Corvo narrando Eu já tinha visto n**o meter o peito e vir bater de frente comigo, mas nunca sem calcular o preço. Só que naquele dia, quando o Rubens Souza, meu laranja, pediu uma reunião, eu já sabia que vinha merda. Homem assim não chama pra trocar ideia de graça. Sentei na minha cadeira de couro, aquele cheiro de cigarro queimado ainda pairando no ar, e vi o Rubens entrando, engravatado, tentando se segurar como se fosse algum chefão. A arrogância dele me deu raiva logo de cara. — Preciso falar contigo, Corvo — ele começou, sua voz firme, como se tivesse coragem demais pro tamanho que realmente tinha. — Quero a devolução da noiva do meu filho. A ousadia me fez sorrir de canto. Ajeitei a pistola em cima da mesa, deixei ela brilhando só pra ele entender onde ele tava pisando. Cruzei

