Reencontro

4318 Words
Pov Camila Cabello Eu sabia que tinha algo errado, graças à conexão mental que tinha com meu irmão, senti que ele estava com problemas. Por sorte estava a algumas cidades próxima de onde ele se encontrava. Sei que ele poderia tomar conta do que quer que fosse, mas não deixaria ele se divertir sozinho. Há décadas que não vejo Chris. Não tem maneira melhor de nos reencontrarmos como em uma diversão em família juntos depois de tanto tempo. Sorri com a ideia. Estava escuro então não precisaria me preocupar com algum humano ver alguma briga sobrenatural, a não ser que meu irmão estivesse em um local público. O que seria impossível sendo que ele sempre era cuidadoso. Em apenas alguns minutos estaria ao seu lado. Corri todo o trajeto e estava quase chegando perto dele, quando senti cheiros de vampiros. O mais próxima possível corri sem ser percebida por ninguém, como tinha imaginado meu irmão estava longe dos olhos dos humanos, seu cheiro seguia em direção aos becos mais à frente. Verifiquei a mente de todos ali e no total se encontravam sete vampiros. “Então finalmente nos encontramos irmãzinha. Achei que nunca mais me visitaria!” Escutei sua voz irônica em minha mente. “Não seja t**o!” revirei os olhos. “Nada mais emocionante que uma diversão em família para nos reencontrarmos.” - respondi entre pensamentos. “Claro, porque não aparece logo? já faz um minuto que senti sua presença.” “Não consegue dar conta sozinho, irmãozinho?” questionei debochada. Ele bufou através de sua mente. “Está bem, no momento certo estarei aí. Me diga no que se meteu?” Enquanto eu subia o prédio da rua onde todos se encontravam, meu irmão foi passando tudo o que ele e os vampiros conversaram até agora. Christopher sentiu a presença deles quando saiu do restaurante, então resolveu ir a pé e foi se afastando das ruas movimentadas, e agora ele estava aqui, com eles. Fiquei curiosa com os motivos dos vampiros quererem-no. Para não saberem que eu estava ali, bloqueei minha presença através de suas mentes, não que eu ficasse invisível, mas eles não me escutariam ou sentiriam meu cheiro. Aproximei na lateral do terraço do prédio e observei todos lá em baixo. Meu irmão não tinha mudado nada desde a última vez que nos vimos. Ele tinha os olhos que mudavam do castanho para o verde, um tom quase iguais aos meus. Seu cabelo igualmente castanho era liso e jogado para o lado, a diferença dos nossos cabelos é que do meu irmão eram completamente lisos e o meu eram lisos e ondulados nas pontas. Hunpf, ele ainda não tirou aquela franja de lado que parecia até aquele cantorzinho que as crianças tanto adoram. Seu tipo físico era perfeito. Alto, magro e músculos bem visíveis. - O que foi cachorro? O gato comeu sua língua? – Respondeu um vampiro de aparência magra, mas bem alto tinha olhos vermelhos e cabelos loiros. Todos ali deram risada enquanto meu irmão olhava tudo entediado. Agora que eu estava ali, ele não precisaria mais se preocupar com estratégias para tirar as respostas do por que os vampiros quererem ele. - Seja bonzinho e nos acompanhe, prometemos não te machucar tanto. E não faça nenhuma gracinha hoje não é lua cheia! – Respondeu uma mulher também de cabelos loiros curtos até o pescoço. Ela era alta e linda assim como os vampiros. Os olhos vermelhos dela brilhavam em divertimento. - Faremos um acordo, que tal? Vocês me contam o que querem de mim e eu deixo vocês irem embora. Menos aquele dali. – Ele apontou para um vampiro e o olhei pela primeira vez e mesmo sendo o que era. Era feio demais. – Por ele ser horroroso demais, credo vampiros assim não merecem existir, acabam com sua fama de fada do campo. "i****a" Mas não pude aguentar e gargalhei com suas palavras. Realmente ele não perdia uma oportunidade para tirar com os outros. O vampiro feioso se enfureceu e tentou ir para cima de meu irmão, mas foi impedido pelos vampiros do seu lado. - Me soltem deixa eu acabar com a raça desse pulguento. – Ele se debatia nos braços de dois vampiros. – Ele vai pagar com o que disse. - Calma Kevin, vamos levar ele ao nosso chefe. – Respondeu um vampiro tentando tranquiliza-lo. – Depois que ele não for mais útil, você pode