E se o figurino vai ser imposto... Então que seja com humor, alfinetadas e, se possível, um bolso onde eu possa guardar a minha resistência. Quando elas saem — abandonando um rastro de perfume e tecidos dignos de um desfile da alta costura do Oriente Médio — fico sozinha no quarto. Eu, meus chinelos, minha camiseta do Garfield e um guarda-roupa inteiro me encarando com cara de julgamento passivo-agressivo. Dou um giro em torno da arara como quem está espionando o inimigo. Nada de decotes. Nada de fendas até o quadril. Nada de modelagens coladas. Claro. Ele é árabe. Mesmo com toda a pose de “sou livre das tradições”, tem coisa que não se apaga do sangue — como o gosto por roupas que deixam a imaginação trabalhar. Tecido leve, corte milimetricamente planejado para sugerir, nunca mostrar

