Digão Narrando
- Fico puto quando me deparo com ratos no meu morro, quem foi eu não sei, mas vou descobrir e vai pagar com a vida. Aqui fica um bom tempo sem nada disso, porque eles sabem o que faço quando mexem no que é meu. Pago geral namoral e vai querer me roubar? Estão fudidos, se não abrirem a boca pra falar quem foi, todos que estão aqui vão morrer. Não sou bagunça e eles sabem disso, se fazem isso é porque escolheram fazer, então não vem com desculpas que eu não vou aliviar pra ninguém. Fiquei quieto na minha, aguardando o VT voltar. Se foi o AK isso está sendo mais pessoal com o VT do que comigo, mas que se f**a, vai pagar do mesmo jeito.
- VT chegou com o AK na boca e começamos o desenrolado, tirei a arma de geral. Só eu fiquei armado, tirei até do VT, não pra diminuir ele como sub mas sim porque ele da um de maluco, quando vejo já matou.
Digão: Vamos ao que interessa. AK quem te autorizou fazer o recolhe da boca 6?
AK: O VT chefe, ele estava bebendo na casa dele, aí teve o kô lá na barreira, ele subiu com a mina e o Urso. Me viu e pediu para fazer essa visão pra ele, mas eu só recolhi e entreguei a ele. No portão dele mesmo. - Disse sério e confiante no que estava falando.
VT: Te pedi é o c*****o seu desgraçado, eu nem te vi ontem a noite seu filho da p**a. Eu vou te amassar na porrada pra tu deixar de ser moleque e mentiroso. - VT já foi pra cima dele dando uma sequência de soco e eu tirei.
Digão: Tu tem certeza do teu papo AK? Sabe que eu não tolero mentiras e muito menos ratos. Correto? - Disse e os fogos estouraram o céu, começou aquela correria do c*****o. O celular do AK tocou e ele vacilou no olhar.
Digão: Atende essa p***a.
AK: É minha mina chefe.
Digão: Então, atende a tua mina, c*****o. - Disse puto. Ele pegou o celular pra atender e era número privado. Quando ele atendeu, desligaram. Ai eu peguei a visão de tudo, tomara que eu esteja enganado, porque se não ele tá fudido.
- Peguei o rádio e comecei a gritar.
- Rádio On.
Digão: Quem é que tá invadindo p***a?
Vapores: A Civil chefe, tá f**a aqui na barreira, precisamos de reforços. Eles vieram pesados.
Digão: Não deixa subir c*****o, não deixa avançar. Nós vai descer, fica na atividade. Não dá bobeira p***a.
- Rádio Of.
- Já sai correndo pra minha sala e o VT junto, o AK já ia se adiantando e eu puxei ele pela camisa.
Digão: Hoje você vai pra guerra do meu lado, pegou a visão? - Disse com o meu olhar de psicopata pra ele.
AK: Qual foi chefe, hoje não é nem meu plantão. - Falou com medo.
Digão: f**a-se, quem manda sou eu. - Disse já na ignorância.
- Ele esquece que é minha cria, eu que criei. Eu que ensinei tudo sobre o crime pra ele e ele vai morrer na minha mão por me trair e ainda tentar jogar o VT de bola. Pegamos nosso colete, munição e fuzil, sai da sala com o VT e mudei de ideia.
Digão: AK você vai ficar trancado na minha sala até essa guerra acabar, depois a gente vai trocar uma ideia de homem pra moleque. Valeu? - Falei olhando nos olhos dele.
AK: Não fiz nada não chefe, tá desconfiando de mim atoa. Te dei o papo reto, mas tudo sobre o VT tu passa pano e quer colocar culpa nos outros. Quem é rato não sou eu, ele que quer me jogar de bola e você está permitindo. - Falou com o cu cagado de medo.
VT: Digão eu vou na frente se não vou amassar esse moleque na porrada, papo reto. - Disse saindo.
- Não dei muita ideia pro AK, tranquei ele e segui atrás do VT que já estava me esperando na moto, fomos em uma só porque fica melhor.
Digão: Mano tem que passar lá em casa e colocar elas no cofre, eu tenho certeza que é o cuzão do delegado.
VT: E o cuzão do policial.
- VT foi no foguete lá pra casa, os tiros ficando cada vez mais intensos e mais perto, tu conseguia ver os traçante passando, bagulho doido. Cenário de guerra mesmo, com a civil é sempre assim, eles não são de bobeira.
- Já cheguei na entrada da minha casa pulando da moto e assim que entrei as meninas vieram na minha direção. Puxei a Caroline mais próximo, não tenho muito tempo.
Digão: Seu pai está invadindo e provavelmente para pegar você. Preciso que vocês fiquem no cofre para a proteção de vocês mesmo.
Caroline: Fico no cofre com uma condição, quero saber como ele se abre por dentro e eu quero um rádio aqui comigo. Se não vou ficar aqui na minha sala mesmo, sem me esconder. Ele não vai me tirar daqui, eu não vou a lugar nenhum com ele.
Digão: Pra que você quer rádio e quer abrir o cofre? Tá ficando doidona? No rádio tu só vai ouvir tiro e ficar assustada, não é maneiro pra tu ficar ouvindo isso, vai ficar aqui toda preocupada.
Caroline: Diego já disse. - VT já veio com o rádio e deu a ela.
Digão: Independente do que acontecer hoje, você só vai sair daqui comigo morto. Ninguém vai escolher onde você tem que ficar, essa escolha é sua e se você escolheu tá aqui, ninguém te tira, nem que isso custe a minha vida. - Falei sentindo uma parada estranha no peito.
Caroline: Para de falar assim, você vai voltar inteiro pra mim. Nada vai acontecer com você, você tem que ficar bem pra eu ficar bem. Você me trouxe a vida, eu te amo Diego. - Disse com os olhos marejados, aí me fodeu mano.
Digão: Eu te amo pra c*****o diaba, nunca duvide disso. - Me despedi dela e o VT da Luana.
- Colocamos elas no cofre e eu dei a senha, tomara que ela não faça nenhuma maluquice cara, papo reto. Ela não é muito boa da cabeça não, fico até preocupado. Nos despedimos delas e fomos pra guerra, mas dessa vez foi diferente. Não é uma guerra pra defender meu morro de quem quer tomar, é uma guerra pra ninguém tirar o amor da minha vida do meu lado. Ela escolheu estar aqui e só quem tira ela daqui é ela mesmo, fora isso, ninguém. Só comigo morto e depois de morto, como o meu irmãozão diz, vai ter que passar por ele.
- Já fomos descendo as vielas, aquela correria das pessoas correndo, ainda é cedo tlg? Isso não se faz, as crianças na escola, n**o trabalhando em seus comércios. Isso é a maior covardia da vida com as pessoas da comunidade.
- Eu vou fazer eles se arrependerem dessa invasão, mexeram mais uma vez com a pessoa errada e invocaram o demônio. Provavelmente eles pediram reforços, porque já tem helicóptero voando, o famoso águia. E hoje o águia vai cair. Subimos na moto e seguimos, quem estava de bota eu estava morando só na cabeça, eles vieram pra matar e eu vou fazer o mesmo.
Digão: Bora pra lage da boca da rua 7, hoje eu boto esse águia pra cair. - Disse pro VT que já foi indo.