matá-lo. Nesse momento capitei em seus pensamentos que o chefe deles era um rapaz alto e magro com músculos definidos e cabelos castanhos. Tinha os olhos sérios, provavelmente para passar um ar superior aos seus subordinados. Mas nenhum deles ali sabia o por quê dele querer o lobisomem, eles apenas receberam a ondem e estão cumprindo-as. Não passavam de recém-criados, não tinham nem três anos de vida. Realmente isso seria fácil demais, bufei indignada. Porém algo me chamou a atenção observei dois deles e vi que tinham dons um deles era o Kevin sua aparência era uma forma de proteção para ele. O vampiro que o visse não se importaria com ele, afinal não tinha bem a aparência de um vampiro, a não ser que sentissem seu cheiro ou olhassem em seus olhos e vissem o vermelho, mas que poderia facilmente ser escondido com lentes ou óculos. O outro vampiro era interessante ele tinha um sexto sentido sabia que algo estava estranho no ar, mas não sabia o que era. Ele se permaneceu quieto o tempo todo, apenas observando. Talvez com esse eu fosse me divertir. Um sorriso surgiu em meus lábios. - Vou torturar você até a morte, vou fazer sofrer bastante e você vai implorar para que eu te mate, mas vou te dar uma morte lenta e dolorosa seu desgraçado. – Respondeu o feioso. “Irmão, eles não sabem de nada. São apenas recém-criados nem dará para nos divertir.” respondi chateada. Torci tanto para ter alguém experiente, mas nada. Fazer o que, teria que me contentar com eles. - Sabe... Fiquei curioso, nunca imaginei que lobisomens existissem. – Afirmou um vampiro. - Não existem muitos mesmo. Foram quase extintos por não saberem se controlar durante a transformação. Séculos atrás, havia lobisomens que não se afastavam muito das cidades em dia de lua cheia e com isso acabavam matando as pessoas que surgiam em seus caminhos. Eles não conseguem se controlar e nem raciocinar quando transformados. Seus ataques estavam começando a expor nosso mundo e destruindo centenas de vilarejos, então muitos vampiros se aliaram para acabar com os lobisomens. Na época os Estrabao mataram realmente porque temiam nossa exposição e a devastação, em relação a eles eu e meu irmão estávamos cientes de todos os seus passos, nada escapou de nossos olhos. O problema é que estávamos tão concentrados nos Estrabao que não percebemos vários vampiros nômades ou clãs que aproveitarem a oportunidade para matarem os lobisomens pelo mundo. Já que os Estrabao estavam eliminando, os vampiros acharam que ninguém iria suspeitar das mortes dos lobisomens que estavam por trás, o que acarretou quase a extinção dos lobos. Só que poucos sabem sobre mim e meu irmão, então quando descobrimos todos tiveram que enfrentar a nossa fúria e acabamos com todos aqueles vampiros de merda. - Pelo jeito que falou, por acaso sabe se controlar? – Perguntou debochado. - Mais é claro, sou tão controlado que serei eu quem vou acabar com vocês. – Respondeu meu irmão estalando os dedos e o pescoço. - Isso é o que veremos. – Respondeu outro vampiro. Antes que começasse a luta, deixei-os sentir minha presença e pulei alguns metros ao lado deles. Todos ali pararam a luta que começaria e viraram em minha direção. Eu mantive uma expressão séria observando todos. Os vampiros se deslumbraram e se assustaram com a minha aparência, enquanto as vampiras me olhavam com uma pontada de inveja. Não que eu seja vaidosa, mas por eu ser quem eu sou tenho algumas vantagens ou desvantagens, já que não gosto de chamar a atenção. Eles com certeza se deslumbram com a minha beleza além do comum e se assustaram com a cor dos meus olhos que ao invés de serem vermelhos como de todos, eles eram castanho cor de chocolate. Mas isso não se aplicava totalmente à mim.. Haviam exceções, só eram raras, mas já havia ouvido falar sobre olhos verdes também. Sou extremamente grata por continuar com a mesma cor dos meus olhos iguais de quando era humana mesmo depois de ter me tornado vampira. Eu podia sair por ai sem as pessoas desconfiarem, porque realmente não dá para se passar por despercebida no meio dos humanos com olhos vermelhos. Por mais que eu não gostasse de atenção, não liguei para seus olhares já estava acostumada com