OLIVER
Desferir um soco em minha mesa tamanha foi a fúria que eu senti assim que vi os papéis a minha frente, Samantha só podia está de brincadeira comigo.
Eu não estava triste nem zangado por ela está me pedindo o divórcio, muito pelo contrário, isso só me deixava feliz, minha raiva foi constatar que em nenhum momento de sua carta ela sequer deu ao trabalho de mencionar a filha como se ela não se importasse, o que vou falar pra minha filha quando ela perguntar sobre a mãe e o porquê dela ter a abandonado?
Soltei um longo suspiro, minha filha não merecia uma mãe como a Samantha, ela merece uma mãe que a ame de verdade e que se importe com ela.
Peguei os malditos papéis e guardei em minha pasta, precisava de uma opinião profissional, ainda bem que Laurel e Tommy já estavam voltando de sua lua de mel , graças a Deus meus dois amigos são advogados e vão saber me aconselhar, ainda mais que essa desgraçada está me pedindo uma fortuna que obviamente eu não tenho, pra piorar ainda mais o meu humor,o trânsito estava um verdadeiro caos, inferno esbravejei socando o volante, levei algumas horas pra chegar em casa.
Cheguei em casa indo direto ao escritório, joguei a pasta na mesa e me sentei no sofá com as mãos cobrindo o meu rosto, precisava de alguma coisa pra relaxar a tensão que se acumulou em meus ombros.
- Oliver, ergui os olhos e encarei Felicity que exibia um sorriso gentil, por um momento senti inveja de seu sorriso, Felicity sempre estava sorrindo, até parece que a tristeza nunca lhe incomodava.
- Desculpa , eu bati umas três vezes mas você não ouviu, Felicity parecia envergonhada.
- Eu queria falar com você mas pela sua cara parece que as coisas não estão bem, Felicity me encarou com expectativa.
- O dia foi puxado e nada produtivo, suspirei frustrado.
- Tudo bem, podemos falar outra hora, Felicity me dá um sorriso singelo e faz menção de sair.
- Não, tudo bem, falei por fim.
- Aconteceu alguma coisa? perguntei preocupado, minha vida era tão complicada que eu já esperava a qualquer momento por uma notícia r**m.
- Não Oliver Meu Deus ! você está tenso, ela sorriu de forma divertida.
- Está tudo bem com a Bia? perguntei apreensivo.
- A Bia está dormindo, sua irmã está emburrada e trancada no quarto, Felicity fala se aproximando.
- Eu queria falar sobre sua mãe, mas se você estiver muito cansado podemos conversar amanhã, Felicity me olha com expectativa em busca de uma resposta.
- Tudo bem, podemos conversar, só estou sentindo uma tensão em meus ombros, fui sincero.
- Se você quiser posso te ajudar a aliviar essa tenção ,sorrir ao ver Felicity fechar os olhos se repreendendo.
- Desculpa eu me expressei m*l, Felicity fala timidamente.
- Está tudo bem Felicity , eu entendi , sorri em resposta.
- Minha mãe e massagista, eu aprendi umas coisas com ela posso? Felicity se aproxima de mim e põe suas mãos delicadamente em meus ombros, instantaneamente sinto uma corrente elétrica passar por todo meu corpo.
- Relaxa, isso vai te ajudar a se sentir melhor, assenti concordando.
Felicity fez uma verdadeira mágica em meus ombros, em menos de cinco minutos eu estava me sentindo muito mais leve, um gemido baixo escapou de minha garganta quando senti seus dedos massagear meus ombros, eliminando toda a tensão que eu tinha acumulado durante todo o dia.
- O que te deixou assim tão tenso? Felicity pergunta dedilhando seus dedos por toda a extensão de meus ombros.
- Samanta mandou um envelope com uma cópia com pedido de divórcio , está me exigindo uma fortuna em dinheiro, mas o que realmente me deixou furioso, foi ela nem ao menos perguntar pela filha, em nem uma linha sequer ela mencionou a filha ou quis saber se ela estava bem, Que tipo de mãe faz isso? pergunto exasperado.
Felicity se vira ficando em minha frente pegando em minhas mãos.
- Ela vai ficar bem com você Oliver, Bia vai ficar bem se ela tiver você por perto, você é um pai incrível, e ela te adora, e enquanto eu estiver por aqui posso te ajudar, as coisas vão melhorar Oliver, sua confiança foi o suficiente pra me fazer exibir um sorriso sincero.
Me perdi por alguns segundos em seus olhos, imediatamente me lembrei do que o Dig falou sobre Felicity, ela realmente tem um efeito positivo sobre as pessoas, me sinto muito melhor agora do que quando cheguei.
- Você disse que queria falar sobre a minha mãe ? perguntei desviando meu olhar do seu.
- Sim, me desculpe se eu estiver sendo evasiva, mas eu tomei a liberdade de pesquisar sobre o caso de sua mãe, Felicity fala timidamente.
- Eu sei que você pensa que o caso dela não tem solução, eu tenho uma amiga em Central City que é médica, ela me disse que mesmo que sua mãe não possa se curar cem por cento, ela pode ter uma qualidade de vida melhor, Felicity fala animada.
- Hoje de manhã percebi que ela ainda está lá, talvez esteja perdida depois de tantos anos sofrendo sozinha, mais eu tenho certeza que com o tratamento certo e com o apoio da família, ela pode sentir vontade de viver de novo, não podemos desistir dela Oliver, senti o aperto de Felicity em minhas mãos e não resisti em lhe dar um beijo no dorsso de sua mão.
- Obrigada, nos conhecemos em apenas três dias e você já fez tanto por mim, fui sincero.
- Se você quiser e me der carta branca, posso tentar ajudá-la
- Você tem carta branca pra fazer o que achar melhor felicity, falei confiante e Felicity sorriu em resposta.
- Obrigada Oliver , enquanto eu estiver aqui na sua casa prometo te ajudar a pelo menos amenizar alguns problemas, se você quiser é claro, Felicity me deu um beijo no rosto e logo em seguida saiu me deixando sozinho com meus pensamentos.
Por um momento cheguei a pensar que ela não fosse real.
Dig está certo quando diz que Felicity tem um bom coração, ela está sempre disposta a ajudar a todos, ela tem sido um anjo em minha vida, meu medo é um dia ela ter que ir embora, balancei a cabeça em forma de negação tentando afastar esse pensamento, graças a Felicity eu estava me sentindo muito melhor, decidi subir e tomar um banho, queria ficar um pouco com a minha princesinha, como não teríamos visitas resolvi que ficaria bem a vontade, eu sempre jantava sozinho mesmo, antes de ir ver minha filha passei no quarto de minha irmã só pra saber como ela estava.
- Eu vou descer pra jantar, você vem? perguntei educadamente.
- Aquela garota insuportável vai estar lá? Thea respondeu com outra pergunta.
- O nome dela é Felicity, e sim ela vai jantar conosco, fui incisivo.
- Eu ja disse que não quero você faltando com o respeito a Felicity, ela está nessa me fazendo um grande favor, eu não sei se você percebeu Thea mais eu já estava pra enlouquecer com tantos problemas, Felicity só está aqui a três dias e já me ajudou mais do que você pode imaginar, eu estou é preocupado com o dia que ela não puder mais ficar conosco, fui sincero e Thea me encarou curiosa.
- Só diz pra ela não se meter na minha vida , ela é muito atrevida, se ela quiser te ajudar que seja, não se metendo comigo eu não me importo,Thea se levantou saindo do quarto e me deixando sozinho, suspirei pesado, Thea tinha o dom de me deixar m*l humorado.
Saí do quarto de minha irmã e fui ver meu anjinho, pelo menos minha filha me fazia sorrir de verdade, sorrir feito um bobo assim que entrei no quarto da Bia, Felicity cantava e rodopiava com Bia em seus braços, minha filha gargalhava de alegria, foi a cena mais linda que eu já visto, arranhei a garganta chamando a atenção das duas, assim que Felicity me viu ruborisou envergonhada.
- Eu vi dar um beijo na minha princesa, pensei que ela estivesse dormindo, falei entrando no quarto.
- Eu tava dormindo papai mais eu acordei por que eu fiquei com fome, gargalhei abertamente ao ouvir Felicity imitar uma voz infantil.
- Eu vou descer pra jantar, você vem ? perguntei e Felicity assentiu.
- Eu fiz uma sopinha pra Bia, Felicity disse me entregando minha pequena que se jogou em meus braços , sorri satisfeito.
Descemos pra jantar e curiosamente Thea já estava sentada a mesa.
- Boa noite Senhorita Queen Felicity cumprimentou-a educada, Thea apenas rolou os olhos em descaso, eu ia repreendê-la mais Felicity fez sinal pra eu deixar pra lá, suspirei cansado.
- mesmo com minha irmã sendo insuportávelmente mau criada, o jantar foi até divertido, Felicity gargalhava dos resmungos de Bia em não querer a sopa, e eu admirava em silêncio a interação das duas, pareciam mãe e filha sorri feliz com esse pensamento.
FELICITY
Acordei com os resmungos da mini Queen em meu ouvido, imediatamente me levantei e fui buscá-la em seu quarto, a babá eletrônica sempre me avisava quando a Bia acordava.
- Por que você acordou cedo hoje hen? fiz cosquinhas em sua barriguinha e ela gargalhou.
- Que dormir mais um pouquinho comigo meu amorzinho? Bea balançou os bracinhos como se tivesse pedindo colo, imediatamente a peguei.
- Olha só você está limpinha e sequinha, constatei sorridente, peguei a mamadeira que estava pronta e voltei ao quarto, como ainda era cedo decidi ficar mais um pouco na cama, dei a mamadeira da Bea que tomou todinha enquanto me encara com aqueles olhinhos azuis tão lindo, de vez em quando abria um sorriso banguela me fazendo gargalhar, de repente uma tristeza momentânea tomou conta de mim, Bia é o bebê mais lindo que eu já vi, não entendo como uma mãe pode não querer ficar com uma Bebê tão especial como essa.
- Eu ia adorar ser sua mamãe sabia, falei lhe dando um beijo em sua cabecinha.
- Mesmo você não gostando da minha sopa, como se ela tivesse entendido perfeitamente o que eu falei gargalhou ainda mais alto.
Um toque na porta chamou minha atenção.
- Desculpa, não queria te incomoda, eu fui vê a Bea mas ela não estava lá.
Sorri ao vê Oliver com a porta entre aberta e só a cabeça pra dentro do quarto.
— Pode entrar, lhe dei um sorriso singelo, Oliver se aproximou timidamente da cama e como se quisesse falar Bea gritou levantando os bracinhos para o pai, fiquei feliz vendo a interação dos dois, Oliver era um pai maravilhoso.
— Hoje um amigo virá fazer uma visita a minha mãe, Oliver disse enquanto fazia carinho na filha.
— Sério! isso é ótimo, falei animada e Oliver assentiu concordando.
Oliver ficou brincando um pouco com a filha enquanto eu fui me arrumar, assim que terminei paguei meu anjinho, era hora de arrumá-la e deixá-la cheirosa também, nós duas tínhamos uma missão, arrumar a vovó pra que ela pudesse receber uma amigo especial , Oliver foi se arrumar pra ir trabalhar enquanto Bia e eu fomos dá início a nossa missão.
Entrei no quarto da Senhora Queen e como eu já esperava estava tudo escuro, mas pelo menos ela estava acordada, liguei apenas o abajur não queria incomodá-la.
— Bom dia vovó, eu vim te visitar e te dá um beijinho, falei com uma voz infantil como se fosse a Bea falando, mesmo com o olhar vazio Moira encarou a mini Queen que lhe deu um sorriso banguela.
— Eu vou abrir um pouco a janela, se a claridade lhe incomodar eu fecho imediatamente ok? Deixei a pequena Queen na cama e fui em direção a janela, é claro que eu só abri um pouquinho, talvez isso a deixasse curiosa e ela se levantaria pra vê o que tem lá fora, essa era minha esperança, com um pouco mais de claridade pude vê-la melhor, Moira ainda era uma mulher jovem e bonita, vi umas fotos dela de antes e a única diferença era a tristeza que agora era nítida em seus olhos.
— Hoje a Senhora vai receber uma visita, falei tocando o seu rosto com carinho.
— O que acha de se arrumar um pouquinho hen? Bia estava quietinha brincando com seu coelhinho cor de rosa, eu iria aproveitar e tentar arrumar a Senhora Queen, talvez se ela se visse como antes se lembrasse de como era.
Escolhi um vestido simples mas muito bonito, ela não fez nenhuma resistência em se trocar isso já era meio caminho andado, escovei seus cabelos com cuidado e fiz uma maquiagem bem simples, ela não dizia nada apenas me olhava com curiosidade, um toque na porta chamou minha atenção e imediatamente fui vê quem era.
— Eu trouxe o que a senhora me pediu ontem, sorri satisfeita ao vê o lindo arranjo de flores, e só agora me lembrei que tinha pedido pra me entregarem as flores hoje cedo.
— Obrigada, agradeci sorridente, peguei o arranjo e coloquei em cima da mesinha que ficava ao lado da cama da Senhora Queen.
— Oliver me disse que a Senhora sempre gostou de flores, espero que goste dessas, falei usando um tom carinhoso, Bea soltou ums gritinhos enquanto balançava os bracinhos, era o jeito dela dizer que queria colo, a peguei em meus braços de imediato.
— Sua neta também gosta de flores, quando vamos passear no jardim ela fica encantada com tantas cores misturadas , tem que vê a animação dela, falei sorridente, Moira olhava de mim pra a pequena Queen e por um instante vi um brilho de emoção passar por seus olhos.
— Obrigada, Moira sussurrou , nem acreditei quando ouvi sua voz, era a primeira vez que ela falava uma palavra em anos, me emocionei, senti meus olhos lacrimejarem,
não resisti e lhe dei um abraço apertado, Bea estava entre nos duas sorrindo, foi quando mais uma vez eu me emocionei, Moira abraçou a neta beijam sua cabecinha, isso era um sinal de esperança, eu não iria desistir de ajudá-la, talvez essa fosse a minha última missão em vida, salvar a família Queen.