A madrugada era fria, silenciosa — um silêncio que pesava mais do que o próprio ar rarefeito no quarto da mansão. Eu me enroscava nos lençóis, tentando acalmar o turbilhão que a noite anterior deixara em mim. As emoções ainda estavam frescas demais, o corpo ardendo com cada lembrança daquele momento roubado, proibido, perigoso. Meu coração parecia bater mais alto a cada vez que ouvia um barulho no corredor, um sinal de que o dia logo chegaria, mas ninguém ali parecia acordar. Até que, para minha surpresa, a porta do quarto se abriu devagar — e uma sombra entrou. Dario. Ele estava ali, parado no batente da porta, com os olhos arregalados, as mãos firmes ao lado do corpo, e uma expressão que misturava confusão, dor e uma raiva que começava a crescer silenciosamente. Eu não sabia como ele