isso, nos lugares que eu passava humanos ou vampiros sempre se impressionavam. Os lobisomens que já vi também, mas por ser vampira logo esqueciam esse fato e seus instintos falavam mais alto. - Ora, ora o que uma vampira linda como você faz por aqui? – Falou o loiro. Meu irmão ciumento rosnou na hora e os vampiros o encaram. i****a, Christopher iria acabar com a graça antes da hora. Encarei-o séria e o mesmo bufou e resmungou alguma coisa desconexa. - O que foi cachorro? - Estou impaciente por pararem a luta com a presença dela. – Ele apontou o dedo na minha direção. - Não vamos ser rude como uma dama tão bela. – O vampiro loiro voltou à atenção para mim. – Prazer meu nome é Jonas Went. - Prazer meu nome é Camila Cabello. – Me apresentei sorrindo amigável. - Não querendo ser grossa, - Mas já sendo, pensei comigo mesma. - Mas não respondeu a pergunta do Jonny? O que está fazendo aqui? – Uma vampira de cabelos pretos compridos e baixinha falou com a voz azeda. Arqueei uma sobrancelha em sua direção. Pelo seu tom de voz ela nutria sentimentos por ele. Que pena não ter a chance de dizer isso a ele, pois até antes do amanhecer, todos iriam morrer. - Não que seja da sua conta. – Comecei a dizer e ela rosnou. Pela visão periférica vi meu irmão se segurando para não gargalhar. Se ele estragasse tudo agora eu vou espancar ele. – Mas eu tenho assuntos importantes para tratar com aquele dali. – Acenei com a cabeça para meu irmão. - Desculpe pela Ana, mas poderia nos responder? Foi Peter que te mandou atrás dele também? Fiz cara de pensativa enquanto me aproximava deles. Agora eu sabia o nome do líder, que idiotas nem sabem fechar a boca. - Vamos, responda vampira. – Exigiu a vampira loira. Irritada com minha presença. – É por isso que está aqui? - Então Peter é o nome do líder de vocês? – Ignorei a pergunta da vampira sem graça. Nenhum vampiro respondeu. Acho que agora perceberam que eu não estava ali pelo mesmo motivo que eles. - Vamos, responda! Se não matamos vocês aqui mesmo! – Que saco, eles só sabem dizer isso? Todos estavam confiantes que acabariam facilmente comigo e os vampiros satisfeitos em se divertir com meu corpo. Revirei os olhos. - Eu estou aqui para resolver assuntos de família com meu irmão. Os vampiros se olhavam querendo saber quem era meu irmão. Lerdos! Isso é o que eram, acabei de dizer que vim atrás do lobisomem e eles não se tocaram que meu irmão e o lobisomem era a mesma pessoa. Repito, Lerdos! Jonas me encarou com duvida. - E quem seria o seu ... – Ele deixou a sua frase no ar, quando arregalou os olhos. – Impossível! Ele encarou o meu irmão que estava com um sorriso divertido no rosto. - Finalmente se tocaram. – Chris me encarou agora com seus olhos brilhantes. – Como vai irmã? Corri até o seu lado. - Desde a hora que cheguei, só agora que pergunta se estou bem? – Bufei, meu irmão não tinha jeito mesmo. – Porém sim, eu estou bem, obrigada! Todos a nossa volta estavam em choques. Olhando assustados de mim para meu irmão. - Isso é impossível, vocês não podem ser irmãos. Vocês... vocês. – Porém nada saiu da sua boca. Eu e meu irmão que estávamos de lado para eles até agora, nos viramos de frente e os encaramos sérios. Pude perceber que tinha o dom do sexto-sentido, deu um passo para trás hesitante. Ele viu o perigo que estava por aqui e procurava um meio de conseguir fugir. Não o deixaria fugir, não mesmo. - Bem, é hora de vocês morrerem, já que não aceitaram minha opção alguns minutos atrás. – Meu irmão falou animado. – Mila qual você vai pegar? - Hum... – Olhei em direção dos vampiros que saíram do choque e entravam em posição de ataque. – Vou pegar os quatro da esquerda. – Eles rosnaram para nós dois. - Não! – Olhei para meu irmão com a sobrancelha erguida e ele continuou. – Aquele feioso é meu, por ser um bicho feio que dói e o Jonas também já que ele deu em cima de você. – É meu irmão estava com ciúmes de novo. - Por que pediu para eu escolher? Se decidiu antes quem matará. – Ele apenas deu de ombros e eu rolei os olhos com sua atitude. Os vampiros nos olhavam chocados, realmente não esperavam essa atitude de nós dois, mas logo se recompuseram. Mostrei para o meu irmão pela mente