Marcus Eu podia ouvir o relógio suíço do hall marcando cada segundo que me separava do desastre: tic‑tac, tic‑tac — trinta por cento ou caos. Brandon nunca blefava quando a voz dele ganhava aquele timbre metálico. Se eu o perdesse, perderia as chaves dos cofres e a única pessoa que realmente sabia mover os fios sem deixar pegadas. Mas se perdesse Emily, meu passaporte para a Müller Holdings evaporaria junto com o bebê. Precisava de ambos. Às seis em ponto, passei numa boutique de vinhos em Jardins e comprei um Château Haut‑Brion que custava mais do que o aluguel anual do meu primeiro apartamento. Em seguida, parei na peixaria de um chef conhecido: duas lagostas vivas, já cortadas para thermidor. Flores? Rosas vermelhas, claro — para cutucar a ferida que Christian tinha aberto com sua ópe

