1 SEMANA DEPOIS....
Luana Gonzaga Narrando
- Meus dias tem sido muito corrido, quase não tenho ficado em casa e minha mãe está ficando no meu pé por conta disso. Estou literalmente apaixonada pelo Otávio, ele é um verdadeiro príncipe, faz de tudo pra me ver bem e feliz, sei que é cedo mas tenho total certeza dos meus sentimentos. Desde o dia da choperia a gente se ver todos os dias e ontem por pouco não me entreguei pra ele, o celular dele tocou e teve que ir pra delegacia que tinha uma ocorrência.
- Caroline não dá sinal de vida, não sei dela. Mando mensagem, não chega. Ligo e da desligado. Alguma coisa ta acontecendo, dei o espaço dela mas também não é pra tanto né minha irmã. Então vou aproveitar que hoje é sexta e irei na casa dela, vai que ela anima da gente fazer alguma coisa. Era umas 17h e antes de me arrumar mandei mensagem para o meu gato.
- w******p On.
Luana: Amor, hoje vou ir na Caroline, se ela topar dar uma volta não vamos conseguir se ver ou só depois que voltarmos. Ta ok.
Otávio: Oi meu amor, ta ok.
- w******p Of.
- Fui pro meu quarto, tomei um banho rápido. Me sequei, passei um hidratante e desodorante. Optei por uma calcinha minúscula, vai que eu consiga ver meu boy hoje, nunca se sabe hahahahah. Coloquei uma saia jeans, um cropped tomara que caia branco, um tênis branco. Fiz uma maquiagem leve e to pronta, meu cabelo já estava feito. Sai do quarto dando de cara com minha mãe.
Carine: Posso saber aonde a senhorita vai?
Luana: Mãe, vou na Caroline.
Carine: Ah, lembrou que ela existe.
Luana: Ela estava precisando de espaço e eu dei.
Carine: Luana veja bem o que você está fazendo da sua vida.
Luana: Mãe não estou fazendo nada demais, encontrei alguém que esta me fazendo bem. O que tem de errado nisso?
Carine: Um cara que você ainda não trouxe pra me conhecer e um cara que só vem te ver de noite.
Luana: Mãe ele trabalha, não é desocupado não. E para de agir como se eu fosse criança, sei me virar e me cuidar.
Carine: Espero que quando você acordar não seja tarde. - Falou me dando as costas e indo em direção ao seu quarto.
- Não sei que implicância é essa, ela nem conhece o Otávio e já fica julgando desse jeito. Não quero que ela conheça ele por agora, ainda é cedo. E ela não entende isso! Sempre falava que era pra mim arrumar uma pessoa e não sair ficando com todo mundo, que aos olhos de Deus isso é errado. Ai quando faço o que ela sempre pediu, fica nessa palhaçada. Odeio brigar com ela, mas ela já está passando de todos os limites. Acho que chegou a hora de arrumar um emprego, alugar uma casa e seguir meu caminho.
- Pedi um Uber para casa da Carol e fui para o lado de fora. Não demorou muito para o carro chegar, entrei e o moço seguiu viagem, fiquei olhando a paisagem e perdida em meus pensamentos. Realmente ele só vem me ver a noite, mas ele tem o trabalho dele, a vida de um policial não é um morango. Ainda mais com a criminalidade tomando conta de tudo, diversas vezes a Caroline falava que o pai dela m*l parava em casa. Minha mãe quer é me deixar maluca, isso sim. Demorei a encontrar alguém que eu pudesse ter um relacionamento e agora que encontrei, ninguém vai estragar isso, nem mesmo a minha mãe.
- Fiquei pensando em diversas coisas e nem me toquei que já estava chegando. O moço parou o carro, paguei e agradeci saindo do carro.
- Apertei a campainha umas três vezes e nada, acho que não tem ninguém. Apertei mais algumas vezes e o tio Antônio abriu com uma cara de betado e o semblante péssimo e abatido.
Luana: Oi tio, tudo bem? A Caroline esta? Não to conseguindo falar com ela esses dias.
Antônio: Está sim, pode entrar. - Ele falou me dando espaço para entrar. Quando entrei ele me impressou no portão me enforcando e eu fiquei muito assustada.
Luana: Me solta, você está maluco? Ta me machucando. - Falei tentando tirar as mãos dele do meu pescoço mas zero chances.
Antônio: Fala aonde a Caroline esta sua vagabunda? Você sabe e só veio aqui me sondar, eu vou matar todos vocês, não brinquem comigo, vocês não me conhecem.
Luana: Se eu soubesse aonde ela estava não teria vindo aqui atrás dela. - Falei tentando empurrar ele.
Antônio: Você sabe sim, é uma safada como ela. Ela vai pra França de qualquer jeito, nem que isso seja a última coisa que eu faça nessa vida. E quando eu achar ela, ela vai tomar uma surra pra nunca mais me desafiar saindo de casa. Ela depende de mim, come e veste as minhas custas, saiu da p***a do meu saco, quem manda nela sou eu. - Disse cuspindo na minha cara aquelas palavras horrorosas, e eu comecei a ficar nervosa e assustada com os olhos marejados.
Luana: Me solta, se você não me soltar eu vou gritar.
Antônio: Grita, vai ser um prazer te fazer passar vergonha e mostrar a p*****a que você é, saindo com homem casado. Você acha que eu não sei? Foi você que intoxicou minha filha, com esse teu jeito de menina doce mas no fundo é uma safada e desvirtuada. É até gostosa, e eu poderia brincar com você, mas como o Otávio já pintou e bordou com você, perdi o interesse, não pego babado. - Falou passando a mão pelo meu corpo.
Luana: Me solta pelo amor de Deus. - Falei chorando descontrolada.
- Ele simplesmente me pegou pelo braço e me jogou na calçada como se eu fosse um pedaço de carne, entrou e fechou o portão.
- Fui andando pela rua chorando descontroladamente. Não sei aonde está minha amiga, ela esta correndo perigo com um pai filho da p**a desse, e o pior de tudo, não desconfiei de nada que pudesse estar acontecendo com a Caroline. Também estão focada no Otávio que não me atentei a nada. O pior de tudo é o Otávio ser casado, isso sem dúvidas, me acertou em cheio. Ele estava me usando esse tempo todo, e só de pensar que quase me entreguei pra ele meu estômago embrulha. Acho que nasci pra ser sozinha mesmo, esses homens são todos iguais. Meus Deus, será que sou tão ingênua assim? Até minha mãe percebeu e eu não. Sem contar que o nojento do Antônio disse que ele usou e abusou. Devo estar sendo motivos de comentários na delegacia, aonde eu fui me enfiar cara.
- Fiquei andando sem rumo pelas ruas até chegar em uma praça, sentei em um banco e chorei de soluçar. Um choro de desespero e que doía a alma. Que Deus cuide e proteja minha amiga, aonde quer que ela esteja. Será que se eu pedisse ajuda os meninos do Alemão para tentar achar ela, eles me ajudariam?
- Depois de uns minutos fiquei mais tranquila, pedi um Uber em direção ao Alemão. Eu preciso agir, não posso ficar parada. Se o Antônio pegar a Caroline eu não sei o que pode acontecer, não sei se ele teria coragem de fazer algo contra a própria filha, mas ele não está no seu estado normal. Ou vai ver esse é o estado normal dele e só fingia muito bem, o Uber chegou, entrei no carro e fui em silêncio.
Uber: Senhora, eu não subo a comunidade, ok?
Luana: Só me deixar na barreira, já va me ajudar muito.
- Fiquei em silêncio remoendo tudo que estava acontecendo.