os dois de trás que eu iria pegar. - Nós somos sete e vocês apenas dois! Então antes de alguém falar mais alguma coisa todos correram em nossa direção e nós corremos na direção deles. Dois dos quatro vampiros partiu para cima de mim enquanto os três que ficou com meu irmão correram até ele. Foi fácil demais desviar dos golpes deles. Eles não tinham experiência nenhuma. Peguei o braço de um e joguei em cima do outro, houve um grande estrondo quando seus corpos se chocaram. Aproveitei esse momento para olhar a situação em volta. Meu irmão apenas ria dos vampiros que tentavam dar socos nele, falhando completamente e os deixando mais irritados. O grande erro de alguém é deixar se levar pelas atitudes do seu oponente. Chris quando em forma de lobo é muito mais forte, mas mesmo em forma de homem era muito habilidoso, tanto que para ele a briga estava tranquila. Continuei observando em volta e vi a vampira que ainda não tinha me atacado planejando me atacar por trás enquanto os outros tentavam me acertar pela frente. Uma boa tática mais não funcionaria comigo. Aquele de cabelos castanhos estava esperando o momento certo pra fugir, mas não mesmo que vou deixar. Essa visão toda não durou nem um segundo. Os dois vampiros voltaram para cima de mim, só que dessa vez cada um do meu lado, enquanto a outra vampira corria para trás de mim. Esperei eles chegarem perto de mim e me agachei fazendo com que os dois dessem socos em si mesmos. No momento que me abaixei aproveitei e dei um chute no estomago da vampira que tentou me pegar por trás jogando-a longe. Não resisti e dei um meio sorriso com a tentativa fracassada deles. Nesse meio segundo que aconteceu tudo isso o outro vampiro tentou fugir, não tinha esquecido ele no momento algum, então quando correu eu apenas o paralisei no lugar e o virei para nossa direção para ver seus amigos morrerem rapidamente. Vi ele gritar de susto pela paralisação de seus músculos. Assim que seus olhos encontraram os meus, ele viu em meus olhos o brilho de divertimento, sorri e ele ficou em choque. Os vampiros olharam para ele e se assustaram quando viram-no paralisado. Foi nesse momento que meu irmão conseguiu pegar a cabeça de um dos vampiro e arrancar do seu corpo. É, já estava muito entediante essa luta, nem ao menos me diverti tanto. Estava na hora de parar. - Já chega, cansei. – Os três me olharam assustados e o meu movimento foi tão rápido que nenhum deles me viram aparecer atrás da vampira arrancando sua cabeça. Os outros dois se desesperaram e tentaram fugir. Apareci na frente deles tão rápido quanto o movimento anterior, fazendo-os cambalearem para trás assustados. Fechei a cara e os matei arrancando suas cabeças com cada uma das minhas mãos. Olhei para o lado e vi meu irmão acendendo uma fogueira. David virou para mim enquanto eu encarava aquelas duas cabeças decepadas em minhas mãos. Fiz uma careta enquanto aproximava dele. - Os vampiros de hoje em dia são tão patéticos. Não tenho uma boa briga há muitos séculos. – Falei quando joguei as cabeças no fogo. E voltei para pegar um de seus corpos enquanto meu irmão pegava o outro. Foi tão sem graça a luta que nem se quer amassei minha roupa. Eu usava uma calça jeans e uma blusa regata branca. - Nem me diga, irmã. Sua linhagem está cada vez mais fraca! – Ele disse. Estreitei os olhos em sua direção. - Não me venha com essa, hoje em dia transformam qualquer um em vampiro. – Bufei. – E a sua então? Aqueles que ainda existem era para serem fortes, já que sobreviveram a ataques dos vampiros e mesmo assim são tão fracos que apenas com um dedo mato eles. - Você não conseguiria nunca. – Respondeu contrariado. - Ótimo! Na próxima vez o primeiro lobisomem que encontrarmos, eu mesma te mostro. – Falei presunçosa. - Quer apostar? – Meu irmão estendeu a mão em minha direção. – Valendo um carro. - Perfeito, mas acho que você terá que transformar alguns lobisomens para eu te mostrar para essa apostar ir mais rápido do que esperarmos algum surgir por ai pelo mundo. Quem ganhar escolhe o modelo e o ano – Apertei sua mão e nós dois sorrimos. Assim que terminamos a aposta nos viramos para o vampiro ainda paralisado. - Bem, agora vamos descobrir