Ethan se mudou pra casa do irmão há pouco mais de dois meses e a proximidade deles aumentava a cada dia que passava. Ainda não haviam entrado em contato com o pai, porque simplesmente não sabiam como contatá-lo, porque tudo o que ele fazia era depositar o dinheiro mensalmente na conta do filho caçula.
Ethan não ligava mais para a ausência dele, e sinceramente falando, muita da sua calmaria vem por causa dos remédios que tomava todos os dias. Embora suas sessões tenham diminuído para uma vez na semana, a psiquiatra manteve a medicação, que o rapaz deixava o tempo todo com ele, tomando escondido do irmão.
— Eu já tô saindo! — Gritou Ethan, jogando a bolsa no ombro, enquanto abria a porta. Phillip gritou da cozinha:
— Ok, boa aula! Até mais tarde!
— Volto antes do jantar!
E assim o rapaz deixou a casa; Phillip continuava a trabalhar no café enquanto fazia um curso técnico noturno. Ele já conseguia alguns trabalhos como assistente, embora ainda não recebesse o suficiente por seus trabalhos. Mesmo assim, ele tentava seguir os passos do irmão, seguindo as coisas com leveza e calmaria – sem saber que muito da personalidade de Ethan era por causa da medicação. O rapaz era um ótimo dono de casa, ele tentava ocupar a mente com afazeres domésticos e até Marco o tinha ensinado a fazer algumas refeições, porque ele queria que Ethan pudesse se concentrar apenas em suas coisas da faculdade.
Phillip também tinha tentado se aproximar mais do cunhado, não a toa tinha pedido que Marco pudesse dar algumas dicas. Durante o verão, ele havia aprendido bastante coisa com Marco e em troca, Phillip o ensinou alguns acordes no violão. O irmão de Ethan também descobriu que ele tinha muitas coisas em comum com o cunhado, como bandas e filmes favoritos, além de livros também. No fim, se tornaram amigos e praticamente tudo havia ficado pra trás. Às vezes, Phillip até mesmo dormia fora para que Ethan e Marco pudessem namorar a sós um pouco. Ele preferia que eles ficassem em casa do que pagassem com hotéis caros ou motéis de classe baixa.
Nesses dias, de ele geralmente dormia em saunas ou ficava no cybercafé com uns adolescentes. Mas ele gostava de ficar lá, até mesmo tinha entrado pra um clã do jogo online em que estava viciado. Tinha decidido que faculdade não era pra ele, então não tinha porque continuar a tentar fazer o vestibular, ele nem mesmo tinha dinheiro pra fazer uma faculdade, porque preferia pagar a de Ethan, que tinha muito mais chances que ele.
— Ah, o bolo! — Exclamou o garoto quando se lembrou de que tinha encomendado um bolo em uma confeitaria ali perto, mas não estaria em casa pra buscar no horário marcado.
Talvez Marco pudesse buscar. Ele tirou o telefone do bolso e discou o número do cunhado, que atendeu ao primeiro toque:
— Oi, então, escuta. Você pode pegar o bolo? Eu tenho um serviço às seis, não vou poder buscá-lo.
— Claro, eu busco. Só me passar o endereço.
— Ok, obrigado. Vou te passar.
O garoto ficou mais aliviado, terminando seus afazeres e finalmente deixando a casa.
✧✧✧
— O que faz aqui sozinha? — Cameron indagou quando viu Nanami sentada em um banco próximo a entrada da escola, já durante a saída. — Achei que tivesse clube hoje.
— Cancelaram a reunião, ouvi dizer que a Suzy teve diarréia depois de comer um daqueles bolinhos que o Sullivan vendeu — explicou Nanami, enquanto via Cam fazer uma cara f**a e passando a mão na barriga. — Você comeu também?
Cam apenas balançou a cabeça pra cima e pra baixo, se lembrando de uma pontada que teve há pouco tempo na região do estômago.
— Por que você comeu?!
— Eu não sabia que era dela! Foi a Faye quem ofereceu!
— Que nojo! Cam!
