As luzes piscavam em vermelho e azul, a música vibrava no peito como um segundo coração, e o gosto amargo do álcool já tinha apagado qualquer freio da minha consciência. Eu não costumava sair tanto, mas naquela noite algo em mim gritava por libertação. Talvez fosse a solidão, talvez fosse a raiva acumulada das últimas semanas. Só sei que eu queria me perder, e a boate era o lugar perfeito para isso.
Meus pés deslizavam pelo chão escuro, e eu não lembrava mais quantos copos tinha virado. O calor do ambiente grudava na pele, o suor se misturava com perfume caro, e a sensação era de que nada fora daquele lugar importava. Foi quando eu o vi.
Encostado no balcão, com um copo de uísque entre os dedos, ele não parecia pertencer àquele espaço. Elegante demais, frio demais, distante demais. Mas o olhar dele me encontrou no meio da multidão, e foi como se uma linha invisível me puxasse até ali.
— Perdida? — a voz dele era grave, rouca, e mesmo com o barulho ensurdecedor, eu ouvi cada sílaba como se tivesse sido sussurrada diretamente no meu ouvido.
— Ou me encontrei. — respondi, com aquele tom atrevido que só o álcool me dava coragem de usar.
Ele sorriu de canto, como quem se diverte com a ousadia alheia. Aquele sorriso era perigoso, eu sabia. Mas o perigo, naquela noite, parecia ter o mesmo sabor viciante da bebida que queimava minha garganta.
Não lembro quem tomou a iniciativa. Talvez tenha sido ele, talvez tenha sido eu. Só sei que, de repente, estávamos próximos demais, a respiração dele misturada à minha, o cheiro de uísque e algo mais — poder, arrogância, domínio. Beijá-lo foi inevitável. Um choque, um incêndio, um mergulho sem volta.
O quarto de hotel parecia uma extensão da boate, só que agora o silêncio era preenchido apenas pelos nossos gemidos, pelos suspiros e pelo som dos corpos se encontrando. Eu não estava só bêbada, eu estava completamente entregue. Ele sabia o que fazia, cada toque, cada investida, cada ordem sussurrada contra minha pele me tirava ainda mais o ar.
— Você gosta de se perder, não é? — ele murmurou contra meu pescoço, enquanto me prendia contra a cama como se eu fosse propriedade dele.
— Talvez eu só precise esquecer… — minha resposta saiu entrecortada, quase um pedido.
Ele riu baixo, um riso carregado de sarcasmo e algo mais escuro. — Então eu vou garantir que você não esqueça essa noite.
Nunca.
E cumpriu. Cada segundo foi marcado por intensidade, por prazer quase doloroso, por um domínio que me fazia odiar o quanto eu queria mais. Era como se entre nós houvesse uma guerra, mas uma guerra em que cada derrota era uma vitória.
A madrugada se arrastou, e quando finalmente desabei em seus braços, minha mente girava, meu corpo tremia, e eu pensei — insensatamente — que havia encontrado alguém capaz de quebrar minhas paredes.
A claridade da manhã entrou sem pedir licença, rasgando o quarto em tons de ouro. Eu acordei com a sensação de que ainda sonhava. Ele estava ali, em pé diante da cama, já vestido, impecável, como se a noite anterior tivesse sido apenas um devaneio meu.
Mas não era um sonho.
Ele segurava um papel na mão. Um contrato.
— O que é isso? — minha voz saiu arranhada, a garganta seca, os olhos ainda pesados de sono.
— Um acordo. — respondeu, frio, sem sequer olhar para mim nos olhos. — O que aconteceu ontem… nunca mais vai se repetir.
Aquelas palavras caíram sobre mim como água gelada. O homem que me incendiara horas atrás agora falava como se tivesse sido apenas uma transação barata.
— Você está brincando comigo… — tentei rir, mas o nó na garganta não deixou.
— Assine. — ele colocou o papel sobre a mesa de cabeceira, junto com uma caneta prateada. — É melhor para nós dois.
Olhei para o contrato, para ele, e de repente não reconheci mais o homem que havia me tocado com tanta intensidade. Onde estava o carinho disfarçado, os beijos quentes, o prazer que parecia verdadeiro? Tudo sumira, substituído por frieza, arrogância e ódio.
— Você é… nojento. — cuspi as palavras, mas minha mão tremeu quando peguei a caneta. Eu deveria ter me levantado e ido embora, mas não fiz. Talvez por orgulho, talvez por querer provar que não seria eu a implorar.
Assinei. Assinei como quem cava a própria cova.
Ele pegou o papel, conferiu minha assinatura e guardou no bolso do paletó como quem conclui um negócio lucrativo. E sem dizer mais nada, saiu do quarto.
Eu fiquei ali, sozinha, com o cheiro dele ainda impregnado na pele e um buraco crescendo dentro de mim.
Poucos minutos depois, alguém bateu na porta. Quando abri, um dos seguranças dele estava parado ali, sério, com um envelope grosso nas mãos.
— O senhor mandou entregar.
Peguei o envelope. Dinheiro. Muito dinheiro.
Senti o sangue ferver. Rasguei o lacre e joguei as notas de volta contra o peito do segurança.
— Manda ele enfiar essa merda onde couber. — rosnei. — Eu não sou p**a.
Fechei a porta com força, e pela primeira vez desde a madrugada, chorei. Não pelas horas que passei com ele, mas pela i****a que eu tinha sido em acreditar que havia algo além de uma noite.
Era para ter sido apenas prazer. Mas se transformou em uma cicatriz.
E eu sabia, mesmo sem querer admitir, que aquilo ainda não tinha acabado.
Me senti como uma idota isso sim. Também acreditar que ele ia querr ficar comigo para sempre ai e demais.
Sofia Monteiro, voçe e rídicula e aquele CEO filho da p**a e mas ainda. Espero de verdade nunca mas o encontrar porque se não eu não sei o que spu capaz eu juro.
Porém de fato ele não era qualquer um e sim um homem tenso e gostoso me fez gozar varias vezes. Nessa parte eu não posso ser egoísta. Entretando ele me paga.