Capítulo 2

1229 Words
Nossa casa não é um palácio, longe disso. Nós moramos em uma kitinet que precisou de uma pequena reforma. Antes, o senhor Aquiles usava como “depósito” do depósito. Ele guardava as coisas que achava que poderia acabar precisando um dia, e acabou virando um pequeno ferro velho. Estava bem judiada a casinha, mas com carinho nós conseguimos da um jeitinho nela. Ainda tenho contato com os meus amigos da faculdade, porém, não saio mais com eles com frequência, as vezes quando tenho tempo, nos passeamos em lugares que posso leva o Ravi. Finais de semanas agitados somente na lanchonete trabalhando, até porque não posso ficar gastando a toa, tenho muitos planos, e acima de tudo, eu tenho presa! Outra pessoa que tem me ajudado bastante é a minha madrinha. Sempre que preciso ela me socorre, tem sido uma avó incrível pro Ravi também. - Escovar os dentes e deitar mocinho.- aviso desligando a televisão que ele assistia seu desenho. - Mamãe, mas eu não tô com sono ainda.- protesta fazendo beicinho. - Mas a mamãe está, e preciso acordar cedo amanhã de manhã.- amanhã tenho uma reunião que pode mudar a minha vida, preciso está descansada pois não posso perder essa oportunidade de jeito nenhum. Ravi vai para o banheiro depois de muitos protestos. Eu puxo o banquinho que fica ao lado da pia do banheiro e ele sobe, só assim consegue da altura na pia. Coloco pasta de dente em sua escova de dentes do Batman, e a entrego para ele. Também coloco a pasta na minha escova, que não é tão estilosa quanto a dele e começamos a escovar os dentes. Eu faço caretas em frente ao espelho para ele que acaba caindo na gargalhada. Ele também faz as caretas mais lindas do mundo, e depois dos nossos dentes estarem limpinhos, nos colocamos os nossos pijamas e vamos para a cama. Nossas camas ficam uma ao lado da outra, porém, eu gosto que ele durma na minha sempre que possível. Ravi é uma criança muito autônoma e esperta, as vezes fico com medo do tempo passa tão rápido e eu não conseguir aproveitar todas as suas fazes. ◆◆◆ O despertador toca bem depois de eu já ter despertado. A ansiedade está me matando. Tenho uma grande oportunidade pela frente, e preciso agarrar com unhas e dentes, pois espero por esse momento desde que comecei minha faculdade. Arrumo o Ravi que protesta por acordar cedo. Eu morro de pena de levá-lo pra creche tão cedo assim, mas eu preciso correr atrás de um futuro digno para ele e para mim também. Preparo o café da manhã dele, e ele vai comendo o sanduíche e tomando o suquinho no caminho. Na mochila deixo tudo que ele vai precisar, e deixo ele na creche. Logo depois, corro pra não perder o ônibus que me deixa na esquina do meu compromisso. ◆◆◆ - Então ficamos decididos assim.- diz Dona Antônia sacudindo minha mão. Depois de uma grande negociação, enfim chegamos em um acordo. Não é o emprego dos sonhos, mais pelo menos é na minha área, e com esse salário, eu vou finalmente poder alugar o meu escritório e contratar uma secretária. Eu iria entregar algumas intimações, quanto mais longe mais eu ganhava e isso pra mim já seria o começo, e eu também poderia oferecer a minha ajuda como advogada para quem eu tiver as entregando. Teria que agir com inteligência e agarrar todas as oportunidades, não poderia deixar passar. Estava contente, tinha agora duas rendas que me ajudaria demais. De manhã trabalharia como oficial de justiça, e a noite continuaria com meu emprego na lanchonete. Esse seria o primeiro passo para a minha carreira profissional. O final do dia, eu já tinha percorrido quase a cidade toda entregando mandatos em lugares mais remotos possível. Foram muitos xingamentos e batidas de porta na cara, e no final do dia, fiz algumas atividades no escritório. Ao voltar pra casa, dona Deise já estava colocando Ravi para dormir, e eu fui apenas lhe dá um beijo de boa noite e fui para o banho. O segundo round é no bar e provavelmente hoje será um dia difícil. Meu corpo está muito cansado do dia a dia andando atrás de entregar os mandatos, mas a satisfação me deixa mais disposta. Os dias foram se passando tão rápidos, que eu quase não percebi. Minha rotina estava ficando cada vez mais intensas a medida que ia conseguindo cumpri a maioria das entregas dos processos, e com isso, o escritório me mandava ir cada vez mais longe. Meus únicos dias de folga eu me dedicava completamente ao meu filho. O levava ao shopping, para a praia, fazíamos piqueniques e íamos visitar meus pais, esse é o passeio que ele mais ama fazer. - Você viu o que aconteceu com Thomas?.- minha irmã comentou enquanto brincava com Ravi. - Não e nem quero saber.- eu disse de uma vez sem nenhum interesse. Minha história com esse homem já acabou a muito tempo, e não quero relembrar tudo que ele já me fez passar. Thomas tentou se retratar comigo várias vezes, até que um dia ele apareceu na casa dos meus pais no dia em que meu irmão veio nos visitar. Eu tinha acabado de ganhar o Ravi e Thomas queria “ter certeza” de que não era filho dele. Lucas ficou com tanta raiva* que o colocou pra correr com um quente e dois fervendo. Até hoje eu não sei o que meu irmão falou ou fez a ele aquele dia, e na verdade, eu nem me importo, o importante foi que ele parou de me perseguir. - Ele foi preso por abusar* sexualmente* da namorada.- Layla diz e eu a encaro estupefata. - Sério?- pergunto tonta, com algumas imagens que aparecem em minha mente. Então ele não aprendeu com seus erro. Isso só mostrar que no meu caso não foi um caso isolado, não foi por está passando por momentos difíceis, até por que tudo que ele me falava era mentira. Na realidade, esse era o verdadeiro eu dele, um homem abusivo* e possessivo*, agressivo* e repulsivo*. Eu tenho plena consciência de que tudo de r**m que aconteceu na minha vida, foi por que acreditei em suas histórias. Hoje não sinto pena alguma. Que ele pague por tudo que fez comigo e com tantas outras por aí. - Provavelmente foi estuprado* na cadeia.- ela disse sem nenhuma emoção. - Layla!- protestei olhando para Ravi que pareceu nem presta atenção no que disse a tia. Ela me olhou como se não tivesse dito nada de mais e deu de ombros. - Por que acha isso?- perguntei quando ela não me disse mais nada. - Porque eu vi um poste da tia dele no Twitter* reclamando da segurança dentro da cadeia, que estavam corrompendo o sobrinho dela na prisão, que tudo que ele estava passando ia acabar com o psicológico do alecrim dourado dela.- ela disse com cara de nojo*.- como se aquele nojento* não merecesse passar por isso.- disse ríspida. Eu preferi não dizer mais nada. Eu odeio* o Thomas, com todas as minhas forças, mas acho que ninguém deveria passar por um abuso* em nenhuma circunstância. Sua tia deve está sofrendo, ela não merece passar por nada disso, mas infelizmente, Thomas só está colhendo tudo aquilo que plantou.
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