O garoto estava preparado pra revidar a provocação de Nanami quando uma moto se aproximou de ambos, estacionando na frente deles. O rapaz tirou o capacete e revelou um cabelo ruivo recém cortado.
— Demorei?
— Não — respondeu Nanami, entregando o resto do suco que tomava para Cam, que o segurou de bom gosto.
— Lin-Lin, vai sair com esse b****a de novo?
— Eu tô aqui, sabia? Da pra ouvir você falar — Retrucou Gary, com um sorriso no rosto.
— É pra você escutar mesmo, seu i****a! — Provocou Cam, voltando logo em seguida sua atenção para Nanami. — Lin-Lin, eu realmente não entendo porque continua saindo com ele. Ele te apostou! Ou você esqueceu isso?!
— Ele tá me ensinando a tocar piano, Cam. Não é nada demais. Ele sabe que não gosto dele, certo, Gary?
Nanami deu dois tapinhas no ombro do garoto, que fez uma careta ao escutar a frase da garota, embora ele continuasse todos os dias a tentar ter algo com ela, obviamente em vão. Mas ele não desistia. Lin-Lin acenou para o melhor amigo, colocou o capacete e se sentou na moto, segurando na cintura de Gary, que sentou um arrepio na espinha.
Era assim toda vez que ela tocava nele.
Cameron ficou pra trás. Ela o terceiro dia seguido que ele era abandonado pelos seus melhores amigos; enquanto tomava o resto do suco que Lin-Lin havia deixado, ele indagava a si mesmo se não deveria fazer novos amigos e justamente nesse instante, ele viu Aaron Wang passar por ele com os fones de ouvido e cantando alto. Cam terminou com o suco, jogou em uma lixeira próxima e caminhou na direção de Aaron, se abaixando perto dele se aproximando da lateral de seu rosto, afim de tenta ouvir a música tão animada que ele estava e escutando.
Aaron se assustou quando percebeu a presença de alguém e deu um pulo para o lado, quase caindo no asfalto; Cameron foi bem mais rápido ao segurar no braço dele e o puxar com força para si. Aaron bateu no peito do garoto e olhou pra cima, finalmente reconhecendo Cam, seu colega de turma. Por algum motivo desconhecido, ele permaneceu ali, olhando diretamente nos olhos de Cam, percebendo finalmente que eles eram esverdeados.
— O que foi, algodão-doce? Tá escondendo o que pra se assustar desse jeito, hein?
O sorriso de Cameron era sempre mais puxado do lado direto, dando a ele um ar mais astuto e i********e, além de encantador. Aaron piscou algumas vezes antes de voltar a si e empurrar o garoto para trás, ajeitando a própria roupa.
— Escondendo nada, né?! Você que é o maluco de se aproximar tão sorrateiramente! O que você quer?!
— O que tá ouvindo? — Indagou Cam, apontando para o fone de ouvido.
— Nada, seu brutamontes!
Aaron se virou, fazendo uma careta para ele e seguindo seu caminho por fim, mas Cam logo deu uma corridinha e se colocou ao lado de Aaron, que tentou andar mais rápido.
— Tudo bem, tudo bem. Cadê a Hill? Ela não tem mandando nenhum serviço por você?
Aaron o olhou desconfiado, mas o respondeu mesmo assim.
— Não. Ela nem tem aceitado me ver recentemente, então não sei como anda as coisas.
— Você não tem falado com ela?
Que surpresa — concluiu Cam, parando de repente, mas logo ele começou a correr novamente quando viu que Aaron se afastava novamente. — Será que ela tá zangada porque você a deixou naquela selva de delinquentes?
— Ela não tá zangada com isso, ok? — Aaron vociferou para o rapaz, parando de andar. As vezes, ele odiava ser tão baixinho assim. Mas também era seu charme. — Eu acho que…
— O que? — Cameron se abaixou, apoiando as mãos no joelho, apenas para ficar na altura de Aaron, que ficou um tanto surpreso com a aproximação dele.
