Maite narrando Eu não consigo... não consigo lembrar de nada. Às vezes fecho os meus olhos com tanta força que sinto dor, como se a minha memória fosse vir só porque eu quero. Mas não vem. Fica tudo escuro, silencioso, e o vazio dentro da minha cabeça parece zombar de mim. Três anos. Três malditos anos desde o dia em que acordei naquele hospital, com o corpo travado e a alma em pedaços. Eu nem sabia meu nome foi Olivia quem me contou, quem me deu um espelho e disse “você é Maitê”. Desde então, ela virou minha família, minha casa, meu porto. Mas por mais que eu tente lembrar... nada volta. A única coisa que consigo ver, às vezes, é o rosto de uma menina. Uma garotinha de olhos grandes, sorriso doce e cabelo bagunçado, me chamando de “mãe”. Só que quando tento segurar essa lembrança, e

