Emilly Eu nunca soube ao certo quando meu coração começou a pertencer a Arturo. Talvez tudo tenha se iniciado naquela tarde de outono, quando eu tinha treze anos e ele apareceu no portão da minha escola para me tirar de uma festa em que eu não deveria estar. Eu usava um vestido azul simples demais e me sentia totalmente deslocada entre risos altos e música alta. De repente, lá estava ele, estendendo o casaco para me cobrir, como se soubesse exatamente do que eu precisava — mesmo eu não sabendo. Ou será que o sentimento brotou aos quinze, quando um garoto do colégio se achou no direito de me empurrar no corredor? Livros e cadernos caíram, e eu fiquei ajoelhada, atônita, até ouvir a voz de Arturo: — Ei! Deixa ela em paz! Ele empurrou o valentão sem hesitar e me ajudou a levantar. Naquele