— Nada! Não é da sua conta! — Novamente ele vociferou e mostrou a língua para o colega de turma, indo embora logo em seguida. Ele deu uma última olhada no rapaz e gritou: — E para de me seguir!
Cameron se levantou sorrindo e cruzou os braços.
— Tchau, Algodão-doce!
✧✧✧
A lambreta preta de Gary foi estacionado perto da porta do Ice&Tea. Gary abria a porta para Nanami passar e logo eles subiram as escadas, em direção ao piano. A dupla cumprimentou a garota do balcão e sumiu escada acima, na área do palco, onde ficava o piano. Gary sempre tinha um horário vago no café porque conhecia a dona, então ela sempre liberava pelo menos uma hora, dois dias por semana, apenas para que ele pudesse ensinar Nanami a tocar piano.
Lin Nanami descobriu aos poucos que Gary era bem mais do que aparentava, mas ela acreditava que ele só mostrava o que os outros queriam. Recentemente, ela havia descoberto – ele havia revelado, na verdade – que ele gostava de opera e concertos. Ele tinha até mesmo alguns ternos em casa só para que ele pudesse ir às apresentações que ocorriam na cidade de tempos em tempos, mas ele ainda não havia dado o prazer de ser visto de terno por aí. Eles conversavam sobre todo tipo de coisa, Gary já havia presenciado o bom cérebro da garota, que conseguiu recitar vinte poemas que ela havia lido apenas uma única vez.
Gary também descobriu que Nanami não gostava de poesias, e raramente livros de ficção ou romance, mas ela tinha uma vasta gama de livros educacionais, desde ciências e até religião. Ela já tinha lido a Bíblia inteira e conseguia se lembrar de trechos com facilidade, além de conseguir explicar diversas teorias físicas com clareza.
— Mas você tem uma mão dura… o som fica r**m assim. Tenta desse jeito, sente meus dedos — Gary tocava de forma calma e profunda.
— Gary! É você mesmo?
Uma garota ruiva surgiu de uma mesa qualquer, sorrindo e provocativa com os s***s quase saltando de dentro da blusa decotada. Cristo, era outono, ela não tava sentindo frio?
— Amelie… — Gary disse, claramente incomodado. — Quanto tempo…
A tal Amelie se debruçou em cima do piano, deixando Nanami ainda mais desconfortável, porque era claro que a garota estava apagando completamente a existência dela.
— O que faz aqui?
— Eu tô com a Lin-Lin aqui — ele disse, sorrindo gentilmente para Nanami, que acenou de forma robótica para a garota. — Estamos em uma aula, se não se importa.
— Sabe, te liguei algumas vezes, mas você não me retornou — ela claramente não estava se importando. — Bem que poderíamos repetir aquela noite qualquer dia.
Nanami já tinha presenciado algumas garotas dando em cima de Gary, e percebeu que o comportamento dele vinha mudando gradativamente. No começo, ele ainda dava bola para algumas garotas, e logo isso foi mudando. Embora ele fizesse que não, ela sentia que ele só água assim na frente dela, porque ainda não havia desistido completamente de Nanami.
— Sabe, Amelie, eu meio que tô descansando esses tempos, entende? Eu ando ocupado demais pra tá saindo por aí.
— Eu posso deixar você relaxado, Gary… — Amelie sorria sedutora. Ela provavelmente teria conseguido algo bem rápido se fosse com o Gary de meses atrás, mas agora, ela estava apenas se esforçando muito. — Se me der licença, pode sair de cima do piano? Eu ainda tô no meio da aula e você meio que tá atrapalhando.
Amelie pareceu desapontada com a resposta, quase que irritada. Ela lançou um "tudo bem", piscou de forma debochada e virou as costas, deixando os dois.
— Uau — Nanami sussurrou, arqueando as sobrancelhas, ela tinha uma língua afiada, mas jamais conseguiria ser tão oferecia daquele jeito.
— Eu sinto muito… por isso… — Gary estava sem jeito enquanto coçava a ponta do nariz. Era uma mania quase imperceptível dele e sempre dava pra saber quando ele estava envergonhado ou desconcertado por causa desse gesto.
