1- Vida difícil!

2124 Words
Minha vida nunca foi fácil, passei por situações que humanos com toda certeza já teriam tirado a própria vida.  Estrupada, espancada até o corpo não aguenta mais e para completa fui rejeitada pelo meu companheiro, o homem que foi predestinado pela própria deusa da lua. Me lembro exatamente cada momento que passei em minha vida, cada sofrimento, cada choro e cada pedido de socorro. Sentir minha alma se perde no meio de tudo isso, mas eu era forte, não precisava de um homem para dizer a mim o quando eu era valente e o quanto eu era determinada. Mas de todos os sofrimentos que passei em minha vida o que ainda mexe comigo, foi a rejeição do meu companheiro. O desprezo e a falta que sentir de proteção, mesmo agora sabendo que tudo que passei valeu apena pelo que me transformei hoje, mas ainda dói, ainda machuca, ainda me feri. Me lembro cada palavra que ele proferiu a mim... . . Flashback ON - 1964... . Estava um dia nublado, fazia muito frio. Meu corpo está enrolado em um único coberto que consegui pegar quando a casa da minha cuidadora pegava fogo. As lágrimas saíam dos meus olhos sem freio, as lembranças daquela noite assombravam minha cabeça, isso não me deixava esquecer. Não tinha nenhum entendimento pelo qual aquelas pessoas fizeram questão de matar a única mulher que poderia cuidar de mim. Sabia que eu era diferente, sabia que muitas pessoas gostariam de me punir por ser de uma linhagem diferente das deles, mas nem por isso explicava todo o m*l que me causaram. Sair da cabana da minha cuidadora às pressas, com medo de ser queimada viva como ela também foi. Sair de lá sem saber ao certo para onde iria, minha única opção foi dormi nas ruas por algum tempo, mas pela minha infelicidade naquela manhã nublada encontrei meu companheiro. Ele saia de uma das cabanas do vilarejo, era um ponto comercial. Gostava de ficar em frente daquela casa de comercio por que sempre ganhava algo para comer. Ele está vestido em roupas incomodas e bem passadas, ao seu lado tinha outro homem tão lindo quando ele. Fiquei encantada com tamanha beleza, cabelos castanhos claros de um brilho fora do normal extremamente liso e levemente curto, olhos verdes também brilhantes e pele branca mais um pouco bronzeada, sem conta em seus músculos definidos que dava realce ainda mais com seu 1,90 de altura. Não poderia imagina que a lua me dará um homem tão belo como aquele. Não tinha certeza se era ele mesmo, minha loba não me confirmaria isso, afinal ainda só tinha 15 anos, normalmente os lobos só aparecem quando se faz 21 anos. Sim, eu era muito jovem, e com nenhuma maturidade para lidar com aquela situação, não sabia nem como agir. Sentir seu cheiro, cheiro leve, não era forte como tinha que ser, cheirava a terra molhada e café fresco, era algo que me agradava muito. Por um instante pensei que não seria notada pelo fato da minha loba não ter sido manifestadas, porém foi puro encano meu. O homem alto e lindo como as flores da primavera puxou o ar pelo nariz levantando sua cabeça para o alto, como se tivesse olhando para o céu. Automática me encolhi naquele chão gelado e cobri meu corpo naquele coberto velho que me esquentou durante 3 dias. Os olhos dele ficaram mais vivos e brilhoso, procurava por entre as pessoas talvez pelo cheiro que estava sentindo,  finalmente senti seus olhos sobre mim, porém o olhar que ele me lançou me entristeceu.  Ele me olhava com nojo e repulsa, parecia não ter ficado feliz diante do que seus olhos viam. — Não acredito. — Ele sussurrou, porém eu ouvi, minha audição era boa, muito boa. Ele andou em passos rápidos e de uma forma predadora, o rapaz ao seu lado o acompanhava, parecia sentir meu cheiro também. — Quem é você? — Ele perguntou me fitando do alto. — Katrina, Katrina Leal. — Disse o olhando de baixo — Você sabe o que eu sou seu né? — Perguntou frustrado, ele parecia nada feliz. — Sou a droga do seu companheiro. — O homem falou com desprezo. Naquele momento eu havia entendido que ele não seria minha salvação, não era ele meu porto seguro. Sentir seu coração, sentir as emoções que vinha dele, seu coração já estava ocupado por outra pessoa e essa pessoa não era eu. — Você cheira bem. — Expliquei. — Você tem quando anos? — O rapaz perguntou atrás do meu companheiro. — Desculpa, me chamo Dimitri — 15 Anos... Prazer Dimitri. — No automático sentir lágrimas descer dos meus olhos. — Você é meu companheiro! Poderia me ajuda, por favor? — Pedi em súplica. — Sou seu companheiro, mas tenho outra pessoa em minha vida que a farei de minha esposa, não esperava encontra minha companheira nessa altura do campeonato. — Disse irritado. — Aron vai com calma, ela é sua companheira e ainda é uma criança. — Meu companheiro que se chamava Aron o interrompeu. — Nada de calma. Não tirarei minha noiva do seu lugar de direito para colocar uma garota como ela. — Aron apontou em minha direção. — Ela não me serve, não é forte, não tem como ocupar o lugar ao meu lado como minha companheira. — Ele suspirou virando de costas para mim. — Quero que você suma daqui, desapareça. — Ele voltou olhar-me. — Dimitri quero que ajude no que ela precisar para que não volte a me encontra. — Ele se abaixou em minha direção e segurou meu queixo com força, forçando-me a olhar-lo nos olhos. — Suma, não me procure mais, esqueça que eu sou seu companheiro. Faça o que você quiser de sua vida, só não voltei para cá e nem me procure pedido por ajuda. . Flashback OFF- 1964... . . Confesso que aquele foi meu fim, naquele tempo eu já não era uma garota completa e sem ele ao meu lado foi mais difícil ainda. Mas não foi o fim como eu imaginava, e sim o recomeço para minha vida. Dimitri me ajudou, foi meu grande amigo enquanto organizava minha vida. Ele me alimentou, me orientou e percebeu as marcas que tinha fora e dentro do meu corpo, ainda me lembro as últimas palavras Dimitri quando decidi para onde eu iria... Aron vai se arrepende profundamente pelo que ele está fazendo com você. Naquele dia eu fui embora e já tem mais de 83 anos que eu não os vejo. Para ser sincera não faço questão, não pelo Dimitri, mas sim pelo meu companheiro, espero que ele esteja feliz com a noiva que ele escolheu para sua vida. Nesses anos encontrei pessoas muito importante em minha vida, descobrir que sou uma loba alfa e que tenho betas, dois na verdade. Brian é um deles, um homem lindo de olhos escuros como a noite, cabelos castanhos escuros e músculos que cabia perfeitamente em seus 1,76 de altura. Ele foi tudo para mim, me amou, cuidou de me e garantiu minha segurança e foi minha família, a família que já havia tirada de mim a muitos anos atrás. Assim como minha beta Penélope, uma mulher de grande valor, de beleza que encantava qualquer homem, o oposto de mim. Ela é uma mulher alta com seus 1,73 de altura, loira de cabelos compridos, magra e definida com o corpo de uma mulher lutadora, ela é meu porto seguro. Os conheci quando me alistei. Sim, fui um soldado, naquela época eu precisava de algo que me fizesse sentir viva, tenho em minha pele a marca da minha guarnição em forma de tatuagem. Lá aprendi a matar, bater e a tortura, eu era c***l e imbatível, só parava quando Brian chamava minha atenção. Ele dizia que eu estava me tornando uma arma para matar e isso não era mentira, por que era assim que eu me sentia, uma arma, a arma que ninguém poderia para. Isso tudo só conseguir quando vi para o Brasil, foi no Brasil que me torne um dos melhores soldados ao lado dos meus Betas, até a gente resolver se aposentar. No Brasil minha família cresceu, criei uma lobinha criança sem mãe por muitos anos, a amei e eduquei como se fosse minha. Isso tem mais de 40 anos, hoje provavelmente deve ser uma mulher linda. Seu pai foi como um pai para mim, foi o único abraço que me sentir segura como uma criança nos baços do pai. Anos morando com eles sentir a necessidade de conhecer outro lugares. Com o passar dos anos ao