Amigas...

1370 Words
Canora já tinha 15 anos. Estava tomando banho em sua casa, quando percebeu que ouviu alguém conversando com seus pais no quintal. Ela ficou atenta e continuou tomando seu banho. Derrepente ela percebeu algo como que se alguém a olhasse. Ela sentiu Deus a avisando para que saísse do chuveiro e observasse um buraquinho escondido pela tomada de energia ainda por ser instalada. Lá estava um olho vidrado, vigiando seu corpo nú. Então ela percebeu quando ele, mesmo sabendo que ela havia entendido o que estava acontecendo, foi para as frestas da porta do banheiro tentando encontrar ela. Ela tentava se esconder. Não podia gritar por seus pais, nem sair do banheiro e esmurrar a cara dessa pessoa. Então ele se apressou pois vinha alguém. Então ela entendeu. Era seu tio novamente. No dia seguinte, durante a aula, Canora estava, como sempre, sentada lá atrás, perto de uma grande amiga. Ela já havia quebrado a cara com muitas amizades, mas essa, ela sentia que seria para toda a vida. Margarida tornava-se sua grande amiga a cada dia. Era como se uma completasse a outra. Enquanto Canora era tímida, de poucos sorrisos, Margarida era divertida, corajosa… Isso, coloca aí também que você é i*****l, burra, i****a… - Falou Margarida, ao observar a lista que Canora estava fazendo. Exato! - Respondeu Canora, acrescentando o que Margarida ia citando. Margarida nem se importou se alguém estava ouvindo. Elas estavam em plena sala de aula e quando Margarida percebeu que Canora estava fazendo uma lista dando adjetivos horríveis para ela mesma, ela teve uma reação inesperada. Margarida queria que sua amiga tivesse mais confiança em si própria. Ela não aceitava que Canora se desvalorizasse. Canora tentou se explicar. Contou que sua mãe havia dito coisas muito tristes para ela no dia anterior por causa de um acidente que havia ocorrido em casa. - Derrepente começou a pegar fogo na cozinha e nem ao menos minha mãe tentou entender o que ocorreu ou como eu estava. Ela me bateu e disse que sou muito sonsa, burra, que vivo sonhando. Eu não sei porque essas coisas acontecem comigo. - Canora tentou se explicar para Margarida. - Mas não é assim. Você é uma amiga maravilhosa, talentosa, honesta. As mães costumam errar também, mas ela com certeza te ama muito. - Margarida tentou consolá-la. As duas estudaram juntas apenas um ano. No ano seguinte sua amiga Margarida passou a estudar a noite, engravidou e mudou de cidade. Elas ficaram muitos anos sem se ver, mas a amizade continuava e alguns anos depois as duas se reencontrariam. No ano seguinte, Canora esteve bem próxima de outra colega de escola. As duas tinham uma amizade bacana. Canora acreditava que seria para a vida toda, mas anos depois ela descobriu que não seria exatamente como ela acreditava. Essa amiga se chamava Maria. Ela era a filha mais nova e tinha mais 3 irmãs. Os pais de Maria eram pessoas maravilhosas. Sempre receberam a Canora muito bem em sua casa. Os pais de Canora deixavam ela dormir na casa da amiga, mas nem sempre seus pais tinham dinheiro para ela ir de ônibus na casa dela. Quando sua amiga Maria tinha dinheiro e pagava a passagem para ela era maravilhoso. Ela podia viver intensamente, fugir dos problemas que ela tinha, dos assédios que sofria do primo que vivia tentando agarra-la no caminho de volta para casa e de seu tio s****o. Elas brincavam, pescavam, tomavam banho de rio, sonhavam com alguns meninos… Maria também ia na casa de Canora. Os pais de Canora iam pra praia e sempre levavam Maria junto. Era maravilhoso. Mas, como tudo na vida de Canora era complicado, a amizade das duas também foi. As vezes Maria se afastava e se juntava às suas antigas amigas. Quando isso acontecia elas falavam m*l de Canora, debochando que ela não tinha dinheiro sempre e que era muito tímida. Certa vez Maria escreveu umas cartas para Canora ofendendo ela. Canora leu as cartas e guardou dentro de seu caderno. Então ela descobriu que sua mãe havia lido as cartas e foi tirar satisfação com Maria. Canora gostou de saber que sua mãe se importava com ela, mas era normal Maria ir e vir… Um certo dia sua amiga Maria a convidou para ir a uma festa. Os pais de Canora também foram. Ela ficou muito feliz por saber que alguns homens a olhavam por onde passava. Ao encontrar sua amiga Maria, ela foi apresentada a um primo dela. Canora ficou muito envergonhada e conversava dentro da igreja com sua amiga e o primo dela. Ele se chamava André. Tinha os cabelos escuros, pele clara e era mais alto que ela. Maria já havia falado com ele para "ficar" com Canora. Então, ela saiu um pouco deixando André e Canora a sós conversando sobre assuntos triviais. Então André a toma em seus braços e a beija calorosamente. Canora fica sem jeito, acreditando que não deveria permitir que isso acontecesse naquele local por se tratar de uma igreja e com medo de seus pais a descobrirem. Eles passaram um tempo se beijando na sacristia e então saíram. Canora passou a festa toda desejando encontra-lo novamente, mas depois daquele dia talvez nunca mais o encontraria. Ela não sabia dizer se era seu primeiro beijo ou se os beijos que foram tomados a força quando tentaram a violentar aos 6 anos deveriam ser o seu primeiro beijo. Então ela decidiu que o beijo dado por André era seu primeiro beijo sim pois ela permitiu. No ano seguinte Maria não estudou com Canora passando também a estudar à noite e foi quando Talita chegou na vida de Canora. Talita era evangélica. Ir na casa de Talita era oportunidade de Canora ir aos cultos. Ela queria cada vez mais se aproximar de Deus e glorificá-lo por tudo em sua vida, por todas as vezes que ele a consolou e salvou. Foi nesse ano que Canora começou a se preocupar com cabelo, roupa, perfumes… Ela não era muito vaidosa até então. Sabemos que vaidade em excesso não faz bem à alma, mas também faz bem para auto estima. Junto com Talita, Canora começou a ver que os meninos a percebiam. Um dia, Canora, diante de sua depressão profunda, atravessou a rua sem perceber o que estava fazendo e foi atropelada. Sua bicicleta ficou destruída. Ela foi socorrida por um homem, conhecido da família. Talita estava junto dela e ficou desesperada. No acidente ela havia quebrado um dente, um braço, levado diversos cortes pelo corpo e não poderia pegar sol no rosto por pelo menos 6 meses. Devido a falha do dente, Cantora usava o cabelo de lado escondendo um pouco a sua face. Ela tinha muita vergonha de sua aparência. Tinha medo de ser debochada pelos outros. Certa vez, quando Canora e Talita estavam dando uma volta na rua, um amiga de Talita parou para conversar com as duas e mesmo assim, Canora parecia distante da conversa, meio tímida e o rapaz percebeu. Foi quando ele passou a mão pela mecha de cabelo na frente do rosto de Canora e disse: Porque você esconde seu rosto com seu cabelo. Você é tão linda. Canora sorriu tímida. Então, a partir daquele momento ela desejou ainda mais que ela pudesse ter a falha de dente concertada mas, seus pais não tinham dinheiro. E então, mais uma vez Deus providenciou algo maravilhoso para sua vida. Uma família muito usada por Deus conseguiu todo o tratamento dentário de graça para Canora. Ela não tinha palavras para agradecer. Todos os sábados ela ia no dentista a pé, sozinha, e voltava. O que Canora não sabia era que sua amiga Noemi orava por ela. Foram muitos anos de oração. Noemi, sofria muito mas Deus nunca a desamparou. Noemi sempre orou por ela. Noemi era mais velha que Canora, já tinha era casada e tinha filhos. Ela e toda sua família eram muito usados pelo Senhor e Ele usou a vida dela para abençoar a vida de Canora. Canora sabia que poderia ter morrido no acidente e o mais importante, sabia que Deus a livrou da morte porque Ele ainda tinha muita coisa para a vida dela para honra e glória do Senhor Jesus.
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