Lisandra narrando Ele me mandou embora, da favela dele me jogou fora como se eu fosse um nada. Tudo bem. Não vou me humilhar. Não vou correr atrás dele feito essas putas, mas agora eu tô aqui, sem um centavo, sem casa, sem rumo. O meu peito ta apertado, sem dinheiro, eu não tenho nem pra onde ir. Talvez o Bruno, meu melhor amigo, ainda me dê abrigo. Ele sempre me acolheu quando eu precisei. Se eu tivesse como falar com a Tati, talvez até conseguisse algum dinheiro emprestado. Desço a favela devagar, as minhas pernas estão bambas, mas não deixo transparecer. Os olhares vêm de todos os lados: os jogadores de dominó na esquina param as peças e me acompanham com os olhos, as fofoqueiras no portão cochicham, e os vapores disfarçam, mas tão rindo da minha cara. Como se todos falassem: a p**

