Vendida

685 Words
20 de Março de 2010 - Flórida. Ao terminar de me vestir, encarei meu reflexo no espelho. Eu estava bonita, porém triste, isso era visível. A maquiagem muito bem feita por Kelly - a moça que me produziu - disfarçava um pouco o meu semblante. O vestido era justo e um pouco acima dos joelhos, na cor verde escuro.  Eu não sabia me equilibrar direito em um salto, por isso, pedi uma sandália comum e baixa.  Meu cabelo estava natural, não deixei que fizessem algo nele.  Foi uma viagem longa até aqui. Confesso que é bem diferente de onde moro, ou melhor dizendo, morava. - Você está tremendo. Toma um gole de água - disse Kelly. - Hmm. Estou nervosa - choraminguei - Kelly, você é a única pessoa que me pareceu confiável, preciso que me responda algo. - Fale baixo, ou senão, perderei meu emprego. Posso responder, se me prometer que não dirá nada a ninguém. - Não direi - disse sussurrando - Queria saber o que acontece com a maioria das mulheres ou garotas que são leiloadas aqui?  - Bem, algumas se tornam amantes, outras escravas sexuais, é raro mas acontece, e a minoria se tornam mulher ou namorada do seu dono. Se você tiver sorte, será namorada e aparecerá em todas as revistas de destaque - sorriu. Suspirei ao ouvir aquilo.  Meu destino já estava traçado. Hoje eu seria leiloada à um desconhecido, que poderá me fazer bem, ou não. Como eles disseram, ele será meu "dono", mas isso não será tão fácil, não deixarei que ele se aproveite de mim, e muito menos do meu corpo. - Alice - alguém disse, abrindo a porta da sala. - Adeus Kelly. - Adeus Alice.  Involuntariamente uma lágrima escorreu pela minha face. Rapidamente a enxuguei, indo atrás do rapaz que tinha vindo me buscar.  De longe, já posso escutar a voz do leiloador: - Alice Aguiar, é jovem e bela, irá completar 18 anos, é loira, possui olhos verdes, e é dona de um corpo escultural. Senhoras e senhores aplausos por favor. A visão de toda aquela gente de pé me aplaudindo me deixou estática.  - Alice?  Encarei o "amigo do meu tio" e decidi acabar com isso de uma vez, indo até ele. - Um milhão de reais. - Dê um sorriso garota.  Como eu poderia sorrir?  - Quer que seu tio seja despejado mocinha?  Tirei forças de onde não tinha, e esbocei o sorriso mais falso de toda minha vida. - Muito bem garota. - Cinco milhões - um rapaz alto, de terno grafite, me encarava fixamente. Saiu de seu lugar, e caminhou até frente ao palco do salão.  - Alguém mais?  - Dez milhões.  O cara que não parava de me admirar com os olhos, rebateu, sem tirar os olhos de mim: - Vinte e cinco milhões. - Uau, esse é o maior lance que já tivemos. Alguém dá mais?  Encarei o chão. Isso é ridículo. Como essas pessoas podem ser tão baixas?  - Venha Edward, pode levá-la. Alice é toda sua.  Ele sorriu e ajeitou a gravata. Pareceu satisfeito. Minhas pernas por sinal, não paravam de b*******a na outra de tanto nervosismo. O cretino que me comprou, estendeu a mão, como se tivesse pedindo para que eu lhe acompanhasse até a saída. Não correspondi, apenas caminhei ao seu lado. Ele me olhou seriamente, e eu ignorei, olhando apenas para frente. - Meu carro está logo ali. Sua voz era firme, e me causava um certo receio. Eu não entendia muito de carros, mas me pareceu ser um Porsche. O que será que me espera agora?  Quem é esse homem e o que fará comigo? O vento gelado contra meu corpo fez com que eu cruzasse os braços.  - Coloque isso - disse, tirando seu terno. Não sabia se aceitava ou não. - Alice, é seu nome, não é? - Sim! - Por favor pegue. Farei de tudo para que possamos nos dar bem, disso você pode ter certeza.  Peguei o terno e o coloquei.  - Obrigada. - Disponha. Agora vamos conhecer sua nova casa, melhor dizendo, o meu quarto.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD