? Maia ?
Acordo com meu celular se esguelando de tocar(pelo visto,vou chegar mais uma vez atrasada),corro para o banheiro e tomo um banho quente e rápido,dia de segunda é sempre o pior,aff!.
Saio do banheiro de toalha e troco de roupas no meu quarto,ponho meu uniforme da escola e já vestida passo um lápis de olho e uma base nos olhos por causa da olheira. Desço as escadas correndo e ao chegar na cozinha vejo uma mesa linda posta e farta,mas hoje não ia poder desfrutar do café da Aurora,pego uma maçã e tento sair sem ser percebida.
-Bom dia menina-diz sem mesmo me olhar.
-Bom dia Aurora.
-Não vai tomar café?.
-Não...estou atrasada.
-Como sempre né filha.
-Me desculpe Aurora,bem que eu queria,mas não posso chegar muito tarde,se não meu pai vai rancar meu coro.
-Tudo bem filha,mas para de se atrasar em,não pode sair sem comer quase nada.
-Sim senhora-digo e dou-lhe um beijo na testa.
A Aurora está trabalhando aqui a 5 anos,ela é muito gente boa,cuida de mim como filha,ela tem duas filhas e um filho,o menino não mora com ela,ele mora com o pai,uma das meninas é casada e só uma que vive com ela(uma tem 15,a outra 17 e o garoto 18).
Eu sou filha única,moro só com meu pai,minha mãe foi embora depois que nasci,ela não queria uma menina,nem meu pai na verdade,mas mesmo ele querendo um homem ele me amou,cuidou de mim,fez papel de pai e mãe,todas as namoradas que ele teve também me tratava como filha,me explicavam as coisas de meninas(como menstruação,sexo,remédio,doenças etc),elas me explicavam de tudo e cuidavam de mim,eu me sentia feliz e querida te-las por perto.
Hoje em dia me encontro com 18 anos,com 16 meu pai parou de namorar,então meu único contato feminino é com a Aurora e com a Amanda. Em falar nela,a mesma é como minha irmã,nos conhecemos no jardim de infância e até hoje estamos juntas,ela foi uma das melhoras caisas que me aconteceu,sempre foi tão boa comigo que parece um anjo,é a única que confio de olhos fechados.
Depois de entrar no primeiro ônibus que apareceu fui pra escola,em 7 minutos eu havia chego,no portão estava a Márcia,ela me odiava e eu?,nem ligo para as birras de mulher velha.
-Atrasada-diz quando eu chego.
-Também percebi-digo debochada.
-Pode da meia volta garota.
-Ta doida?,por que?.
-Passou do horário de entrar.
-Mas eu vou entrar sim,que negócio é esse.
-Não vai não.
-Eu quero falar com a diretora.
-Ela está ocupada.
-Então eu ligo-ligo para a Carolina e em estantes ela atende-,Oi diretora,aqui é a Maia Isabella,a Márcia não quer deixar eu entrar,eu tive um imprevisto,meu ônibus atrasou,será que pode me liberar. Eu sei,eu sei,mas eu disse que ia melhorar. Claro que eu falo com ele. OK então-ponho no viva voz a parte em que ela permite que eu entre e de imediato minha entrada é liberada.
Meu pai já ficou com a Carolina e até hoje ela não esqueceu ele,me safava de muita coisa por causa disso. Passo pelos corredores vazios e vou em direção a minha sala,bato duas vezes na porta e peço licença a professora,ela balança a cabeça e eu entro,me sento do lado da Amanda e assim assisto a aula.
-Achei que você nem ia vir-diz quando acaba a aula.
-Tenho que vim,sabe como é meu pai-digo arrumando minhas coisas e levantando para o intervalo.
-Ele falou alguma coisa contigo?.
-Disse que se eu não acordasse no horário hoje eu não ia sair mais,disse que preciso ser mais responsável,que não posso ser mais uma garota mimada,que pelo fato de ser quase só,tenho que lutar por mim.
-Que tenso,se soubesse nem te chamava.
-Deixa,não posso viver fazendo tudo que ele quer,eu sou livre,quero viver,não quero ser amargurada que nem minha tia Leila,que meus avós falam e ela obedece tudo até hoje,não sai,não vive...Deus me livre.
-É Bella,que vida complicada.
-De verdade.
Depois de todas as aulas terminadas fui pra delegacia,sim eu sou PM com 18 anos?,eu passei no concurso e meu pai está me ajudando também,esse era o sonho dele,se é o meu?,nem eu sei,eu gosto de ser PM mas é muita descriminação por eu ser mulher. Eu nunca tive um sonho formado,eu sempre fiz o que meu pai queria,amo ele de mais e o que disser que é certo é certo.
-Olha quem chegou no horário-brinca o Bei.
-Para Bei,eu sempre chego no horário.
-Sempre,sempre.
-Vamo parar de conversa e vamos trabalhar,tem missão pra vocês-diz o nosso comandante.
-Fala,qual é a de hoje?.
-Blitz no começo da Ilha,vai você Ben,a Maia e a Olívia.
-Sim senhor-falamos nós dois juntos e assim saímos para fazer a Blitz.
Ficamos o dia todo no começo da Ilha do Governador,vem um carro bem rápido mais eu fico na frente para ele não fugir da blitz.
-Desce do carro!-digo firme e alto.
O homem desliga o carro e saí,ele era alto,bonito,parecia bem mais velho que eu,vou até ele e olho bem seu rosto.
-Documento do carro e seu-eu chamo o Bei com a cabeça e ele vem até mim,o homem me da os documentos e o Bei revista ele.
-Podia me revistar doutora,ou tem medo?-diz sorrindo.
-Não faço isso. Gabriel Ribeiro,26 anos. Mora aode?.
-No Dendê.
-Tem drogas no carro?.
-Não.
-Tem arma?.
-Vai vê tu mesmo.
-Eu estou te perguntando e acho bom falar.
-Tem não doutora.
-Revista o carro dele.
-Ta limpo-diz depois da revista.
-OK,está liberado.
-Muito obrigado policial.
-Se ficar falando nesse tonzinho eu prendo seu carro,não está apto para dirigir.
-Como não,minha carteira ai na tua mão.
-Ta vencida.
-Cara***!.
-Veja logo a carteira,pode ser parado por alguém que não queira saber se você tem os documentos.
-OK. Valeu ai.
Ele sai e nós continuamos nosso trabalho.