6. Mariana

1068 Words

Naquela noite, eu não consegui colocar os pés pra fora de casa. A mochila ficou encostada no canto, o caderno fechado sobre a mesa. A ideia de atravessar o portão, andar pelas vielas escuras e fingir que nada estava acontecendo me dava enjoo. Ameaça nenhuma tinha sido feita diretamente a mim, mas eu sentia como se tivesse uma corda apertada no meu pescoço. Deitei cedo, mas não dormi. O sono vinha em pedaços, interrompido pelo barulho da respiração pesada da minha mãe na sala, pelo som distante de motos cortando a madrugada, pelas lembranças dos dois homens rindo na minha porta. Virei de um lado para o outro, suando apesar do vento frio que entrava pela janela m*l vedada. Quando finalmente adormeci, foi um sono leve, cheio de pesadelos. O dia seguinte chegou pesado. A luz entrou sem pieda

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