NARRAÇÃO CLARA
Fernando toca meu rosto e esse simples toque queima meu corpo todo. Senti falta de senti-lo e agora sem culpa seu toque é como um fósforo no meu corpo que é apenas combustível, pronto para explodir com ele. Fecho meus olhos me entregando ao seu carinho, pela primeira vez como mulher e não irmã. Seu dedo percorre meu lábio e desce pelo meu queixo. Minha respiração esta acelerada querendo mais e mais. Sua mão desce para o meio dos meus s***s e um suspiro sai da minha boca. O quero tanto. Meu corpo esperou 9 anos para senti-lo por completo novamente. Abro meus olhos e vejo os olhos dele mais escuros e intensos do que nunca. Observa meus s***s com desejo puro e sobe os olhos me encarando. Sem aguentar esperar mais, o puxo para a minha boca. Agarro seu cabelo com tanta força que meus dedos doem, mas é uma dor prazerosa. Minha boca devora a dele e seu sabor é ainda melhor sem a culpa. Tudo na minha vida pode estar de cabeça para baixo, menos ele, menos o que sentimos.
- Você é a minha única certeza.
Sussurro ainda o beijando.
- Não importa o que aconteça.
Encaro seus olhos.
- Eu te amo e nada vai ficar entre nós dois. Nada...
Fernando segura meu rosto e sua respiração esta acelerada como a minha.
- Não importa pra mim quem você seja ou a qual família você pertence.
Roça os lábios nos meus e os sela de forma carinhosa.
- Sempre será a minha Clara. A mulher que eu sempre amei e sempre vou amar.
Sua boca desce pelo meu pescoço e ele intercala beijos e chupadas. Vou me curvando, dando acesso a ele para os meus s***s. Me apoio na cama e ele vem se inclinando também, descendo para o meu seio. Antes de chegar no bico do meu seio, geme alto de dor. A cirurgia dele. Volto meu corpo o inclinando de volta também e olho seu curativo.
- Você esta sangrando de novo.
Saio de suas pernas.
- Não é nada.
Tenta me puxar de volta.
- Fernando você foi operado há menos de 4 dias. Como isso não é nada?!
- A gente faz de vagar. Eu fico parado, juro.
Começo a rir da cara dele desesperado.
- Não... deita. Você precisa de repouso.
- Eu preciso de você.
Olho pra ele e busco todas as forças possíveis para dizer não, quando eu quero dizer sim.
- Não...
Puxo a coberta sobre seu corpo e pego minha camiseta.
- Quando estiver melhor, juro que faremos isso lindamente.
Coloco minha camiseta.
- Mas até lá vamos ficar nos beijos e carinhos fofos.
Ergue uma sobrancelha daquele jeito safado.
- Carinhos fofos pelo corpo?
Pergunta com a voz sensual.
- Vamos ver suas limitações.
Ele abre um pouco o cobertor.
- Volta pra cama e vem me fazer um carinho fofo.
- E eu? Não recebo um carinho fofo?
- Vem aqui logo.
Quando subo na cama para me unir a ele, batidas desesperadas na porta surgem e Fernando me olha.
- Esta esperando alguém?
- Não...
As batidas são cada vez mais altas. Saio correndo com medo de ser algo grave com Teddy. Abro a porta e vejo a Lina ofegante e com os olhos marejados.
- Esta tudo bem?
Pergunto preocupada, sem dizer nada ela avança em mim e me abraça.
- Lina, estou ficando preocupada.
A Puxo para dentro e fecho a porta. Fernando com dificuldade se levanta e vem até nós, enrolado na coberta. Solto ela do meu corpo e ergo sua cabeça.
- É o bebê? Você esta sentindo alguma coisa?
Nega com a cabeça e sorri.
- No via a hora de voltar pra casa e te ver.
- Por que?
- Você é irmã do Caique, não é? Por isso saiu daquele jeito.
Abro um pequeno sorriso e limpo seu rosto molhado pelas lágrimas.
- Sim...
Pula novamente em mim, mas dessa vez rindo.
- Eu tenho uma cunhada.
Fernando nos observa com um enorme sorriso.
- Sim...
Digo com os olhos marejados.
- Meu filho tem uma tia.
Me solta e me olha carinhosamente.
