Capítulo 3: Não Significa Não

1950 Words
O táxi nos deixou na entrada do clube. Clube Nector, é o nome. Eu nunca estive aqui, mas aparentemente é o lugar para ir. Marc pagou o motorista do táxi, e eu fui caminhar até o final da longa fila. Ainda bem que é fim de julho, e está quente pra caramba lá fora. Pelo menos não vou congelar enquanto esperamos. Antes que eu pudesse dar mais de um passo, fui puxado para trás. Olhei para cima e franzi a testa para o Marc. "Não precisamos esperar na fila." Ele disse. Olhei confuso para o Marc, mas ele apenas nos puxou eu e a Kendra para a frente da fila. O segurança olhou para o Marc, depois para nós. Marc deu um aceno com a cabeça e o segurança moveu a corda vermelha para nos deixar entrar. "Divirtam-se." Disse o segurança enquanto entrávamos. Marc indicou o caminho para eu e Kendra através da porta. "Quem é você?" Perguntei ao Marc incrédulo. "Eu venho aqui com frequência." Ele disse. Sim, pelo visto, demais. Tanto faz, eu andei de braço dado com a Kendra até o clube. A música está tão alta que m*l conseguimos nos ouvir. Este lugar está cheio de gente. Há um grande bar no meio da sala. Tem um andar de cima com seções VIP, suponho. Até o térreo tem seções VIP. Nossa, nunca imaginaria que um clube barulhento como este teria tantas seções VIP. Eu me pergunto se elas são usadas com frequência. Quero dizer, a maioria delas está cheia agora, mas é sábado. Este lugar está completamente lotado de gente. Corpos suados se esfregando e dançando juntos. Comecei a relaxar um pouco. "Vou buscar bebidas para nós." O Marc se abaixou para gritar em nossos ouvidos. Kendra segurou minha mão e me puxou para o bar. Seguimos Marc de perto. Enquanto Marc pedia nossas bebidas, eu vasculhava a multidão de pessoas. "Shot!" Kendra gritou alto o suficiente para eu ouvir. Shot? Não, eu odeio shots. A Kendra sempre me deixa bêbada com isso. Antes que eu pudesse recusar, Kendra me empurrou um copo de shot. Relutantemente, eu peguei, brindamos e bebi tudo de uma vez. Fiz careta enquanto o álcool esquentava minha garganta. Então Marc deslizou um copo até mim. O peguei alegremente e bebi com o canudo. Ah, frutado e doce. É assim que eu prefiro beber meu álcool. Graças a Deus o Marc está aqui. ********************************************* Graças a Deus o Marc está aqui o c*****o. O desgraçado deixou a Kendra quase me deixar bêbada. Já tomamos sete shots, eu bebi oito drinks. Espera, o Marc continua me trazendo drinks. Ele está me ajudando a ficar bêbada! "Maldito." Murmurei. Não que alguém possa me ouvir nesse lugar. Está tão barulhento. Mas eu gosto da música. "E aí." Veio uma voz bem perto do meu ouvido. Quase pulei de susto com a voz desconhecida. Então braços se envolveram em mim. Enfiei para fora os braços do estranho e virei para encará-lo. O desconhecido é um homem mais baixo. Estou mais alto que ele com meus saltos. Não é de se admirar que a voz dele soasse tão perto do meu ouvido. Ele está de jeans e uma camisa branca de botões. Seus cabelos castanhos claros estão jogados de lado. Ele tem olhos azuis claros. Honestamente, o cara nem é tão feio, mas eu realmente não gostei da forma como ele me tocou. Não o conheço, mas ele me abraçou como se fôssemos amantes. Isso me deixou com medo. Estamos no século 21, você pensaria que o cara seria mais cavalheiro. Sabe, pedir meu consentimento, talvez até mesmo mostrar o rosto antes de me tocar assim. "Não, obrigado." Finalmente respondi a ele. O cara deu um passo em minha direção. "Vamos lá, só uma bebida." Ele disse. Balancei a cabeça enquanto dava um passo para trás. O estranho deu outro passo em minha direção. Não há muito espaço para eu recuar aqui. Olhei ao redor tentando encontrar o Marc ou a Kendra. Kendra acabou de ir ao banheiro. Eu sabia que deveria ter ido com ela. Droga. E onde diabos está o Marc quando eu mais preciso dele? Finalmente avistei o Marc. Ele está em uma seção VIP. Como diabos ele foi parar lá? Então vi a garota se jogando em cima dele. Ótimo, agora eu realmente não vou ser salvo. "Vem, docinho. É só uma bebida." O estranho disse para mim. "E eu disse não." Afirmei. Estou começando a ficar irritado com esse cara. Não significa não. Pega a dica de uma vez, cara. Quem ele pensa que é? "Não seja assim, docinho." O cara disse com um sorriso. Ah, nojento. Ele emana vibrações de perigo. Preciso me afastar dele. "Me deixa em paz." Disse. Virei para ir embora quando o homem segurou meu braço. Todas as sirenes de alerta tocaram na minha cabeça. Preciso sair dessa. Capítulo 3-2: Não Significa Não "Não seja m*l educada, sua vadia." Ele disse no meu ouvido. Quase vomitei com o cheiro de sua respiração. "Ela disse não, seu i*****l. Vá importunar outra pobre garota." Kendra disse vindo ao meu resgate. O homem olhou entre nós duas antes de me soltar. "Tanto faz, suas putas." Ele gritou enquanto se afastava. Soltei um suspiro de alívio. "Desculpa, amorzinho. Vamos dançar." Kendra disse me puxando para a pista de dança. Kendra e eu passamos as próximas, parecendo horas, dançando. Esqueci completamente daquele i****a. Alguns outros caras até dançaram conosco. Estou voltando a me divertir. Mesmo que o Marc tenha nos abandonado completamente."Eu preciso ir ao banheiro." Eu gritei no ouvido de Kendra. Kendra assentiu com a cabeça, e eu fui para o banheiro. É muito mais silencioso dentro do banheiro. Depois de terminar meus afazeres, saí, justo a tempo de ver aquele i****a de novo. Ele parece estar esperando por algo. Espere, ele não poderia estar me esperando, não é? Isso seria absurdo, certo? Eu me apressei com um grupo de garotas que saíram. Acho que o i****a nem me viu. Me escondi em um canto e observei a multidão. Não vejo Kendra em lugar nenhum. Procurei Kendra e Marc em todos os lugares. Não tenho permissão para ir ao segundo andar, então não posso checar lá em cima. Onde diabos eles foram? Depois de procurar por mais de 30 minutos, desisti. Decidi ir embora. Esse i****a arruinou completamente meu clima e minha noite. Vou enviar uma mensagem rápida para Kendra e Marc avisando que eu fui embora. Saí. O segurança me deixou passar a corda, e eu lhe desejei uma boa noite. Passei a tentar pegar um táxi. Depois de tentar parar um táxi por mais de 20 minutos, desisti. Seja o que for. Vou apenas caminhar por um tempo. Não moro tão longe mesmo. Comecei a caminhar pela rua, segurando minha pequena bolsa. Esta noite está estranha. Aquele cara foi um verdadeiro i****a. Nunca tive tanto problema para dizer "não" a um cara. Peguei meu telefone para enviar uma mensagem para Marc e Kendra. Parei enquanto o fazia, para não tropeçar. A última coisa que eu preciso é quebrar o nariz. Foi quando parei que percebi uma figura me seguindo. Esta rua está meio vazia, o que é estranho. Nada em Nova York está vazio, nunca. Ótimo, eu só tinha que escolher a rua perfeita. Dobrei algumas esquinas, segui por outras ruas tentando perder o cara ou pelo menos encontrar mais pessoas. Esse cara definitivamente está me seguindo. Estou começando a entrar em pânico. Será que é aquele cara do clube? De repente, meu telefone começou a tocar, me assustando pra caramba. Atendi sem olhar. "Alô?" "Op, volte." Marc falou com a voz arrastada. Consigo ouvir a música alta ao fundo. "Não consegui encontrar você e Kendra em lugar nenhum." Eu disse irritada. Olhei para trás e vi que o cara ainda estava me seguindo. "Merda." Murmurei. "Marc, acho que aquele i****a do clube está me seguindo." Falei em pânico. "Que i****a?" Marc perguntou. "Aquele que você não me salvou porque estava muito ocupado pensando em satisfazer seus desejos carnais." Resmunguei baixinho. "O quê? Opal? Você ainda está aí?" Marc perguntou. "Sim, ainda estou aqui! Marc, por favor, me diga que você consegue me ouvir?" Supliquei. Nada. "Alô?" Perguntei. Afastei o telefone e vi que ele simplesmente desligou. Que diabos? Como isso aconteceu? Eu achei que ele estava carregado quando saí. "Telefone maldito." Resmunguei enquanto acelerava o passo. Estou em uma rua que não reconheço. Quase não há ninguém aqui. Merda, merda, merda. Isso não está acontecendo comigo. Será que estou prestes a ser sequestrada? Estuprada? Ai não, vou ficar doente. Preciso ir para algum lugar seguro, e agora. Olhei para trás e vi o cara se aproximando. O pânico está aumentando muito. Meus olhos vasculharam a rua quando encontrei um prédio que parece estar aberto. Me apressei. Só tem escrito 'Loja de Animais' na frente. O que uma loja de animais está fazendo aberta a essa hora? Tanto faz, contanto que eu consiga entrar e me esconder. Talvez até mesmo chamar a polícia, ou pelo menos um táxi. Só preciso sair das ruas. "Ei, você!" Uma voz chamou. Eu congelei. Ah não. É aquele i****a. "Dessa vez você não vai escapar de mim, vadia." Ele disse. Corri sem pensar. É um milagre que não tenha tropeçado nesses saltos. Consigo ouvir o cara correndo atrás de mim. Só preciso chegar até a porta. Estou quase lá. Justo quando eu pensei que o i****a ia me alcançar, agarrei a maçaneta da porta. Empurrei a porta e tranco-a na cara do cara. A expressão do i****a ficou visível. Ele parece irritado. Ele puxou a porta e, em seguida, bateu na mesma com a mão. "Com licença." Virei para olhar atrás de mim, onde há uma mesa. Tem uma jovem mulher sentada lá. Então virei-me novamente para a porta e vi que o i****a desapareceu. Suspirei aliviada. Até que o vi parado do outro lado da rua. Fui até a mesa onde a garota estava. Este lugar não parece nenhuma loja de animais que eu já tenha visto. Nem sequer tem cheiro de uma. Parece mais um espaço de escritório aconchegante. Com mais duas portas na sala. "Oi. Você tem um telefone que eu possa usar?" Perguntei a ela. A mulher olhou para mim, irritada. "Não são permitidos telefones." Ela disse. Franzi a testa para ela. Não são permitidos telefones em uma loja de animais? Isso é estranho. A mulher levantou-se e caminhou até a porta da frente. Deu destrancada e então voltou para a cadeira dela. Olhei entre ela e a porta. "Por favor, não tranque a porta. Você não trabalha aqui." Ela disse. "Uh, certo. Uhm, eu-" "Você está aqui para a festa?" A mulher interrompeu para me perguntar. "Uh, sim." Eu menti. Essa garota não parece disposta a me ajudar de jeito nenhum. Talvez eu consiga sair por uma saída dos fundos. Alguém no baile pode ser mais legal do que ela. "Pensei nisso." A mulher disse enquanto me olhava de cima a baixo. "A maioria das pessoas espera para se trocar até chegar aqui. Seu mestre deve realmente confiar em você." Ela disse."Meu mestre?" Perguntei. "Você é a Angela?" Perguntou a mulher, ignorando minha pergunta. "Uh, sim. Sou eu." Eu menti novamente. A mulher me deu uma máscara preta. Peguei-a e coloquei-a no meu rosto. Ela cobre a metade de cima do meu rosto. Deve ser uma festa de máscaras. "Por aqui, Angela." Disse a mulher enquanto segurava uma porta aberta para mim. Olhei para a mulher, através da porta, depois olhei para o estranho do outro lado da rua. Engolindo em seco, fui em direção à mulher e a segui por outro corredor. No que estou me metendo?
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD