Capítulo 4

1962 Words
— Eu sou o primogênito e herdeiro dos Hugh, mas nunca quis assumir o lugar do meu pai, desde pequeno meu sonho era ser advogado, nunca gostei da administração e o cargo de chefe, isso nunca me atraiu, mas como eu disse sou o filho mais velho, o filho que herdaria todo o império Hugh e Bennett não aceitou a profissão que escolhi, eu seria administrador ou não faria parte do seu império, e bom, como pode ver escolhi a advocacia e meu pai escolheu me abandonar, ele me deixou sozinho para seguir minha vida sem nenhuma ajuda e assim eu fiz. — Ele faz uma breve pausa. Vejo que para ele contar tudo isso é difícil, e com muito pesar ele abre seu coração deixando seus medos e seus fantasmas expostos. — Ele cortou todos os meus benefícios, mesada e dinheiro extra. Minha mãe vendo aquilo não aceitava que ele tratasse um de seus filhos daquela maneira, mas ele ignorava os pedidos dela me maltratando e humilhando, afim de me fazer mudar de ideia, mas meus sonhos não mudaram e ele disse que se eu saísse de casa para estudar Direito não precisava voltar. Suspirando pesadamente e ele fixa seu olhar em um ponto qualquer da sala criando forçar para continuar, aperto sua mão com carinho lhe dando o mínimo de força na tentativa de ajudá-lo a prosseguir. — Aguentei suas afrontas o máximo que pude pela minha mãe, mas sai de casa com dezenove anos ao conseguir passar em uma das melhores faculdades de Direito do país. Para isso precisei trabalhar em vários empregos diferentes para me manter em um apartamento pequeno que eu dividia com alguns amigos. O nome Hugh sempre pesou no meu histórico escolar e em minha vida, me oferecendo muitas críticas e empecilhos, mas nada me fez desistir. Quando me formei a primeira coisa que fiz foi tirar o nome Hugh do meu caminho para que quando eu crescesse profissionalmente fosse com meus próprios esforços e não com o sobrenome do meu pai. Aos poucos reconstruí minha vida do zero e meu nome começou a rodar na boca dos grandes empresários me levando ao auge. Aos 27 anos encontrei Airon e aos 32 estou aqui. — Sorrindo ele tenta esconder a dor que se passa em seu interior. — Seu pai é um i****a — concluo irritada. A gargalhada que ele solta ao ouvir minhas palavras me faz franzir as sobrancelhas. — Amo sua sinceridade minha menina... — Interrompo ele ainda irritada. — Por que Airon te obriga a ser o que você não gosta? Juro que vou acabar com ele, Megan que me perdoe, mas ela vai ficar viúva cedo. — Cruzo os braços irritada. — Calma Katy, Airon é de um ramo diferente do meu pai, ele tem vários hotéis, boates e cassinos, como seu passado não é dos melhores eu cuido da parte burocrática da empresa abafando seu erros e as investidas do Adam que tentavam sujá-lo injustamente pelo que foi. Com isso acabei me envolvendo em algumas reuniões indesejáveis se passando pelo sócio de Airon, isso ultimamente começou a ficar frequente até ele me incluir contra minha vontade nas ações das empresas Cross Road. Não me importo em ser um dos donos, mas isso faz o rancor do meu pai aumentar, pois neguei assumir as empresas Hugh, mas aceitei as empresas de Airon — ele explica tentando me acalmar. Suspiro com todas essas informações, tento organizar tudo em minha mente. — Por mais difícil que seja rever seu pai, você deve visitar sua mãe — digo o que realmente acho e ele faz uma careta. É difícil enfrentar pessoas indesejáveis que nos causou tanto m*l de frente, mas temos que erguer a cabeça e prosseguir. Sam fez isso até agora, mas ele tem que olhar para trás e ver que ainda há pessoas que o ama então vale a pena lutar por elas. — Sei que tenho que visitá-la só não sei como fazer isso. Já faz uma semana que meu irmão me ligou avisando sobre nossa mãe e ainda não consegui achar uma maneira de enfrentar meu pai de frente. Isso está me matando aos poucos, faz tantos anos que não a vejo e sinceramente sinto falta dela. — Ele abaixa a cabeça tentando segurar as lágrimas. — Vem aqui. — Abro os braços e ele vira seu corpo em minha direção apoiando sua cabeça meu ombro enquanto caricio seus cabelos com cuidado e amor. — Katy você poderia ir comigo? — ele sussurra próximo ao meu ouvido.  Fico surpresa com seu pedido e sinto que não vai dar muito certo. Sou uma pessoa explosiva que não consegue ficar quieta quando na verdade deveria ficar. — Tem certeza? Sabe que provavelmente vou acabar brigando com seu pai, não aceitarei de braços cruzados que ele te maltrate na minha frente. — Deixo claro que lutarei pelo que acho certo. — Não me importo só quero que você vá comigo. — Ele aperta seus abraços em volta da minha cintura e naquele momento não sinto medo, apenas quero ampará-lo em meus braços o confortando.  Pensativa, pondero se devo ou não aceitar seu pedido e com certeza não deveria aceitar, mas também não deixarei ele sozinho, então, vou me preparar psicologicamente para controlar minha língua afiada. — Ok, eu vou. Seus incríveis olhos azuis me encaram e ele abre um belíssimo sorriso que faz meu coração se derreter. — Obrigado. — Deixa um suave beijo em meus lábios. Samuel abriu seu coração para mim e isso só me faz admirá-lo ainda mais. Estou decidida, irei contar toda a verdade a ele, mas primeiro vou esperar ele ver a mãe e depois decidimos o que fazer quanto as minhas paranoias que no momento não são tão importantes quanto a saúde de sua mãe. — Não precisa agradecer somo um casal agora e lutamos lado a lado. — Sorrio vendo o brilho em seu olhar se acender. — Como consegue fazer eu me apaixonar ainda mais por você? — Ele n**a descrente. — Eu não sei. — Acabo rindo e vejo o clima se estabilizar ao menos por hora. — O você quer para o jantar minha menina? — Pizza. — Então vamos pedir uma pizza. Ele me leva até a cozinha e juntos decidimos qual pizza pedir. Sem muita demora ele faz o pedido de uma pizza de quatro queijos. Todo aquele clima pesado e triste se dissipou e a minha frente vejo um homem acalmo, relaxado e brincalhão. Jogamos conversa fora enquanto a pizza não chega e repentinamente meu celular começa a vibrar no bolso. Acho estranho alguém me ligar esse horário, então resolvo olhar o número. Retiro o celular do bolso e vejo que é um número desconhecido, franzo a testa olhando para Sam dando de ombros. Não costumo atender números desconhecidos então deixo chamar até cair, mas a pessoa insiste em retornar à ligação. — Atende talvez pode ser os bebês da Meg.  Acabo atendo por preocupação. — Alô! —Katy, é o Ethan tudo bem? — Sua voz alegre me deixa confusa. — Ethan — falo surpresa, e Samuel revira os olhos me observando. — Queria te convidar para almoçar esse final de semana, você poderia me acompanhar? — Sua voz cheia de expectativa me deixa pensativa. Falar com Ethan sobre o olhar desafiador de Samuel não é nada agradável, então levanto indo em direção a sala. — Ethan esse final de semana está difícil para mim... Samuel me barra na porta com seu grande corpo impedindo minha passagem. Franzido as sobrancelhas o encaro com os olhos semicerrados. — Licença — peço gesticulando com a boca sem emitir som, mas ele segura minha cintura puxando meu corpo contra o seu. — Você está ocupada? Samuel passa os lábios em meu pescoço mordendo levemente minha orelha me fazendo rir ao sentir cócegas. — Não... sim. — Tento me afastar, mas Sam me prende em seus braços fortes esfregando sua barba por fazer em meu pescoço. — Queria conversar com você então quando for possível, podemos almoçar juntos, me mande uma mensagem. Sam sobe suas mordidas para minha orelha me enviando um arrepio por todo o corpo. Um arrepio de prazer e não de medo, um arrepio que se instala diretamente em meu ventre querendo senti-lo cada vez mais e isso me assusta. A muito tempo não sentia um desejo tão grande se acumular assim, depois que Túlio me forçou a coisas horríveis minha libido morreu deixando somente os meus traumas, mas como sempre, Samuel, vem para quebrar todas as regras da minha vida me fazendo desejá-lo. — Katy? — Obrigada pelo convite Ethan... — Viro de costas tentando me livrar de Sam. — Te envio uma mensagem assim que possível. Ouvindo aquilo Sam agarra minha cintura esfregando sua barba na minha nuca, me curvo para frente tentando não rir, mas ele aperta seus longos dedos em meu abdômen prendendo meu contra o seu corpo. — Até mais Katy. — Ethan se despede visivelmente chateado, gentilmente me despeço dele não querendo ser m*l educada. — Sam para. — Rio sentido seus dedos passear pelo meu abdômen fazendo-me rir. — Não gosto desse playboy metido te ligando. — Eu não sabia que era ele. — Tento me defender. — Não importa. — Ele me abraça envolvendo seu corpo no meu, deixando leves beijos em minha nuca. — Não quero que vá almoçar com ele. Aquele contato tão íntimo me causa alegria e isso traz uma paz tão grande ao meu coração que começo a pensar que ele realmente possa ser minha cura. — Eu não irei seu ciumento. — Começo a rir. — Não é ciúmes, apenas sei que ele fez muito m*l a você e Megan, então não confio nele. — Samuel se defende. — Uhum... — concordo rindo. — Confesso que um pouco seja ciúmes, mas não só isso. — Ele beija minha bochecha ainda me abraçando por trás. — Não se preocupe, eu também não confio em Ethan como Megan confia. — A campainha toca indicando que a pizza chegou, a contragosto Samuel me solta indo busca-la. Me acomodo na mesa tentando controlar meu corpo que se incendiou com seus toques, pois sei que não estou preparada para dar um passo tão grande como aquele. O cheiro da pizza invade minhas narinas antes mesmo dele chegar na cozinha e minha barriga ronca descaradamente em protesto àquele maravilhoso cheiro. Ele arruma a mesa para nós dois e escolhe um vinho da sua adega para apreciarmos com a pizza. Comemos jogando conversa fora e decidimos qual é o melhor horário para irmos visitar sua mãe no sábado. Sam deixou claro que não gosta de Ethan por todo o jantar e que por ele preferia que me mantivesse distante, mas também disse que se for da minha vontade almoçar com ele algum dia para colocar os pingos nos “is” eu deveria ir, isso só me mostra o quão maduro ele é.  Apesar de ser um homem ciumento ele é compressivo e esses pequenos detalhes de sua personalidade forte me faz amá-lo e querê-lo cada dia mais. Decidimos visitar sua mãe no hospital na parte da manhã e acabei ficando em sua casa mais do que deveria. Depois de ajudá-lo a lavar a louça, mesmo ele negando minha ajuda, ele acabou me levando para casa. Subo para o meu apartamento sorridente, porém receosa com medo de conhecer sua família, afinal não faço a menor ideia do que esperar deles, principalmente de seu pai, mas uma coisa é certa. Jamais deixarei Bennett destratar Samuel na minha frente, mesmo ele sendo um dos homens mais poderosos que posso conhecer em minha vida, defenderei o homem que eu amo com unhas e dentes se necessário for.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD