Terror narrando
A noite tava calma demais no morro. O tipo de calmaria que sempre vem antes de uma desgraça. Eu tava na frente da boca, encostado na moto, cigarro no canto da boca, olhando os fogos estourando lá no céu, vindo lá da direção da boate da Bia. A maioria dos moleques da minha equipe tava lá, aproveitando a inauguração, curtindo como se não houvesse amanhã.
— Terror, a movimentação tá tranquila, chefe. Parece que hoje é só paz. — disse o Neguinho, um dos meus de raça.
— Tomara, parceiro. Porque se essa paz for falsa, tu sabe que amanhã tem guerra. — respondi, soltando a fumaça do cigarro enquanto olhava pro horizonte.
Hoje em dia, depois de tantos anos, eu desconfio até da minha sombra. Mesmo estando afastado da boca daqui, eu não paro um segundo, minha mente é 24/48h ligad
