Capítulo 3

1844 Words
Brendan Hoje, eu e Soraya embarcamos rumo à Califórnia. Uma semana atrás, antes de seguirmos ao nosso destino, conversamos durante todos os dias, sobre a empresa e também sobre diversas coisas. Acho que agora somos um pouco mais íntimos um do outro, e isso é bom para que as coisas não pareçam forçadas demais aos olhos das pessoas. Percebi em Soraya uma pessoa muito simples e objetiva, na qual eu fiquei surpreendido. Soraya é uma jovem batalhadora que assim como muitos imigrantes, veio para os Estados Unidos sozinha, estudar e trabalhar sem o apoio de ninguém. E ainda ajuda a mãe que mora no interior do México. Infelizmente essa é a realidade de muitas pessoas que vem ganhar a vida por aqui, e que vivem muitas dificuldades assim como ela. Não vou mentir que no começo pensei que Soraya seria mais uma interesseira, por ter pedido um valor ainda mais alto do que eu estava disposto a pagar e no momento fiquei com raiva, mesmo não tendo o direito de ficar. Em seguida procurei algo sobre ela, e descobri que era imigrante e que já foi casada, e essa última constatação foi a que mais me surpreendeu, nunca imaginaria que ela fosse viúva, até mesmo por ser tão jovem. — Soraya? — A chamei e como não acordou toquei em seu braço. Chegamos por fim, todos estão saindo do avião, ela passou a viagem inteira dormindo. — Ahh… — boceja se espreguiçando — eu dormir demais! Já chegamos? Ela indagou com cara de sono, coçou os olhos com o dorso das mãos, logo depois passou as mãos pelo rosto e arrumou os cabelos. Assenti em resposta. — Tudo bem. Vamos lá. Ao descermos do avião Soraya ficou maravilhada até com a arquitetura do aeroporto de Los Angeles. Eu amo esse lugar, principalmente porque marcou a minha vida, especialmente minha infância, meu pai tinha um trailer e sempre nas férias de verão, nossa família viajava por todo o estado, explorando novos roteiros a cada viagem, visitamos os parques itinerantes, íamos a museus… Só em lembrar sinto saudades, foram os melhores momentos da minha vida. Minha mãe havia disponibilizado um motorista para nos buscar. Ao entrarmos no carro Soraya começou a tirar fotos de todos os lugares onde passamos. — Para onde vamos? — Para um shopping. Quero levá-la à um shopping e comprar roupas novas para que não se sinta desconfortável quando estiver diante de pessoas com mais condições. As pessoas podem ser cruéis, a aparência é a primeira coisa que se é notada em meio a convivência humana, por mais que as palavras não sejam literalmente ditas, os olhares falam, e por ele à uma comunicação fútil entre algumas pessoas no meio em que convivo. Na busca por perfeição, no objetivo de alcançar o padrão, a beleza e o estilo são muito mais importantes que a essência humana. A inteligência, a solidariedade e a gentileza são irrelevantes. Ao participar de grupos sociais, seja na igreja, na escola, no trabalho, até mesmo em redes sociais, aparência é o diferencial das pessoas, é por ela que te julgam. Há algum tempo tenho notado isso, por mais que os homens também sejam fúteis, essa pressão se faz mais presente no mundo feminino, onde as mulheres são as que mais se sofrem e relativamente as que mais exigem umas das outras na buscar frenética por perfeição. Como se vivêssemos em uma ditadura estética. Apesar de estar isento de qualquer tipo de preconceitos, não quero que Soraya passe por algum constrangimento ao ter olhares de desdém fitando-na. Desejo apenas que ela se divirta e que possamos aproveitar bastante esses dias. — Passear? Não é melhor irmos descansar primeiro ? — Não com você com essas roupas. Não pode ser noiva de um empresario e anda como a gata borralheira. — Brinquei tentando quebrar um pouco do gelo. Ela revirou os olhos fazendo cara de nojo, depois me deu um sorriso maravilhoso. — Uaaaau! Você é muito direto. — Ela olhou em direção ao próprio corpo depois me fitou fingindo está ofendida — O que tem de errado com as minhas roupas? Eu gosto delas Brendan. — Nada contra as suas roupas, mas este chambre que você esta usando é horrível. — Levei um soquinho no ombro ou anunciar minha opinião. A verdade é que Soraya é uma mulher naturalmente bonita, não aquele tipo de beleza padrão, de olhos azuis e cabelos loiros e lisos. Seus traços latino a deixam com um ar exótico, mas acredito que ela ainda não saiba disso. Percebi que ela não é tão ligada a aparência, o que não é de todo modo r**m, e em meio as roupas desajustadas ela acaba se passando por alguém comum, o que está longe disso. Se tem algo que gosto de analisar, são as pessoas, desde que fora em sua casa e que deixamos um pouco de focar na empresa, andei prestando mais atenção nela. Os cabelos ondulados lhe dão um ar selvagem, as sobrancelhas arqueada, o nariz pequenos em conjunto perfeito com os lábios um pouco mais carnudos. Sua pele é morena. Tem s***s medianos, quadris largos que as mulheres americanas, a curva de sua b***a é mais avantajado e cabelos negros, parece uma mistura entre a descendência espanhola, africana e índigena. Mas são sua gentileza e humildade a tornam mil vezes mais atraente. Embora pareça se esconder atrás dessas roupas feias, acho que por isso não chama tanto a atenção dos homens. — Bom, eu não acho, isso que importa. — Retrucou Soraya — Além do mais, não tenho tempo para comprar roupas, tampouco dinheiro. — Dinheiro não será um problema, baby! Ela me olhou de maneira divertida e o carro parou no estacionamento do shopping. Peguei somente a carteira e o celular, desci do carro, em seguida abri a porta do carro para Soraya. — Vou demorar um pouco Jetron, é melhor você ir na frente e levar nossas malas. Quando sair daqui pegamos um táxi. — Tudo bem, senhor! Andamos por varias lojas, fiquei ouvindo os protestos de Soraya, reclamando sobre os preços das peças que eram um absurdo. Ela queria uma loja mas acessível, então resolvi puxa-la para primeira loja que olhei em minha frente, eu mesmo escolhir suas roupas. Não tenho todo tempo do mundo para passar o dia inteiro aqui, sei que ela tentaria me enrolar e no final não compraria nada. Indiquei um vestido preto de renda de alta costura, pouco acima do joelho e ela negou, então eu peguei e á empurrei para o vestuário, fiquei lhe esperando sentado no lado de fora da cabine onde ela estava. — Espero que não desconte do dinheiro do meu pagamento, aliás, eu nem pedir para que comprasse roupas novas para mim, por mim usaria as minhas. Olhei para Soraya de cima abaixo, e, p***a! Ela está sexy pra c*****o nessa roupa. — Da uma voltinha — percebi que ela não gostou da minhaa ordem. Então estendeu a mão, me dando o dedo do meio.— Ah eu não irei descontar, me agradeça por isso também. Ela rodopioou e fico de costas para mim, olhando-me por cima dos ombros com um sorriso cativante. — Fiquei bonita? — Perfeita! — Te agradeço se aumentar o meu salário. — Foi uma péssima ideia ter te dado i********e, agora você aí, cheia de banca. — Brandei sarcástico me acomodando na poltrona enquanto ela rira discretamente. Lhe entreguei os outros vestidos que as vendedoras trouxeram por ordens minhas e Soraya experimentou à todos. Solicitei que levassem desde roupas casuais à roupas de festas, pedi igualmente sapatos e sandálias. Já que preciso gastar, gastarei deliberadamente consciente e de bon grado, ao menos é alguém honesto que estara usufruindo do meu dinheiro. — Eu não sei andar de salto direito. — Confessou, andando em minha direção de forma desengonçada, cambaleando. — Mas tem que aprender! Imaginei que todas as mulheres soubessem andar de salto alto, pensei que seria um acessório indispensável no guarda-roupas delas. Aliás, uma mulher parece ficar mais emporada quando está de salto, com um ar fatal, dona de si. — Como você é chato Brendan. — Bufou. — E você é muito travada. Ande normalmente, não precisa ter medo. — Parece que vou cair. Prefiro minhas sapatilhas. — Nem pense, aquelas suas sapatilhas que você ia para o trabalho eram ridículas, não sei como não te despedir por isso. — Não pensei que seria tão difícil fingir ser sua noiva. Acredito que meu objetivo será mais difícil do que pensava, porém muito divertido. Não é todo dia que se tem uma noiva atraente, principalmente porque nem ela mesmo sabe disso. Acho que vamos nos dar muito bem, minha intuição está dizendo isso! Uma semana atrás, antes de virmos para Califórnia, eu e Soraya assinamos um contrato onde deixamos vários termos esclarecidos entre nós dois, para que não ouvesse nenhuma complicação. Acho que fora a melhor decisão que tomamos, isso me resguardou, assim como resguardou a ela, deixou tudo ainda mais profissional entre os dois —apesar de que a situação é controversa. Ao sairmos do shopping passamos em um salão para que ela pudesse fazer as unhas e maquiagem. Queria que ela esteve bem bonita quando conhecesse os meus pais, não que eles sejam pessoas superficiais, no entando quis que acima de tudo, Soraya percebesse o quanto é uma mulher fascinante. Espero que ela se sinta bem e confortável durante esses dias que passaremos com minha família. É difícil estar em um lugar em que não conhecemos ninguém, confesso, ainda mais por existir a tensão por conta da nossa mentira e a preocupação de que a qualquer hora podem descobrir a verdade. Não quero que ela se sinta deslocada ou inadequada e deixe que as pessoas suspeitem de algo. Saímos do táxi e ficamos parados em frente a minha casa olhando para a grande jardim. É notório o quanto Soraya está nervosa e receosa com a situação. — Não precisa ficar nervosa, dá pra notar só de olha-la. — Será se eles irão gostar de mim? — Não preciso que gostem de você. Mas se te conforta, minha mãe é uma pessoa maravilhosa. Falo puxando-a para que ela se apresse, ela para e fica me olhando. — Espera, eu tô com medo de cair. Faço cara de entediado. Soraya se diverte com isso. — Vem logo. — Pego sua sua mão para que ela fique ao meu lado, aliso o centro de sua mão com meu polegar tentando acalma-la e, passou meus braços envolta de sua cintura. Adentramos a casa de meus pais encontrando à todos conversando na sala. Observei toda sala de estar e notei ali, a última pessoa que esperava vê ali na minha vida, Suzy Ryan minha ex noiva. Apesar de ter me convidado para seu casamento, a um bom tempo não temos contato, sei que seu objetivo é apenas esfregar na minha cara que ela deu a volta por cima. Suzan certamente pensou que eu não iria, que eu iria me recentir, e que minha recusa em comparecer seria por ainda amá-la, ela queria ter essa prova. Mas estava errada! Tenho certeza de que Olívia, minha irmã a convidou, ela me encarava descaradamente e quando seus olhos pousou em Soraya, ela á mirou com desdém. A noite só está começando!
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