onde eles moravam. E conhecer esse tal de Peter. – Falei enquanto caminhava até ele. - Ué, não tinha dito que eles não sabiam de nada? – Ele perguntou confuso. Rolei os olhos. - Primeiro em nenhum momento eles pensaram no local que moravam e segundo Peter é apenas o líder desses vampiros de nada. Enquanto o verdadeiro “Chefão” assim por dizer são os lideres desse Peter. Meu irmão apenas acenou quando chegamos perto do vampiro. Eu iria deixa-lo fazer as perguntas, poderia descobrir tudo que quisesse sem me mexer do lugar, mas meu irmão adorava assustar aqueles que tinham as resposta para nossas perguntas. E eu? Bem, eu apenas observava e se necessário falaria ou agiria. - Então, você foi o sortudo que ficou para nós interrogarmos? – Perguntou Chris. – Qual o seu nome? O vampiro só nos olhava com um semblante assustado, mas nada respondeu. - Tudo bem eu me apresento primeiro e depois você se apresenta, que tal? – Ele se mantinha quieto. – Meu nome é Christopher Cabello. Agora pode responder o seu? - Arthur... Arthur Brown. – Respondeu tremendo. - Maravilha! Vamos lá. – Meu irmão esfregou uma mão na outra. – Quem é o seu líder, Sr. Brown? - Peter Holland. – Ele respondeu. - Muito bem. – Meu irmão sorriu. – Você sabe algo sobre o “chefão” do seu líder? – Ele fez aspas com as mãos na palavra chefão. - Não sei nada. – Meu irmão olhou para mim querendo saber se ele falava a verdade. Apenas acenei com a cabeça. - Ótimo! Você está sendo muito generoso contribuindo conosco... Onde vocês moravam? - Moramos em uma cabana ao leste da floresta. – Agora ele tinha mentido. Parecia verdade. Respondeu com tanta convicção, que se eu não tivesse meu dom poderia acreditar. Aproximei dele, ficando apenas centímetros do seu rosto. - Tsic, tsic, tsic. – Balancei negativamente o dedo indicador no meio do nossos rosto. – É muito feio mentir para os outros. Nunca te ensinaram, não? Agora meu irmão vai perguntar só mais uma vez. Me afastei e voltei ao lado do meu irmão. - Mila tem razão, você não deveria mentir. Vou perguntar mais uma vez e espero que você responda a verdade. – Fez uma pausa e perguntou sério. – Onde vocês moram? Ou melhor moravam. Ele demorou a responder, ele tentava evitar em pensar no local já havia percebido que eu conseguia ler sua mente, mas eu saberia se ele mentisse mesmo não pensando no assunto e conseguiria as respostas mesmo ele não pensando no assunto. Eu estava entediada há bastante tempo, acho que vou acabar logo com isso. Antes que eu mexesse um músculo sequer ele respondeu: - Se eu responder, vocês me deixam ir? Nem precisei olhar para Chris ele sempre respondia a mesma coisa, quando faziam essa pergunta. Alguns aceitavam, outros não. Esses que não aceitavam faziam me divertir um pouquinho. - Que tal assim. Se você responder, minha irmã te mata rapidamente. Se não responder ela lhe dará uma morte lenta e dolorosa. E vai por mim minha irmã não é piedosa, estou te dando uma chance, a chance que ela não daria. Realmente eu não seria piedosa, se não tivesse nada de interessante para fazer eu o torturaria, mas se eu tivesse pressa ou achasse o assunto extremamente importante eu tiraria as informações da sua cabeça facilmente e acabaria logo com tudo. Arthur me encarou e lhe lancei meu olhar macabro. Seus olhos se arregalaram e ele engoliu em seco. - Eu vo... vou respond...de...der. – Ele gaguejou, era até cômico ver um vampiro se borrando de medo. Eu queria gargalhar, mas me contive e continuei com o mesmo olhar. – Nós moramos em um bairro ao norte afastada do centro da cidade, em uma casa pequena já que não dormimos. Fui em sua direção novamente e segurei sua mandíbula com minha mão e encarei o fundo dos seus olhos. Ele tremeu com o meu toque. Assim que percebi que não estava mentindo dei um passo para trás e deixei Chris continuar. - Agora a última pergunta esse tal de Peter se encontra lá? - Sim, ele fica quase o tempo todo lá. Só sai para caçar, mas não passa mais do que um dia longe de casa. - Muito obrigado Sr. Brown. Você nos ajudou muito, mesmo tendo mentido uma vez para nós. – Meu irmão falou. – Como demos nossa palavra, nós a cumpriremos. Não dei mais nenhum segundo e arranquei sua cabeça. Levei