Capítulo 62

1003 Words
Digão Narrando - Fui na sala do VT chamar ele pra almoçar mas parece que o mano estava em Narnia não tinha noção nenhuma do horário e eu cheio de fome. Fomos pra parte de fora da boca, subi na garupa dele seguindo pra pensão da dona Marluce e deixei meu carro na boca. - Chegamos lá, sentamos na mesa destacado e a atendente anotou nossos pedidos cheia de sorrisinho. Mano, odeio mulher oferecida, será que ela não ver que isso é ridículo? Homem nenhum gosta de mulher fácil e dada desse jeito. Ela saiu e eu fiquei na minha, porque se eu der confiança pro VT ele fica falando o dia todo, fala pra c*****o. O rádio apitou e eu já na atividade. - Rádio On. Vapor: Chefe na escuta? Digão: Passa a visão. Vapor: Tem uma mina aqui na barreira chorando pra c*****o querendo falar contigo. Ainda me xingou que não deixei ela subir. Digão: Marca um 10 que eu to chegando. - Rádio Of.. - Levantei da cadeira saindo em direção a moto e o viado do VT continuou lá sentado, to dizendo. Digão: VAMBORA FILHÃO.- Dei um grito VT: ah é, esqueci que tu ta a pé hahaha. Não grita comigo não que eu te deixo descer andando em. - Falou na maior naturalidade. Digão: Ta perdendo o respeito né? - To dizendo que esse cara é doido mano. Seguimos até a barreira e chegando lá era ela, meu coração deu aquela acelerada sinistra. Nunca imaginei ver ela assim, estava com a aparência triste, o semblante pesado e o olhar vazio, não tinha mais brilho. Totalmente diferente de todas as vezes que á vi. Os vapores já vieram falando um monte e eu caguei, desci da moto indo na direção dela. Mano, se alguém fez algum m*l ou encostou nela vai pagar com a vida. Digão: Qual foi morena, o que houve? - Falei me aproximando e falando em um tom que só eu e ela escutasse. Caroline: Tem algum lugar que a gente possa conversar que não seja aqui? - Falou tentando disfarçar o rosto inchado e limpando algumas lágrimas que insistiam em cair. Digão: Pera ai. - Vai um de vocês na garupa do VT pegar meu carro que esta na entrada da boca, não demore. - Um dos vapores já foi subindo na garupa do VT pra ir buscar o carro. Não demorou muito e ele já chegou. Digão: Chega aí. - Seguimos até o carro, abri a porta do carona pra ela entrar e dei a volta entrando no banco do motorista. - Fui subindo em direção a minha casa e ela em silêncio. Comecei a pensar várias neuroses, será que ela se arrependeu de alguma parada? Será que o pai dela descobriu? Minha cabeça estava a milhão e ver ela assim destruida acabou comigo, papo reto. - Cheguei na entrada da minha casa, os seguranças já abriram o portão de garagem, entrei com o carro, desliguei o mesmo e saímos do carro. Fui até ela, peguei pela sua mão e fui guiando ela até a sala. Digão: Você quer uma água? Caroline: Não, eu estou bem. Digão: Você está tudo, menos bem. Me fala ai, o que tá pegando. - Antes mesmo de começar a falar ela ja estava chorando e eu fui ficando nervoso, não sei reagir muito bem quando alguém esta chorando, não sei amparar ninguém, sou muito seco, a vida me tornou assim. Caroline: Meu pai comprou uma passagem pra mim ir pra França, só de ida. E eu descobri hoje por acaso limpando o quarto dele. O vôo está marcado para amanhã, ele iria me mandar contra a minha vontade pra esse lugar. Digão: Que loucura mano, não sei nem o que te falar, de verdade. Caroline: Não precisa falar nada, só me deixa morar em alguma casa aqui no Morro. Em qualquer outro lugar ele vai me achar e eu infelizmente vou ter que ir contra a minha vontade. Digão: Você sabe que cedo ou tarde ele vai descobrir que você está aqui e isso vai gerar uma guerra. - Falei olhando pra ela. Caroline: É, eu sei. Me desculpa. Eu não deveria ter vindo, isso é problema meu. - Falou se levantando, indo em direção a porta e eu a puxei pelo braço. Digão: Não, agora isso é problema nosso. Você não vai a lugar nenhum contra sua vontade. Mas estou sendo sincero com você e te dizendo que isso vai gerar uma guerra e nessa guerra só um pode sair vivo. Eu não vou entrar em uma briga por você, que daqui a pouco você possa se arrepender e voltar pra casa. Estou colocando a minha comunidade em risco, os meus vapores e a minha gestão. Caroline: Eu quero viver a minha vida sem ninguém ter que ficar tomando as redias dela, é a minha vida, sou eu que decido pra onde vou ou não. Se ele não conseguir entender isso quando descobrir que estou aqui e ficar fazendo invasões, eu já não vou poder fazer nada, foge na minha alçada. Ai já é com você. Digão: Então é isso. Fica tranquila que aqui você ta protegida, você tem a minha proteção. Até eu ver alguma casa pra você, você pode ficar aqui. Caroline: Obrigada, eu nem sei como te agradecer. - Ela disse com um olhar sincero. Digão: Não precisa agradecer. Vou te mostrar a casa e o quarto que você pode ficar.- Falei andando e ela me seguindo, subimos a escada chegando no quarto, abri a porta e dei passagem pra ela. Caroline: Nossa, a sua casa é linda. - Falou entrando no quarto. Digão: Valeu. Quer comer alguma parada? Caroline: Não, só quero tomar um banho. Digão: Já é, tem algumas paradas no closet, fica a vontade. - Falei andando em direção a porta. - Desci a escada com a cabeça a milhão. Óbvio que eu queria que ela voltasse, mas não dessa maneira, ela não voltou porque quis, voltou porque não tinha escolha.
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