lado dos meus amigos fui vagando de estado a estado do Brasil, até para na Amazônia, em um vilarejo que chamei de casa por muitos anos. Naquele lugar aprendi a esta com outro pessoas além dos meus betas, partir dali eu estava sozinha e acabei conhecendo um homem, aprendi a me sentir amada e desejada por outra pessoa. Passei muito tempo achando que não permitiria nem um homem me toca, porem com aquele humano foi diferente, foi gostoso, me doei para ele, me entreguei de corpo e alma, mas foi passageiro. Eu já sabia disso, ele sabia disso também. Um tempo depois eu fui embora, foi necessária volta da onde eu vi. Voltei para casa e isso já tem uns 10 anos. Estou de volta ao Canadá, na verdade para Calgary. Não é minha cidade de origem, porém era um lugar onde me sentia em casa, onde fui acolhida e que pretendia construir meu próprio lá, desta vez e tinha vindo para ficar. Não vim sozinha, Brian e Penélope veio comigo, desejei isso, porém não queria que eles se sentissem obrigados a isso. Mesmo sabendo que eles são ligados a me e estarmos distantes é como se estivéssemos incompletos, eu daria minha vida por eles e eles sabem disso. — Vai caçar hoje? — Brian perguntou beijando o topo de minha cabeça. Quem nos visse de longe pensaria que éramos m casal trisal. Brian sempre foi muito carinhoso, educado e prestativo tanto comigo, quando com Penélope. Ambos ainda não encontram seus companheiros, mas mesmo assim eles não sentiam a necessidade de precisa deles. Acabamos nos costumando a viver os três juntos, como se nos sentíssemos completos. Mais eu sabia que isso não era verdade, existia sim a necessidade do companheiro para eles se sentirem completos. Até por que existia coisas das quais três amigos não poderiam oferecer uns aos outros. — Não estou cansada. Amanhã tenho que ir na plantação, vou fazer as colheitas das maçãs. — Expliquei sentindo ele passar suas mãos em meus cabelos longos e negros. — Vá dormi. Penélope já está na cama. — Disse ele enquanto bebia seu café. — Você não vai caçar? — Perguntei levantando-se do sofá e arrumando meu vestido preto. — Não. Também estou bem cansado, Bruce me cansa de mais. — Ele me fez rir. — Boa noite. — Falei enquanto ia em sua direção bagunçado seus cabelos. Estava cansada, precisava dormi um pouco para relaxa meus músculos. Trabalhava na colheita de frutas na fazendo de Bruce, o tio de Brian. Viemos mora aqui por que era um lugar tranquilo, passei muitos anos convivendo com os humanos estava sentindo a necessidade de me sentir eu mesma, estava cansada de esconder minha loba. Normalmente entre os humanos eu evitava sempre de usa-la ao meu favor, por isso poucos conseguiram vê-la com toda sua plenitude. Em uma luta eu nunca precisei usar ela, sempre usei as habilidades que adquiri ao logo do tempo. Pode parecer que não, mas sempre existiu lobos que acham que podem toma territórios de outros para se, por isso as lutas eram necessárias, as vezes viam outros seres sobrenatural brigarem por território. Isso não acontecia com frequência, mas sempre tinha situações como essas que precisava ser cuidadas com um pouco de violência. Morávamos em uma cabana pequena a poucos metros de distância da fazenda do tio de Brian, na verdade é por pouco tempo por que a nossa casa está em processo de finalização, para que a gente pudesse se mudar logo. É um sonho, tanto para mim como para meus amigos que nunca tiveram algo para dizer que era seu. Andei até a cama e encontrei Penélope com o coberto até a cabeça, ela não sentia frio, mas sempre sentiu necessidade de cobrir seu corpo, às vezes eu nem a encontrava no meio dessas cobertas. Deitei-me ao seu lado e ela se aconchegou em baixo de minhas costelas enquanto ficava de costas para mim. Dormíamos juntas, desde que viemos para cá, Brian dormi em uma cama improvisado ao nosso lado no chão, assim nos sentíamos mais juntos e com a certeza que um protegeria o outro.
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