SEQUESTRADA PELO DONO DO ALEMÃO - CONCLUÍDO

Capítulo 61

VT Narrando

- Cheguei na boca e o Digão já estava, estranhei logo de cara hahaha será que a noite não foi tão boa assim? poxa, tadinho. Já entrei na sala dele antes mesmo de entrar na minha. E eu vi de cara que alguma coisa ta rolando, se ele não me contar vou ficar um mês sem falar com ele, comigo é logo assim. Ou nos é amigo e fecha ou nós não é amigo e não fecha.

- Ele desabafou comigo e o bagulho é mais em baixo do que pensei, é f**a mano. Eu nunca pensei em ver ele apaixonado por alguém, as vezes achava que ele nem tinha coração. Em todos os bagulhos do morro, n**o prefere chegar em mim primeiro do que nele, com ele não tem papo, não tem sentimentalismo certo e agora ta apaixonado, vai entender essa vida, e eu sigo intacto, graças a Deus.

- Mano, dei o conselho pra ele que eu gostaria de receber se no caso fosse eu conversando com ele, tlg? A situação em si é f**a mesmo, envolve vários aspectos, mas se ele gosta da mina e ela dele. Vão enfrentar isso tudo juntos e vão passar por cima de qualquer parada juntos.

- A favela vai viver tendo invasões dos cana, o pai dela não vai dar sossêgo. Fora os inimigos dele, vai tentar muito contra eles, ela vai virar automaticamente o ponto fraco dele. Fora que ela não vai aceitar ele matar o pai dela, assim como ele fez com o pai dele e quer fazer com o próprio Digão também. Ele vai tem que enfiar essa vingança no cu pra ficar com a mina. Mas se o delegado ficar vivo, eles não vão ter paz.

- Ih mano, maior parada. Só de pensar no enredo dessa história fico nervoso. Realmente ele tem razão, as vezes antes de começar já esta fadada ao fracasso. Quero muito que ele conheça uma mina responsa tlg. Se ele falar pra mim que é ela a mina que tomou o coração dele de assalto, eu tô fechando com ele no claro e no escuro até depois do fim. Pode vir a Civil, Bope, Core e os c*****o todo que ninguém vai tirar ela daqui.

- Nós não tem ninguém, é eu por ele e ele por mim, não temos mais família, nós é a nossa família. Época de final do ano, natal e ano novo, nós passa meia noite eu e ele, tia Sônia faz uma ceia lá pra nós e fé. Nós não demonstra, mas sabemos como dói não ter ninguém em datas comemorativas como essa, é nessa hora que o filho chora e a mãe não ver. Peço todos os dias pra morrer primeiro que ele, se ele for primeiro não sei o que vai ser não, papo reto. Então ele merece sim construir uma família e ter alguém do lado dele que faça datas como essas serem maravilhosas e apague um pouco da tristeza que ele carrega.

- Troquei o plantão dos vapores e fui pra minha sala. To estranhando não ter uma mancada, não ter um vacilo nessas contas, tá bom demais pra ser verdade. Fiquei trabalhando intertido na contabilidade e o Digão entrou na sala.

Digão: Bora lá bater um rango na dona Marluce?

VT: c*****o, já é hora do almoço?

Digão: Lógico, bora logo mano.

VT: Bora.

- Levantei da cadeira, fui pro lado de fora da boca, subi na moto e ele na minha garupa, não sei que loucura é essa de vir de carro pra boca, cara louco.

- Chegamos lá na pensão e estava cheia como de costume. Sentamos em uma mesa reservado, a atendente safada anotou nossos pedidos. Ficamos em silêncio mexendo no celular porque o Digão é enjoado e não gosta de conversar, fico pistola com isso mano.