Luana Gonzaga Narrando
- Desde a hora que eu soube da invasão, fiquei perturbada e com um pressentimento r**m. Eu senti que alguma coisa iria acontecer, eu não sou sensitiva e nunca liguei muito pra essas coisas, mas dessa vez foi diferente. Ele tentou me acalmar de todos os jeitos, mas eu não estava bem. Uma das coisas que me fez repensar no passado em ficar com ele foi isso, eu não tenho estrutura psicológica pra lidar com essa vida e nem muito menos perdê-lo.
- Quando chegamos na casa da Caroline, fiquei ainda pior. Tive a sensação de que estávamos sendo observados, mas tentei afastar todo esse pensamento de mim, não faz sentido. As horas foram de passando e meu corpo pesado, um m*l estar horrível e aquela vontade de vomitar me consumindo, ainda mais depois do lanche. Deitei no sofá da sala na tentativa de relaxar e acabei pegando sono.
- Tive um sonho horrível que estava mais pra pesadelo. O Vitor no chão e me gritando "amor acordaaaaaaa, me tira daqui, me dá a mão, eu não consigo levantar". Aí eu acordei desesperada, eu sabia que algo aconteceu, foi desesperador. Meu corpo todo se arrepiou, a ansiedade tomou conta de mim e eu só sabia chorar. Até que o Diego entrou pela sala e ali eu tive a certeza de que realmente tinha acontecido o pior. Eu queria que o Diego falasse mas ao mesmo tempo não, eu não estava pronta para escutar o que ele tinha para falar.
- Quando ele falou o meu mundo parou ali, eu não conseguia escutar mais nada. Eu estava fora de mim, e como se a minha alma tivesse saído do meu corpo, nunca me vi tão desesperada e perdida, eu não tinha forças pra nada. Eles subiram porque o Diego estava em choque, mas eu não consegui ajudar, nesse momento eu não consigo ajudar ninguém porque eu também estou na mesma situação, o enjôo veio com tudo novamente e eu fui no banheiro e botei tudo pra fora, eu estava totalmente fraca em todos os sentidos, ele não me escutou. Gael acordou e me ajudou segurando meu cabelo, tão novo e tão maduro, meu amorzinho.
- A gente precisa de tempo, a gente não teve tempo pra nada ainda. Eu nunca disse que o amava, eu preciso dizer isso. Às vezes o orgulho e o ego deixam a gente cego, nunca disse porque ele nunca tinha me dito, mas isso não importava. As atitudes e o cuidado dele me mostravam claramente o quanto ele me amava. Eu amo o Vitor mais que tudo nessa vida, e se um dia eu desacreditei que teria um amor que cura, ele me fez acreditar novamente, ele quebrou barreiras que um dia jurei que ninguém mais quebraria, porque eu não iria permitir. Ele curou feridas que não foi nem ele que causou, ele me ensinou que não é preciso escalar uma montanha para se sentir no topo do mundo, que até os lugares mais feios podem ser lindos, desde que você pare para olhar. Ele me ensinou que não há problema em se perder, desde que você encontre o caminho de volta. Ele me ensinou a reconhecer o meu real valor, e sem dúvidas ele é a minha cura.
- E a gente não pode esperar uma atitude do outro para que possamos tomar a nossa, o que estou sentindo não desejo nem para o meu pior inimigo. Você não ter a certeza que o amor da sua vida vai sobreviver, eu estou em choque.
- Eles desceram, peguei o Gael no colo porque preciso de um conforto. E entramos no carro para ir ao posto, ele vai sair dessa. Eu sei que vai, se ele morrer eu morro junto.