NARRAÇÃO CLARA
- Vamos nos dividir hoje.
Teddy diz olhando para o Erick.
- Como assim?
Fernando pergunta curioso, como eu.
- Vocês dois vão a casa da família Silva. Nós dois vamos tentar achar essa Mercedes.
- Não quero vocês metidos em confusão.
Teddy me olha com uma falsa cara de bravo.
- Eu metido em confusão?
- Você sabe que quando baixa a bicha investigadora em você, até polícia aparece.
- Aquela vez foi um engano.
Fernando e Erick nos olham perdidos.
- O que ele fez?
Erick pergunta e vejo interesse em saber mais sobre o meu amigo.
- Clara, não se atreva.
Começo a rir e me afasto deles.
- Pode contando.
Fernando Pede rindo junto.
- Se Teddy deixar, eu conto.
- Nem pensar.
Teddy segue andando para a porta.
- Palmitão, volta aqui!
Erick diz correndo até ele.
- Precisamos achar a tal da Mercedes, Tomatinho. Não temos tempo para histórias velhas.
- Pelo amor de Deus, preciso saber. Faço o que você quiser, mas me conte.
Teddy para com a mão na maçaneta da porta.
- O que eu quiser?
Posso ver seu sorriso safado. Fernando e eu estamos com os olhos assustados.
- Sim...
Erick diz baixinho, com vergonha para não ouvirmos.
- Então vamos para o quarto.
Teddy abre a porta e sai sendo seguido por Erick, que fecha a porta. Ainda estou chocada com o que ouvi. Agora tenho certeza que os dois estão mais que envolvidos e Erick é do time do Teddy. Olho para o Fernando que esta encarando a porta de boca aberta.
- Eu ouvi mesmo isso?
Pergunta sem me olhar.
- Sim.
Agora ele me olha.
- Quem diria!? O Tomatinho come palmito.
Começo a rir alto.
- Você sabia que tomate é fruta? E não estou falando do mundo dos alimentos.
Me aproximo dele e beijo sua boca.
- Seu humor sempre foi incrível.
Quando vou me afastar, Fernando pega a minha mão e me puxa pra ele. Meu corpo bate em seu peito e ele me abraça.
- Me conta o que Teddy fez.
Pede com os lábios próximos aos meus.
- Não.
Seu olhar é intenso.
- Se me contar, faço o que você quiser.
Lá esta o sorriso mais sexy que já vi, que me deixa arrepiada.
- O que eu quero, você ainda não pode me dar.
Sussurro me aproximando de sua boca. Mordo seu lábio inferior e antes que eu solte seu lábio, sua boca já busca a minha. Começa a me beijar com desejo. Sua boca saboreando a minha com fome. Suas mãos sobem para a minha cabeça e ele segura meu rosto, me mantendo em seu beijo.
- Não posso me perder em você ainda.
Desce a boca para o meu pescoço, beijando e chupando.
- Mas posso fazer você gozar apenas com o toque das minhas mãos.
Sobe para o meu ouvido.
- Ainda tenho a minha boca, que esta louca para sentir novamente seu gosto.
Meu corpo esta totalmente mole. Sabe como me deixar vulnerável. Meu corpo se entrega facilmente a ele.
- Me conta o que ele fez.
- Ele desconfiava de seu antigo namorado.
Suas mãos entram por baixo da minha camiseta. Desliza pela minha barriga em direção ao meu seio.
- Ao invés de perguntar se tinha algo ou contratar alguém para investigar, Teddy decidiu seguir o namorado em tudo.
Sinto seus dedos puxando meu sutiã e seguindo para meu seio. Minha cabeça tomba para trás ao senti-lo apertar meu mamilo.
- Continua.
- Já percebeu que Teddy não é nada discreto. O namorado percebeu que tinha alguém perseguindo ele. Imediatamente pensou que era algum grupo contra gays que queria mata-lo.
Sua boca vem para a minha e antes de me beijar, espera eu terminar.
- Ele correu para uma delegacia. Teddy ao invés de parar de perseguir, imaginou que tinha um caso com um policial.
