Capítulo 5
LACHELLE NARRANDO 🩺
14 dias depois...
Termino de arrumar as únicas coisas que faltam no carro para partir para o aeroporto, entro em casa novamente para despedir de minha tia
Lúcia - Que Deus te acompanhe minha fia, chegar lá da noticias a tia, se não for volta me avisa que eu vou embora pra lá.
Lachelle - Para de bobeirä tia, jamais vou abrir mão da minha vida aqui.
Ela sorrir e confirma com a cabeça, dou um beijo no rosto dela e saio em direção ao meu carro, dirigindo rumo ao aeroporto.
Já chego fazendo meu check-in e aguardo meu voo ser chamado, e vou avisando a Lara sobre o horário que possivelmente vou chegar no Brasil
Estou vestindo um terninho social, com um salto scarpin preto da louboutin e minha bolsa de mão, com tudo que preciso, principalmente para uma emergência médica.
Escuto meu voo ser chamado e já vou em direção ao portão de embarque, seguindo rumo ao avião.
Entro no mesmo e respiro fundo, acho muito gostoso a sensação de voar, é boa e relaxante, tiro meus fones de ouvidos da bolsa e aperto meus cintos pra não ter nenhum risco de algo acontecer, seria desastre demais para uma pessoa só.
Sou azarada, mais tem coisas que até Deus dúvida, não e possível.
( ... )
Após incontáveis horas é avisado que em trinta minutos estaremos pousando em terras brasileiras, já passa de duas e quarenta da manhã, vou precisar ir de taxi, porque só vou conseguir ver um aluguel de carro lá pra semana que vem ainda, tenho tanta coisa pra fazer lá que minha cabeça dói, dói pra cacetë.
Tiro o celular da bolsa já mandando uma mensagem para Lara perguntando se ela está acordada e aguardo a resposta dela, que não demora muito pra chegar, pra graça de Deus.
📲 Lara
Lara - Tô sim amiga, quando você pegar o táxi me avisa que desço para barreira pra te pegar, não é bom você essa hora andando sozinha na comunidade, coração desses moleques é terra que ninguém pisa.
Lachelle - Ok! Minha mãe está em casa?
Lara - Pedi um vapor pra vigiar o dia todo, saiu já era noite e até agora nada. Geralmente quando é assim, vai passar dias fora.
Suspiro frustrada com o assunto, deve ser castigo mesmo, não tem outra explicação, eu tá bem, emocionalmente e financeiramente fora do país e tiro pepino pra descascar aqui ainda.
Lachelle - Até melhor, pessoal da clínica chega amanhã cedo, espero que ela esteja em casa, vamos nos falando.
📲 Off
Apago o celular apenas aguardando a aeronave pousar, doida por uma cama, preciso de um descanso merecido depois de tantas horas assim aqui dentro.
Após 20 minutos avisam que vamos pousar, já aperto o sinto apreensiva, 12 anos fora desse lugar, 12 anos sem sentir o calor do Rio, sai daqui amarela de sol, voltei igual leite, toda branca azeda lá fora até tem sol, mais parece que é diferente, não sei explicar parece que o sol não é tão quente como o daqui, principalmente em janeiro, é um verdadeiro infernö.
Desembarco do avião e já vou em busca das minhas malas, trouxe só duas, como não pretendo passar muito tempo melhor ainda que evita ficar carregando muitas coisas pra cima e pra baixo.
Já saio à procura de um táxi e aviso para Lara que estou saindo do aeroporto rumo ao Complexo do Alemão.
Foi difícil achar um táxi que me levasse pelo menos até a entrada do alemão, o medo de ser um assalto ou até coisa pior é super evidente.
Já na barreira avisto Lara parada com uma roupa de frio, isso aqui pra mim é calor perto do que faz lá fora, pago o taxi e espero ele tirar as duas malas de dentro do porta malas, o que demora a eternidade
Lara : Que linda a gata, saiu daqui toda feinha voltou toda montada.
Lara começa falar espalhafatosa do jeito que ela é, única coisa que eu mudei com o tempo foi meus cabelos que cresceram bem, hoje meu corpo é cheio de tatuagem, e não sou mais magrela e sem conteúdo, p****s e bundä graças a Deus tem em abundância, pra dá vender e emprestar se precisar.
Lachelle - Esqueci de trazer chinelo, vou precisar subir descalça, não vou acabar com meu salto - resmungo frustrada e ela revisa o olho.
Solto uma risada enquanto ela chama um dos meninos para ajudar levar a mala até a casa da minha mãe, que fica mais alto um pouco.
Subimos em direção a casa da minha mãe e muita pouca coisa mudou, ainda tá tudo no seu devido lugar, as vendas que eu tinha conta, tudo tá praticamente exatamente igual.
Lachelle - Aquele ali é o Bernardo? - olho estranho para um cara parado em uma das esquinas com o fuzil atravessado no peito.
Pergunto pra Lara que confirma com a cabeça, Bernardo chega perto dando um selinho na boca de Lara e aí minha ficha cai, ele é o marido dela.
Maquinista - Caralhö loira, quantos anos.
Trocamos beijos no rosto e um breve abraço, antes de começar a falar.
Lachelle - Pois é, tudo bem por aqui? - pergunto sem graça.
Eles se olham e confirmam com a cabeça, Bernardo me ajuda a colocar as malas pra dentro e eu já aproveito pra abordar um assunto, até porque não me custa nada ajudar, já que pretendo ficar até resolver esse assunto da minha mãe.
Lachelle - O postinho daqui ainda funciona? - pergunto curiosa vendo ele coçar a cabeça e negä com a cabeça
Maquinista - Não, agora virou upa, tem mais equipamentos e tudo mais tem até sala de cirurgia.
Começo a me interessar pelo assunto.
Lachelle - Se tiver vaga, tenta me encaixar lá, não preciso receber não, vou ficar pouco tempo no Brasil mas queria poder ajudar, o pessoal daqui.
Maquinista: Que isso loira, amanhã vejo isso pra tu, pode ser ?
Apenas confirmo com a cabeça e nos despedimos, Lara segue com ele e eu vou procurar um quarto para deitar e dormir, amanhã tenho compromisso cedo.