Caveira narrando
Assim que a Lisandra saiu do hospital do comando correndo, eu ainda fiquei lá, cara a cara com o Corvo. O clima era de guerra, o tipo de silêncio que antecede o tiro.
Ele se aproximou, os seus olhos cheios de raiva, mas também de medo, medo de perder algo que ele acabou de descobrir que era dele.
— Eu não vou deixar minha filha nas tuas mãos — ele cuspiu, com sua voz grossa.
Dei um passo pra frente, o meu sangue fervendo.
— Tua filha? — repeti devagar, o meu maxilar travado. — você acabou de saber que ela existe, p***a!
Ele apertou os punhos.
— Mesmo assim. Eu tenho direito.
Soltei uma risada seca, daquelas que vêm do ódio.
— Direito é o c*****o.
Ele me encarou firme, nos dois prontos pra explodir. Se o médico não tivesse entrado na sala naquele instante, eu ju
