Capítulo 105

752 Words
Antônio Matolly Narrando - Não é novidade que o Complexo do Alemão está entre as favelas mais perigosas do Rio, mas eu não imaginava o quando de armamentos pesados que eles tem, não é só fuzil. É armas de guerra mesmo e isso me deixa extremamente irritado, o erro vem de cima, de gente grande. vem da fronteira e vem do Estado. Podem falar o que quiser de mim, dos meus erros, mas nunca negociei com bandidos ou vendi armas, se continuar desse jeito, esse projeto de pacificação será totalmente falho. - A guerra estava acontecendo, você ouvia barulho de todos os calibres possíveis, as armas deles eram mais potentes, mas o que fazia a diferencia é o nosso treinamento. Não damos tiros a esmo, damos certeiros. E nem todos esses vagabundos sabem atirar no alvo, que no caso somos nós. Mas mesmo assim foram muitos mortos, muitos feridos. Tanto deles quanto dos nossos. - Quando Caroline falou comigo no rádio, ela jogou a minha honra no lixo, eu não queria acreditar que estava ouvindo aquilo e que era tudo verdade. Aquelas palavras doeu mais que um tiro, não sei aonde eu falhei com essa menina. A vergonha de todos os policiais me olhando, eu não sabia aonde enfiar minha cara, mas ela não vai ficar aqui, nem que pra isso eu tenha que entrar e matar esse safado. Ele falando na minha cara que eu não poderia fazer nada porque eles se amam, ama o que? Desde quando bandido ama alguém, ele iludiu minha filha e vai pagar caro por isso. O destino dele será pior que o do pai, ele vai morrer e na frente dela. Ela vai se arrepender de um dia ter feito isso. E ele ainda apanhou pouco. Eu tinha que ter arrebentado esse merda. - A mídia o tempo inteiro em cima, daqui a pouco chega notificação da corregedoria, ela não está aqui contra a própria vontade. Eu sei que isso pode me trazer problemas, enquanto essa notificação não chega, eu preciso agir. Antônio: Vamos subir e dessa vez não quero que poupem ninguém, mira só na cabeça. Quero minha filha fora desse morro o quanto antes. - Disse já me posicionando para subir. Otávio: Você sabe que esta fazendo errado né? Ela não está aqui contra a vontade dela, então ela não é diferente da Luana. - Disse querendo me irritar, que sujeitinho presunçoso esse Otávio. Antônio: Aqui eu mando e você obedece, se não quiser subir você fica no carro e eu te afasto da minha delegacia. Você querendo ou não, aquela cadeira que você quer, ainda é minha. Não me faça te esculachar na frente dos outros. - Falei gritando na cara dele. - Subimos em equipe, o helicóptero já sobrevoando novamente, o blindado subindo na frente, nos dando proteção. - E os traçantes passando por perto de nós, avançamos mais um pouco. Ficamos baseado na parede de um bar que tem aqui, e mandamos tiro lá pra cima, o blindado deu uma freiada brusca e foi descendo, provavelmente um tiro acertou o pneu, mas não nos intimidamos, ainda não é hora de recuar. O barulho do tiro nos deixando surdos, avançamos mais a frente e o helicóptero pegou fogo no alto, e aquele barulho de explosão tomou conta do lugar. Otávio: Precisamos recuar, não temos como seguir. Estamos correndo riscos de ficar encurralados aqui, p***a Antônio. Antônio: Pede reforços p***a, eu não posso deixar a minha filha aqui. Otávio: Você precisa colocar sua cabeça no lugar, olha o quanto de policiais morrendo. Sua filha quer estar aqui p***a. Antônio: Eu vou tirar ela daqui nem que seja a última coisa que eu faça na vida. Otávio: A corregedoria vai tirar seu cargo, é isso que você quer p***a? Pensa c*****o, não vamos conseguir avançar e todo mundo vai morrer nessa p***a. Antônio: Vamos descer p***a, que c*****o. - Fomos descendo, com cuidado, dois policiais do meu lado foram acertados. Otávio foi puxando um e eu puxando o outro. Até que ouvimos o barulho do blindado descendo sem direção, perdendo o controle. - Perdi a cabeça, as coisas saíram totalmente do controle. p**a que pariu, perdemos um helicóptero, um blindado praticamente massacrado e muitos policiais feridos. - Fomos descendo e os outros policiais recuando, uns veio nos ajudar a carregar os polícias feridos até que chegamos a barreira. Já tinha diversas ambulâncias para primeiros socorros. - Me afastei e olhei o estrago feito. Caroline acabou com a minha vida a troco de nada.
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