a cabeça até a fogueira e o joguei ali, fiquei curiosa de onde meu irmão conseguiu a madeira. Virei em sua direção que sorria satisfeito. - Chris, estou curiosa. Onde achou madeira para montar uma fogueira? - Bem... – Ele coçou a cabeça antes de continuar. – Eu peguei naquele latão de lixo ali. – E apontou para uma caçamba. Levantei as sobrancelhas. - Por que não jogou apenas fogo diretamente nos corpos? Ele ficou pensativo e então deu de ombros. - Eu nem pensei nisso. Eu só revirei os olhos, mas não comentei nada. - Então já sei o local. Podemos ir? - Perguntei - Claro, vamos! Corremos para o outro lado da cidade. Estávamos em Connecticut à cidade não era tão grande então em apenas minutos chegaríamos. - Então, Chris como vai à família? - Estão todos bem, estamos morando em Nebraska agora. – Seus olhos sempre brilhavam quando falava sobre sua família. Olhei assustada para ele. - O que faz tão longe de casa? - Estou faz uns dias aqui, me chamaram para fazer um projeto em um antigo teatro daqui. – Deu de ombros. - E deixou Claire e Nate sozinhos? – Perguntei chocada. Meu irmão quase nunca ficava longe deles. - É um serviço de apenas quatro dias. Só estou há três dias, mas pelo visto vou ficar mais uns dias. – Fez uma pausa antes de continuar. – E outra eu telefono para eles todos os dias. - Esta bem, logo que terminarmos nós vamos embora. - Vai morar conosco? Vamos, faz tempo que não fica com a família. – Seus olhos brilhavam. - Eu vou para outra cidade que acabei de me mudar, tenho uma pessoa extremamente irritante para cuidar. Meu irmão riu, ele sabia como eu amava muito ela. Chegamos ao bairro, era um bairro bem simples. As casas eram pequenas e um pouco parecidas. Eram separadas com cercas que batia próximo a minha cintura. Não tinha ninguém na rua. Todos ainda dormiam, só uma hora ou outra passava um carro. Mantive-me do lado de dentro da calçada já que meu irmão insistiu dizendo que não deixaria os carros pararem para mexer comigo. Ocultei só o nosso cheiro quando estávamos em frente à casa. Com meus sentidos apurado tentei escutar algum som de dentro dela, mas não tinha ninguém lá. Meus olhos não capturaram ninguém a nossa volta, então subimos os degraus e paramos na porta. - Primeiro as damas. – Meu irmão fez um gesto com a mão para que eu seguisse em frente. - Que gentil de sua parte. – Respondi irônica. Chris só riu. A porta de madeira estava destrancada, porém com o meu dom destranquei-a sem que ninguém soubesse que a arrombamos. Assim que entramos estava escuro, portas e janelas estavam fechadas dando ao lugar um ar mais sombrio. Tinha vários cheiros de vampiros ali, todos daquele que lutamos já hoje. Menos um que era desconhecido. Respirei fundo para guardar esse cheiro na memória. - Agora é só esperar. – Falei. No sofá que tinha ali sentei assim como meu irmão e conversamos. O tempo todo fiquei atenta aguardando o momento que o vampiro aparecesse. Passamos o resto da noite e o dia inteiro até escurecer novamente esperando por ele e nada, nesse tempo reviramos a casa inteira, mas nada achamos. Fazia dias que não me alimentava e esse tempo sem fazer nada me deixava com mais fome. - Acho que ele não vai aparecer. – Disse meu irmão. - Também estou achando, faz tempo que estamos aqui. Já era para ter voltado. – Pensei um pouco antes de continuar. – Ele deve ter descoberto que estávamos aqui o que acho improvável ou ele não voltará tão cedo. - Então... – Meu irmão se levantou de uma poltrona alongando suas costa. – Não temos mais nada para fazer por aqui. Voltamos depois. - Eu decidi que vou ficar um tempo com você irmão. Quero descobrir o por quê estarem atrás de você. - Maravilha. – Ele sorria todo animado. – Vou avisar Claire. Mas e a pirralha? - Eu vou avisar a ela que tenho uns assuntos para resolver. Ela saiu de casa na minha frente. Faz uns dias que não nos vemos, mas você sabe que se ela correr perigo vou saber. Ele assentiu e fomos embora. Eu não sabia por que aquele vampiro ainda não tinha aparecido, mas depois de me alimentar de sangue fresquinho voltaria para cá e descobrirei tudo. Essa história não estava cheirando bem.
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