- Você vai ter um sobrinho.
Pega a minha mão e coloca em sua barriga.
- Estamos tão felizes.
- Você contou ao Caique e a família dele sobre a troca?
Pergunto nervosa.
- Não! "Estamos felizes", me referia ao bebê e eu.
Seus olhos focam em mim.
- Não vai contar a eles a verdade?
Sua voz é quase um sussurro. Olho para Fernando que nos observa atento.
- Ainda não sei, Lina.
- Eles precisam saber.
- É complicado.
Me afasto andando pelo quarto e vejo Lina ficar sem graça. Pela primeira vez ela percebeu que Fernando esta enrolado na coberta.
- Atrapalhei alguma coisa?
Olho pra ela sorrindo.
- Lina, este é o Fernando Ribeiro.
Fernando se aproxima e estica a mão.
- Prazer!
- Ai meu Deus!!! O irmão que não é irmão da Clara.
- Sim...
Ele fala sorrindo e solta a mão da Lina.
- Você não estava no hospital?
Abre um pouco a coberta e aponta para o curativo em sua barriga, ainda sujo de sangue.
- Ai caramba, isso não é bom!
Imediatamente ordena que ele deite.
- Já volto!
Sai correndo do quarto desesperada.
- Ela é sua cunhada então?
Fernando pergunta como se fosse algo normal.
- Parece que sim.
Ando até a cama e me sento ao lado dele.
- Parece que ela gosta de você.
- Eu também gosto dela. Muito!
A mão dele vem até a minha.
- O que te prende a família Ribeiro?
- A minha história com nossos pais.
Lina entra no quarto correndo novamente. Começa a limpar o Fernando e verificar os pontos. Da um belo sermão nele sobre infecção e problemas posteriores que podem leva-lo a morte. Apenas observo tudo com a minha mente a mil.
- Já tomou seus remédios?
- Sim senhora!
Ele diz rindo e ela o encara brava.
- Mesmo humor i****a do Caique. Tem certeza que não é você o bebê trocado?
- Eu acho que não. Sou homem e tudo indica que trocaram duas meninas.
- Verdade! Graças a Deus! Prefiro a Clara como cunhada.
Os dois estão rindo.
- Vou deixar vocês dormirem. Fernando, por favor, repouso total.
Diz a ele e depois me olha.
- Amanhã conversamos mais.
- Sim...
Ela recolhe suas coisas e segue para a porta.
- Boa noite!!!
Sai e fecha a porta. Fernando me puxa e caio na cama ao seu lado.
- Depois desse sermão nada de carinho fofo.
Me acomodo em seu peito.
- Só calor do corpo mesmo.
- Fico feliz só com isso. No hospital eu tive os roncos do Teddy.
Dou um beijo em seu peito rindo.
- Você falou que o que te prende é a história que teve com nossos pais.
Ergo meus olhos para ele.
- Não sai da nossa mãe, não possuo o sangue deles.
Respiro fundo.
- Mas os tenho como meus pais. Eu tenho amor e gratidão de filha por eles. Criei um vínculo, uma história e agora não consigo simplesmente dizer eu não sou a filha de vocês e deixa-los em um vazio.
- Entendo!
- Outra coisa que me dói é que não existe uma filha para dizer essa é a filha de vocês, para suprir o buraco que vou causar.
- Nossa mãe surtaria.
Fecho meus olhos imaginando o tamanho da dor dela.
- Vamos pensar em algo.
Fernando diz beijando minha cabeça.
- Vamos ficar aqui, descobrir o que houve, conhecer sua nova família e você decide o que vai fazer.
- Não posso fazer você largar tudo e ficar aqui comigo, Fernando. Você tem sua vida, empresa, suas coisas.
- Olha pra mim!
Ergo meus olhos encontrando os dele.
- Eu não vou sair daqui sem você. Realmente tenho uma vida e ela esta aqui precisando de mim. Você é a minha prioridade.
Me acomodo mais em seu corpo.
- E agora que eu disse isso.
Sua mão desliza em meu decote.
- Você podia tirar toda a roupa e dormir com esse corpo perfeito colado ao meu, sem nada.
- Esta querendo que eu me deite nua ao seu lado?
- Sim...
- Sem fazer safadeza?
- Isso eu não posso garantir.