Capitulo 2

2186 Words
Capitulo 2  Fico olhando pasma para a janela. Lucas dá meia volta e vai embora. Os outros saem pouco a pouco, sobrando apenas eu, Bruna, seu irmão e Nicolas.  -Quer ajuda?-Ela pergunta.  Respiro fundo.  Pego uma tesoura no meu estojo e corto a alça dá minha mochila nova dá Louis Vuitton. Ela está livre.  -Preciso de ajuda apenas para me vingar.-Digo passando por eles.  Ouço passos atrás de mim e uma mão toca meu ombro. É Nícolas.  -Eu não faria isso, o Lucas é....-Então ele olha pro melhor amigo pedindo ajuda.  -O Lucas é teimoso, se você se vingar, isso nunca vai acabar pra ele.-O melhor amigo diz.  -Ele não tem medo das consequências,  ele vai fazer o que tiver que fazer pra se vingar.-Bruna completa.  Me viro para eles.  -Vocês podem conhecer o Lucas, mas não me conhecem. Ele mexeu com a garota errada.-Saio andando e dessa vez não ouço os passos.  Mas que m***a. Quem esse garoto pensa que é? Eu não vou deixar barato.  Quando saio, minha mãe já está me esperando. Entro no carro emburrada e escondo a alça cortada dá minha bolsa.  -Como foi o primeiro dia?-Ela pergunta.  -Legal.-Digo olhando pela janela.  Nicolas, Bruna e seu irmão saem do colégio agora. Nicolas entra em um carro, mas os irmãos seguem até a parada de ônibus.  Quando chego em casa, não me surpreendo com a bagunça. O chão dá sala tá molhado, o que significa que tinha gente na piscina e de acordo com as malas no canto, tem gente aqui.  -Julinha!-Minha tia diz.  -Oi, tia Fátima!-Digo dando um abraço na minha tia. Ela é uma mulher robusta e gentil.  Num município próximo daqui, mora toda a família do meu pai. Meus pais vão regularmente visita-los todos os meses, mas as vezes, são eles que vem até aqui.  E se tia Fátima está aqui, todos seus oito cansativos filhos também estão.  -Julinha!-Diz o coral de primos e primas.  4 meninas e 4 meninos. Ainda tento entender como minha tia tem disposição pra cuidar de todos eles.  As mais velhas são as gêmeas de 12. Os trigêmeos vêm em segundo com 6, e os outros te idades alternadas de 5, 4 e 2.  Todos molhados e sorridentes. Cumprimento cada um e vou direto pro meu quarto. Não é que eu não goste de criança. Eu amo crianças, minha irmã é minha vida, mas eu gosto delas ainda mais quando estão longe das minhas coisas.  Passo à noite planejando uma vingança, mas minha mente sempre vagueia para as pessoas que conheci hoje. Bruna parece realmente legal e Nicolas também.  Acabou que não pensei em nada.  ❣ ❣ ❣ ❣ ❣ ❣  -Meu Deus do céu, já é uma hora!-Digo enxaguando a boca e guardando a escova de dentes. -Mae! Por que não me avisou?  -Quem vai à escola é você, não eu.-Ela diz simplesmente.  Passo dois segundos olhando incrédula para ela antes de pegar minha mochila rasgada e correr pro carro à apressando.  Em poucos minutos chego à escola. Não sei como é aqui, mas na minha antiga escola, chegar atrasado era motivo para advertência e ainda perderia a primeira aula.  Eu mesma frequentei poucas aulas do primeiro horário.  O porteiro finge que nem me vê. Continuo andando. Todos funcionários dá escola parecem achar isso a coisa mais normal do mundo. Vai ver aqui não tem muitas exigências sobre horários.  Entro na minha sala. Estão todos incrivelmente quietos. Todos os olhos se voltam para mim e depois para o professor baixinho que parece estar ensinando física.  -Com licença.-Digo e vou até minha cadeira.  -Desculpa, o que disse?-O professor diz com um grande sorriso.  -Eu disse com licença.-Falo gentilmente.  Ele ainda sorri.  -Toda! A sala é sua, afinal você pode chegar a hora que quer. Conte-nos sobre seu atraso.-Ele diz sorrindo.  Minhas mãos soam. Olho para Bruna em busca de apoio, mas ela me olha com pena.  -Eu perdi o horário.-Falo baixinho.  -Ah, você perdeu o horário. Que conveniente. Vamos fazer assim, você vai pegar sua cadeira, colocar ali em frente aquele relógio e...o Augusto que está rindo pode se voluntariar para lhe ajudar a encontrar essas horas que você perdeu.  Eu fico o encarando. Ele realmente está falando sério? E quem diabos é Augusto? Quem se chama Augusto hoje em dia?  Então o irmão da Bruna se levanta.  -Não esquece o caderno, Guto.-Nicolas diz.  Então ele é o Augusto. Bom, se ele está indo, não vou desobedecer a esse professor doido.  Pego minha cadeira e arrasto até a frente do relógio de parede. Logo, o tal Augusto senta ao meu lado.  -Que barra.-Ele diz.  Então lembro porque ele está aqui.  -Você riu de mim.-Falo baixinho.  Ele ri.  -Foi m*l, o professor Wesley é engraçado, mas também é louco. -Ele diz.-A gente nunca se apresentou. Eu sou o Guto.  -Julia. Mas você já sabe disso.-Olho pra trás.-Lucas tá se divertindo com isso.  Ele olha para Lucas também. Ele e Nicolas riem olhando para mim e Guto.  -O Lucas é um b****a. Mas é amigo, a gente não pode abandonar.  -Não consigo imaginar alguém b****a que não possa ser abandonado.-Falo.  -É complicado.-Ele diz.-Ei, meu amigo Nick ali, tá louco por você, dá uma chance pro cara?  Fico surpresa. Ele é bem direto.  -Não sei, não. m*l conheço ele.-Respondo já corando.  -É daí? Estamos falando de uns pegas, não de namoro...Seguinte, sábado agora vamos bater um play na casa dele, as meninas também vão, bora?  Olho para Nicolas. Ele me conquistou no primeiro momento, talvez não seja tão r**m.  -É, pode ser.-Falo.  Eu realmente gostaria de conhecer Nicolas melhor. Eu não sei explicar, ele tem algo no olhar que me prende.  -Te passo o endereço depois.-Guto diz e sorri para mim.  Depois de todo o show do professor, logo chegou o intervalo. Sentamos todos na mesma mesa de ontem. Observando, posso ver que esse é o maior grupo. Talvez seja uma espécie de panelinha.  -Guto me falou que convidou você pra bater um play.-Nicolas diz ao meu lado.  Seus olhos estão fixos nos meus. Eu m*l o conheço, mas essa sua proximidade faz minhas pernas fraquejarem. Se eu não estivesse sentada, não sei o que aconteceria.  -Ah, é. Se não tiver nenhum problema.  -Que nada.-Ele dá um sorriso.  Então do nada começa tocar uma música e percebo que vem do celular de um dos meninos.  É um funk que está bombando ultimamente. Os meninos se levantam e começam a dançar uma coreografia engraçada que eles próprios fizeram. Nicolas e Guto dançam igual. Todo o refeitório olha pra eles. Todos estão rindo, mas não estão surpresos, como se fosse normal esse tipo de coisa vindo deles.  E logo vem a cantoria.  Logo terminou o intervalo e voltamos a sala. A professora de Geografia passou um trabalho em grupo e fiquei com Bruna, Lola e Nanda.  Eles até são legais, mas Lola não foi muito com minha cara e me exclui das conversas de vez em quando.  -Vocês também vão a casa de Nicolas no sábado?-Sussurro para Bruna.  -Ah, eles te chamaram? Qual deles querem te pegar?-Nanda, que ouviu a conversa, diz.  Eu gaguejo.  -Ahn... Nenhum deles.  Elas se olham e dão risadinhas.  -Nick.-Nanda e Lola dizem juntas.  -Eu aposto no Guto, meu irmão é um Chuck Bass, vocês que não veem.-Bruna diz.  -Bom, eu aposto que ela vai pegar o Nick.-Nanda diz.  Levanto as sobrancelhas.  -Dez reais que até o final do ano, vai ser o Guto.-Bruna diz.  Lola sorri.  -Vintão que ela pega os dois até o final do ano.-Lola diz.  Onde eu vim parar. Eu sou totalmente contra pegar dois garotos do mesmo ciclo de amigos.  -Mas é pegar pegar, ou pegar PEGAR?-Nanda pergunta.  -Pegar PEGAR.-Lola e Bruna dizem juntas.  -Então se for assim, estão apostando dinheiro atoa.-Falo.  Elas olham para mim por alguns segundos.  -Você é...?-Lola pergunta é balanço a cabeça.  -p***a, quero mudar a aposta, também acho que vão ser os dois!-Nanda diz.  Olho para ela incrédula. Quem ela acha que sou?  Deixo elas conversando e vou jogar alguns papéis no lixo. No caminho passo por Nick, Guto e Lucas. Consigo ouvir a conversa deles.  -Nossa, olha esse corpo, mano, que mina gostosa!-Guto diz olhando pro celular.  -Ela não é lá essas coisas.-Nick diz.  -Ta brincando? Olha essa mina, eu comia ela de tudo quanto é jeito, de quatro ela deve ser sensacional!-Guto completa.  Os três riem. Que m***a de personalidade que esse Guto tem.  Volto ao grupo. Fazemos o trabalho rápido. Tínhamos que decorar trechos do livro e apresentar para a turma. Não sou muito boa de decorar, mas eu tento.  De vez em quando eu olho pro grupo dos meninos. Eles nem abriram os livros.  A professora chama os grupos para apresentarem e eles abrem os livros para decorar suas partes. Vai uma galera que não converso primeiro, e em minutos, são eles. Suas caras são de derrota.  Lucas lê sua fala toda. Ainda diz algumas palavras erradas. Guto também lê, mas baixinho. Mas Nick não. Nick recita sua fala imensa sem nem olhar para o livro, o que é impossível pois ele passou m*l cinco minutos decorando.  Ficou bem claro quem ganhou a nota máxima dos três.  