— Por que sai com esse tipo de garotas? – Ela quis saber.
Gary deu de ombros. Não tinha segredo nenhum por trás daquilo.
— Era só diversão. Não tinha sentimento, eu só queria aproveitar a vida. Eu só queria aproveitar o que o s**o pode trazer de bom — ele disse, se arrependendo logo em seguida. — Desculpa, eu… provavelmente não deveria falar de s**o com você.
— Eu tenho dezessete anos, não dez, Gary — ela disse, seria. — Às vezes você tem o costume de me tratar como criança. Não pensou nisso quando apostou um beijo meu com seus amigos.
— Ah, certo, ok, entendi — ele disse, coçando novamente a ponta do nariz.
Um dos passatempos favoritos dela era justamente deixá-lo desconcertado, o provocando daquela maneira. Ele pedia desculpas diariamente, mas no fundo, ela já o tinha perdoado. Aquilo tudo era só uma provocação amigável.
— Por que parou de sair com elas?
— Porque assim eu espero que você possa ver que eu realmente estou tentando mudar. Quero merecer esse beijo que eu tanto almejo, não conquistá-lo como se ele fosse um troféu — dessa vez, ele falou de forma convicta e confiante, olhando diretamente nos olhos dela.
Gary não tinha noção, mas ele começou a desenvolver um super poder muito especial: deixar Nanami desconcertada e até mesmo em dúvida sobre os sentimentos que ela supostamente não tinha por ele. Principalmente quando ele a olhava daquela forma, tão certo e confiante do que ele queria. Ela tinha medo que ele descobrisse sobre isso.
Desde que viu Baek Jeongwoo tão feliz com sua namorada, ela tinha pensado muito. No início, ela tinha tentado se convencer de que aquilo fazia parte do tempo que ela tinha dado a ele. Ela sabia desde o início que seu professor era comprometido com outra mulher, embora só tenha descoberto naquele dia que a tal mulher era sua professora de coreano, Yun Martha. Saber que era ela quem poderia beijá-lo quando quisesse tinha martelado por noites em sua cabeça, de forma que ela não conseguisse pregar o olho por longas horas.
Em seu coração, era sempre Baek Jeongwoo, mas desde aquele dia, ela começou a se sentir boba e infantil em querer manter uma promessa que ela havia feito sozinha. Ele provavelmente já havia se desfeito daquele papel.
— Você tá bem? — Gary indagou em certo momento, quando ela já estava avoada demais.
Nanami olhou para ele e piscou algumas vezes.
— S-sim.
— É porque seu telefone tá tocando e você continua olhando pro nada…
Ela finalmente voltou a si e ouviu o toque de seu celular, lendo o nome de Anthony na tela do celular.
— Alô?
— Lin-Lin! Onde diabos você tá?
— Eu tô no Ice&Tea, por que?
— No… no que? Lin Nanami! Ela tá no Ice&Tea, da pra acreditar? — Anthony falava com alguém.
— O que foi?
— Você esqueceu da festa do Ethan?!
Nanami arregalou os olhos, porque tinha esquecido por completo a reunião daquela noite. Ela supostamente iria em casa trocar de roupa antes de ir, mas apenas aceitou o convite de Gary para a aula de piano desde que seu clube tinha sido cancelado. Ela rapidamente se levantou:
— Ah! — Ela gritou. — Eu esqueci! Vamos me atrasar!
— Não, não, não, não, não. Você vai se atrasar, eu e os meninos já estamos indo. Tchau, te vejo lá!
E assim, o garoto encerrou a ligação e Nanami se sentou. Ela olhou o relógio, supostamente deveria ter encontrado seus amigos há vinte minutos na estação, mas não daria tempo. Ela simplesmente chegaria atrasada e pronto.
— Você tem uma lambreta — Nanami disse, olhando para a Gary.
— Obrigado por perceber.
— Tá afim de ir em uma comemoração comigo?
— Comemoração?
— Um amigo meu publicou pela primeira vez e vamos fazer uma festa de comemoração. Eu tô ateada e você vai me levar.
