coragem de dizer. Era engraçado como, mesmo sem prometer nada, ele já me oferecia tanto. Paz. Companhia. Uma leveza que eu nem sabia que existia mais dentro de mim. Desde que eu saí do Salgueiro, com o coração em pedaços e a cabeça cheia de planos, eu me fechei. Não queria saber de homem, de sentimento, de romance. Era só eu, meu recomeço e o caminho que eu