Seu nariz roça no meu e sua mão envolve meu seio.
- Quando entrou na delegacia, a policia estava pronta para atirar nele. Teddy desmaiou de susto e quando acordou estava preso em uma das celas.
Fernando sorri.
- Bem a cara dele.
- Perdeu o namorado, mas ganhou dois paqueras policiais.
Ele começa a puxar a minha camiseta e geme um pouco de dor ao erguer os braços para puxar a camiseta pela minha cabeça.
- Acho melhor esperar você se recuperar para brincar.
Ergue uma sobrancelha.
- Brincar?!?!? A coisa aqui é seria.
Joga minha camiseta na cama e olha meu sutiã.
- Fernando, precisamos nos arrumar para ir com a Lina.
Seu corpo vem empurrando o meu para a parede. Sinto a parede em minhas costas.
- Vai ser rápido.
Me beija com carinho.
- Rápido e muito prazeroso.
Sinto sua mão entrar em minha calça e fecho meus olhos. Quando seu dedo chega em meu sexo, meu celular começa a tocar.
- Preciso atender.
- Não precisa.
Seu dedo circula em meu sexo e suspiro.
- Fernando...
Sussurro tentando me concentrar no que quero. Seu dedo ali ou atender o celular. Respiro fundo e o empurro com cuidado.
- Preciso atender. É o toque da nossa mãe.
Sigo para o celular e antes que pare de tocar, o atendo.
- Mãe!
Digo quase sem fôlego, vendo Fernando encostar na parede me olhando.
- Esta tudo bem querida?
- Sim.
- Sua voz esta estranha.
- Estava indo para o banho. Tive que correr para atender o telefone.
Fernando sorri. Sabe que o motivo da minha voz estranha é ele e seus dedos em mim.
- Clara, preciso que volte logo.
- O que foi?
- Teddy sumiu, Erick sumiu e seu irmão foi internado em uma clínica para dependentes.
A voz dela é de tristeza.
- Não sei o que fazer. Já tinha visto seu irmão bêbado algumas vezes, mas nunca imaginei que era grave assim.
- Mãe, fica calma!
- Erick disse que ele foi internado, mas não disse onde. Fui no hospital e ninguém sabia de nada. Estou preocupada, filha.
Me sento na cama e sinto dó dela, de como esta angustiada.
- Vou tentar falar com Erick e saber mais sobre a internação.
Fernando vem andando até onde estou.
- Clara, volta pra casa! Eu preciso de você, filha.
Meu coração aperta.
- Vou voltar mãe. Assim que possível.
- Obrigada! Quando tiver informações do seu irmão me avise.
- Pode deixar.
Fica calada, assim como eu.
- Eu te amo, meu bem!
- Também te amo, mãe!
- Volta para o seu banho. Tchau!
- Tchau!
Desligo o telefone e sinto a mão de Fernando limpar meu rosto. Não percebi que estava chorando.
- O que foi?
Ergo meus olhos para ele.
- Todo mundo sumiu e ela precisa da filha dela.
Ergo os ombros.
- Ainda sou a filha dela.
- Clara...
Tenta falar alguma coisa, mas me afasto antes dele falar.
- Não posso fazer isso com ela. Não posso dizer que não sou sua filha e fazê-la sofrer assim.
Digo quase gritando e minhas lagrimas são intensas.
- É melhor voltar e esquecer tudo isso. A família Silva continua com a filha morta e nossa mãe com uma filha viva.
Fernando se levanta e vem até onde estou. Me abraça e enfio meu rosto em seu peito.
- Ela vai sofrer e não quero ser a culpada.
Sua mão alisa minhas costas.
- Calma!
Sussurra e beija minha cabeça.
- Vamos viver um dia de cada vez. Hoje você será uma Silva. Amanhã se quiser voltamos e você será uma Ribeiro. Não precisa acontecer tudo de uma, vamos com calma.
Respiro fundo.
- Estamos juntos nessa.
Aperto ele ainda mais.
- Te disse que não me importa o que escolha. Sempre estaremos juntos.