Capítulo 108

956 Words
Digão Narrando - A adrenalina correndo pelo meu corpo, aquela correria misturada com agitação. Eu to muito puto, o estrago dessa invasão eu já to até vendo, muitos inocentes mortos e feridos, os vapores e muitos canas. Metralha com os soldados dele mandando tiro lá pra baixo, VT subiu na lage pra pegar a visão do lata velha, furou o pneu do blindado e ficou gritando lá de cima. VT: VAAAAAAI MORRER POLÍCIA. Falou gritando lá de cima e eu tive que rir, esse cara é muito comédia. - Esse é o meu Pitbull p***a, se tentar com nós fica fudido. Não tem jeito. Pedi cobertura pro metralha, vim arrastando a ponto 50 pro meio da rua, essa metralhadora é mais pesada do que eu, ta brincando hahahaha. Posicionei pra cima e fiquei na atividade. Ainda mais que eles estão largando o dedo lá de cima. Quando o helicóptero sobrevoou próximo da boca, mandando rajada aqui pra baixo, eu já devolvi na mesma intensidade. Metralhadora cuspindo firme, ela é 600 disparos por minuto, o equivalente a 10 tiros por segundo. Vai tomando filho!! - E o barulho da explosão tomou conta do ambiente, os soldados me olharam com os olhos arregalados e o Metralha com o olhar de assustado, como se tivesse vendo assombração e eu sorri satisfeito, nós já nasceu na guerra, isso aqui não é nada pra nós. Ninguém vai entrar no meu morro, fazer bagunça e sair impune. Aqui é o meu território, a área que eu domino e quem manda sou eu, não é bagunça. - Eles foram recuando e nós mandando tiro pro r**o deles, não estava ainda satisfeito. Esse delegado nunca mais bota o pé aqui, vou fazer da vida dele um inferno. Vai se arrepender de um dia ter cruzado o meu caminho. - O céu estourou de fogos anunciando o fim da invasão. A invasão durou horas e não consegui nem entrar em contato com a minha mulher pra saber se estava tudo bem. - VT desceu da lage e ficamos vendo de perto estrago feito, os vapores já foram recolhendo os corpos dos amigos, e os corpos dos cana mandei colocar tudo lá em baixo na barreira, eles tem uma hora para tirar tudo de lá, se não taco fogo. - Vou tomar minhas medidas se não, não vamos viver tranquilos, porque viver em paz essa minha vida não permite. Fiquei pensando em como agir e o VT me chamou me tirando dos meus pensamentos. VT: O que você vai fazer com o AK? Alguém ligou para o celular dele? Digão: No meio de uma guerra tu acha mesmo que eu vou prestar atenção em celular? Deixa eu ver se alguém ligou. VT: Ué c*****o, na guerra tu estava fumando baseado. Pensei até que tu queria um café, mas o celular não pode atender né? Digão: Uma coisa não tem nada a ver com a outra hahaha. Mas ninguém ligou não. VT: Acho melhor deixar ele livre, você fica com o celular e ver se alguém vai ligar. Digão: Ele vai atrás de outro celular e vai passar pra quem quer que ele esteja envolvido, que pegamos o celular dele. VT: Mas tu não pode fazer nada agora, tu não tem a certeza de nada. E o bagulho dele é pessoal comigo, na melhor eu vou estourar a cara dele. Digão: Bota alguém de olho nele, 24h por dia. Alguém de confiança, bota o Urso. Vou lá abrir a porta da sala pra ele meter o pé, antes que eu dê um tiro na cara dele, não to bom ainda não. - Falei indo até a minha sala. Cheguei na sala, abri a porta e ele já veio na minha direção, com aquela cara de medo, certeza que ele tá fazendo merda mano. Sempre soube que eu sou justo e não faço nada sem antes de ter os cem por cento. Se ele está com medo, é porque está devendo. AK: Qual foi chefe, me deixou aqui preso como se eu fosse um vacilão. Digão: Se tu é vacilão são suas atitudes que vão dizer, pode meter o pé, mas o seu celular vai ficar comigo. AK: Tem necessidade disso mesmo chefe? Digão: Minha palavra é uma só e tu já deveria ter se acostumado com isso, mete o pé. - Falei e ele saiu bolado. - Voltei os trabalhos, depois das invasões é o mesmo protocolo de sempre. E a favela sangra, vários amigos, inocentes tudo morto ou ferido. As casas de moradores alvejadas de tiros, é f**a. Ficamos nessa correria de mandar as metas pras famílias, resolver o funeral amanhã que vão ser várias pessoas sendo enterradas. Mandar coroa de flores pra cada um. - O morro já estava limpo, não se via mais sangue, os vapores já foram limpando tudo e até os moradores ajudam. Fui pra fora da boca, na calçada e os manos reunidos, alguns moradores me olhando com cara de raiva. É f**a, não se escolhe quem vai amar, ela pode ser filha dele mas não é igual a ele. E a minha vida pessoal não desrespeita ninguém, desde que o Alemão era gestão do meu pai ele vinha fazer isso aqui, então não podem pegar a mina pra Cristo e colocar essa culpa nas costas dela, não vou permitir. Geral já sabe que ela é filha dele, essa p***a de i********: de fofoca é pior que o Tino junior filho, o mosquitinho fofoqueiro roda aqui sinistro. Mas suave também, não tenho nada a esconder. Minha vida pessoal não interfere na minha gestão do morro, vão ver na prática. - Ficamos sentados na entrada da boca, fumando um baseado e jogando conversa fora. Metralha ainda estava aqui com os seus soldados.
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