— Vai em um encontro comigo que eu te levo.
— O que? — Nanami cerrou os olhos.
— Vai em um encontro comigo, vamos fazer uma troca.
— Tá brincando, né?
— Eu tô brincando sim — ele sorriu —, eu levo você até nas costas se me pedir.
Nanami sorriu aliviada.
— Ótimo. Então vamos?
Gary apenas acenou positivamente com a cabeça e fechou o piano; desceram as escadas apressados. Gary carregava os capacetes – ele tinha comprado o segundo pra ela, mas Nanami não tinha conhecimento disso –, colocou um na cabeça e deu o outro para ela.
— Deus, você nunca consegue colocar essa trava sem dificuldade?
— Ah, não enche! — Vociferou ela.
— Vem cá, garota – ele a puxou pelo braço, ajeitando o capacete dela e ajustado a trava de segurança.
Por fim, ele deu uma leve batida no topo do capacete, sorrindo. Ela era tão inteligente, mas conseguia ser absurdamente boba em alguma momentos e ele amava isso nela. Ele sentou na moto e Nanami fez o mesmo, segurando na cintura do rapaz com força e logo eles já estavam no caminho.
Baek Jeongwoo observava de longe a cena, completamente enciumado. Ele estava sentado do lado de fora do Ice&Tea, lendo um livro. Tinha visto quando eles chegaram, algum tempo atrás e agora tinha visto ambos saindo. Durante as férias, chegou a sonhar com ela, tamanha era a saudade que sentia, embora não quisesse admitir. Nanami parecia tão intima daquele rapaz de reputação duvidosa e era isso que o deixava mais e mais enciumado. Ele não era como Anthony Kim ou Cameron Jones, os dois melhores amigos dela.
Lee Geumri não era como eles.
Gary era um caçador e isso vinha desde a época em que ele era apenas um colegial. Ele não tinha medo de machucar ninguém e tudo isso pela própria diversão, próprio prazer. Ele se lembrava especificadamente de um caro de uma garota, que preferiu até mesmo mudar de escola apenas para não ter que ficar dando de cara com eles nós corredores. Gary não era flor que se cheirasse, mas ali estava Nanami com ele, andando pela cidade na lambretta preta dele. Ela era bem mais esperta que isso, então porque continuava a andar c alguém como ele?
A verdade era que Jeongwoo desconfiava de que eles poderiam estar em um relacionamento, mas isso era apenas o ciúmes tomando conta de si, algo que nunca havia acontecido antes.
Lembrou-se imediatamente da promessa que Nanami havia feito pra ele. Do aniversário dela, da pousada, da viagem e de que ela estaria esperando por ele, não importa quanto tempo levasse para que ela pudesse finalmente estar com ele. Aquela promessa realmente havia valido de alguma coisa? Ou eram só palavras de uma adolescente iludida?
Baek Jeongwoo respirou fundo e massageou a têmpora, se castigando completamente pelos seus pensamentos egoístas daquele momento. Nanami tinha feito dezessete anos e ele era uma colegial; ele não podia agir de forma tão egoísta e soberba quando ele mesmo tinha exigido que Nanami o esquecesse, não apenas por causa.da gigantesca diferença de idade deles, mas também por causa da relação atual deles: professor e aluna.
Era mais do que errado, era uma situação improvável e qualquer passo que Jeong desse na direção dela, se tornaria um grande hipócrita, porque havia condenado o melhor amigo e parado de falar com ele por causa de seu relacionamento com Nishimura Haru, então não poderia fazer nada.
Talvez nunca. Ou talvez, quando pudesse finalmente ter alguma chance com Nanami, ela já vai ter crescido o suficiente para não estar mais presa em seu primeiro amor de adolescente. Ela já poderá ter o superado e estar inclusive com outro. Podendo até mesmo evoluir com Gary, talvez até mesmo muda-lo.
Se ela fizesse isso, o esqueceria põe completo e esse era justamente o medo que o perseguia com muita insistência todos os dias.
O medo de quem Lin Nanami finalmente o esquecesse.