Logo é o meu grupo e eu leio e falo as partes que decorei. As meninas apenas leem.  No final dá aula quando estou prestes a entrar no carro dá minha mãe, Bruna aparece atrás de mim.  -Estamos indo tomar sorvete, que ir? É aqui perto.-Ela acena para minha mãe e olha para mim.  Atrás dela está Nanda, Lola, Lucas, Guto, Nick e um garoto gordinho que fica conosco no intervalo.  Olho para minha mãe.  -Vou mais tarde.-Digo a ela.  -Não acredito que vim até aqui pra nada.-Ela diz e sai cantando pneu.  Vamos todos até a sorveteria. Ando ao lado de Bruna e até conversarmos sobre o que queremos no futuro. Como eu, ela sonha com uma viagem.  Meu sonho sempre foi juntar aquele grupo de amigos top, entrar num carro e ir sem preocupações pra alguma cidade bem longe daqui. Sem estresse, sem ninguém pra mandar na gente.  Apenas um bando de jovens em um carro.  Na frente, Nick subiu nas costas do garoto gordinho e Guto subiu nas costas de Lucas e eles estão apostando corrida.  Lucas ainda me olha torto e eu o olho pior. Se ele acha que esqueci, está muito enganado.  Chegamos à sorveteria e Bruna me puxa no canto.  -Só pra avisar que o pessoal vai te testar pra saber se você tá apta pra ficar com a nossa galera.-Ela diz e sai.  Como assim? Que tipo de teste será esse?  Entro na sorveteria e os garotos já estão pedindo as maiores taças de sorvete que encontram.  Que tipo de gente faz teste pra andar com a galera? Eles não são tão especiais assim.  Peço um sundae e me sento. Não tem uma mesa grande o suficiente pra nós todos, então os garotos sentam separado dá gente.  Quando estamos todos com nosso sorvete, a conversa começa a fluir.  -O que vão fazer no carnaval?-Lola pergunta.  -Eu vou fazer o de sempre. Churrasco na casa do Nick.-Bruna diz revirando os olhos.  -Não entendo por que você tem que tá na sombra do seu irmão.-Nanda diz.  -Você sabe porque, desde que repeti o ano, Guto tem sido o filho perfeito e eu tenho que me espelhar nele.-Ela diz.  De fato, desde que conheci Bruna, sempre passou pela minha cabeça o fato de ela e o irmão estudarem juntos. Os dois com certeza não são gêmeos, então as idades são diferentes.  -Repetiu que ano?-Pergunto.  -O primeiro.- Ela diz fazendo careta.  Na outra mesa, as risadas são altas.  -Eu vou no banheiro.-Lola diz.  Ela se levanta e a nossa mesa fica em silêncio. Tão silêncio que é possível ouvir a conversa dos garotos.  -...Não vejo a hora de comer essa menina, ela já tá aqui na minha mão, depois disso eu dou aquele fora maroto nela e vou pra cima dá irmã dela que é outra gostosa.-É a voz de Guto.  -E é por isso que você não conhece minha irmã e nunca vai conhecer.-O garoto gordinho diz.  -Ah, Fabíola! Eu ainda não acredito que nos conhecemos há dois anos e você nunca me deixou nem ver uma foto dela.-Guto choraminga.  -Eu já vi...Cara, coisa de outro mundo.-Lucas diz pensativo.  -Uma vez, eu vi ela dentro do carro. Consegui ver só a silhueta na janela, mas foi incrível.-Nick diz.  -Ah meu Deus! Parem com isso! Eu tô te falando, Edson, o dia que o pai aqui encontrar sua irmã, vai virar feriado!-Guto diz e todos se acabam de rir.  Por que Guto se porta dessa maneira? Ele é bonito, mas também não é lá essas coisas de perfeito. Ele tem tanta segurança que é até engraçado e desprezível ao mesmo tempo.  -Eles já tão falando dá Fabíola de novo.-Nanda diz rindo.  -Ela realmente é bonita?-Pergunto.  -Fabíola é inventada. Nick deu a ideia. O Guto sempre consegue a garota que quer, ele tem esse mel que ninguém entende, então criamos a garota perfeita que ele nunca conseguiria pegar, só pra deixar ele louco.-Bruna explica.  -E tá dando certo.-Nanda completa.  Ouço o barulho de uma cadeira arrastando.  -Escuta, Júlia, posso falar com você ali rapidinho?-Guto diz ao meu lado.  Fico alguns segundos sem reação. Estávamos falando dele não faz nem dez segundos.  -Ahn...Tá.-Me levanto e sigo ele até um canto. Ao lado onde ficam diversos funcionários. -O que?  Ele chega perto de mim. Muito perto. OK. Agora está assustador. Seus lábios estão a centímetros dos meus.  -Ahn...Guto?-Digo mas ele me agarra pela cintura colando nossos corpos e perco a fala.  -Eu não acredito no que tô vendo!-Lola grita atrás de nós.  Ela me empurrar para longe de Guto e caio nos braços de Nick.  -Que p***a é essa?!-Ele grita também atraindo atenção de todos os funcionários e clientes do lugar.  Onde eu fui me meter? 
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