Escolhida, apenas para ser rejeitada

16

Parker

Parker finalmente abriu o arquivo diante dele e virou as páginas uma a uma, passando por ele como deveria, como o Alfa. Belladonna havia assinado tudo conforme o esperado.

Mas lá dentro, havia coisas que ele não esperava; ela havia feito impressões de coisas que achava que ele precisava saber. Listas de eventos futuros da matilha, que eram parte dos deveres da Luna para manter. Tudo a partir do diário da Luna, ele percebeu, e para os próximos três meses, não apenas um mês, mas três, para que a matilha continuasse a funcionar sem problemas, sem ela aqui.

Ela havia imprimido uma lista de todas as lobas grávidas nas datas de parto da matilha, não apenas as que ainda teriam filhotes esta semana, mas de todas as gestantes. Havia uma lista de adolescentes que completariam 16 anos e teriam seus lobos na próxima Lua Cheia também. Uma lista dos empregos que desejavam na matilha e que ele precisava autorizar para que pudessem ter o emprego e serem pagos. Uma lista dos corretores a serem transferidos para posições na AIN, no hospital, nos próximos três meses, com as datas de avaliação inclusas.

Uma lista dos bailes de acasalamento que ela havia organizado, para que seus lobos participassem, incluindo a lista dos lobos que ela havia inscrito em cada um deles. Uma lista das matilhas que viriam aqui para um baile de acasalamento em dois meses. Havia um bilhete anexado a um deles, que ele deveria comparecer no próximo mês, que dizia: “Retirei a matilha deste baile de acasalamento hoje, por e-mail, devido à Cerimônia da Luna, para Carina, que acontecerá aqui”.

Ele encarou aquelas palavras, ela até tinha ido tão longe a ponto de anotar a Cerimônia da Luna para sua substituição. Ele não achava que ela faria isso, na verdade, não achava que qualquer Luna, sendo substituída, faria isso. Mas sua Belladonna era considerada atenciosa, até mesmo com sua substituta.

E mais uma vez, ele estava de volta, sem entendê-la. Quem faria isso? Era como uma noiva humana planejando o casamento do ex com a mulher que o roubou dela...

— Onde está Carina? — Parker perguntou.

— Em um quarto lá em cima. Embora estivesse muito infeliz, não foi colocada na Suíte da Luna. Eu a informei que era onde Belladonna morava e fui instantaneamente rosnado, sobre ser a suíte dela e não, e cito ela: — “Aquela loba”.

Parker suspirou. — E?

— E nada. Eu disse a ela simplesmente que, como companheira escolhida, a Luna Belladonna nunca esteve na cama do Alfa, na Suíte do Alfa, onde ela mesma estaria após ser marcada e acasalada. Isso pareceu acalmá-la, e ela foi de bom grado para o quarto ao lado da Suíte da Luna.

— Certo. — Parker assentiu enquanto olhava para a fotografia do arquivo da matilha de Belladonna, pela última vez. Ela estava sorrindo na foto, e seu cabelo estava solto, parecia feliz, ele pensou. Embora agora se perguntasse se ela já havia sido realmente feliz aqui. Ele fechou o arquivo em seu belo rosto, não o olharia novamente. — Arquive isso nos arquivos, por favor. Onde eu não precise mais olhar para ele.

Ele observou Kane pegar o arquivo e o homem o encarou. — Então, você realmente vai deixá-la ir? Não vai lá e trazê-la de volta?

— Sim, é o que ela quer. — Parker afirmou simplesmente, para ela, em sua mente, era algo vendido a ele, mesmo após oito anos juntos. Era para ele, em sua mente, algo para ser usado por ele, descartado por ele, quando ele terminasse com isso.

Ela agora havia sido libertada dele para finalmente ir e viver a vida como escolhesse. Ele a deixaria, independentemente do fato de amá-la, ela não era sua Presenteada pela Deusa, e tinha o direito de estar livre dele.

Nunca a havia visto infeliz dentro de sua matilha, então acreditava que ela estava feliz em ficar aqui com ele, só agora percebia que tudo era porque aquela Aliança de Acasalamento significava que ele a possuía, e ela precisava estar aqui. Ela sempre foi indiferente a ele, mas nunca disse não a ele.

Novamente, agora percebia que isso se devia às cláusulas da aliança de acasalamento. Duvidava que ela se importasse em ir embora, provavelmente, estava agora no mundo humano, sorrindo feliz, realmente feliz por estar livre dele e de sua vida, que ela considerava ser de e********o imposta.

Sua matilha ficaria chocada e, provavelmente, chateada com sua Luna, não sendo mais sua Luna, que nem sequer estava aqui dentro da matilha para ser uma médica da matilha também. Que ela simplesmente partiu assim que pôde, no meio da noite, enquanto todos dormiam, sem nem ao menos se despedir de nenhum deles.

Ela o havia deixado. Deixado sua matilha, tão silenciosamente quanto havia sido trazida, agora havia um déficit para sua matilha, e ele sabia disso. Ela foi uma Luna incrível, ela simplesmente não queria ser isso, não tinha escolha a respeito, forçada a estar aqui não apenas por seu pai, mas também por ele.

Ele se perguntava o que ela pensava sobre seus motivos para escolhê-la sobre suas irmãs, ou se ela achava que ele não tinha escolha no assunto. Seu pai, na verdade, não tinha escolha, ele teve que apresentar todas as suas filhas, ele não pegaria simplesmente qualquer loba dessa matilha. Apenas uma das filhas do Alfa poderia ver um acordo completo ser fechado por aquele homem.

Embora ele tivesse visto suas duas irmãs, e tecnicamente, a filha mais velha deveria ter sido enviada para aquela aliança de acasalamento, ele a rejeitou, e sua irmã perguntou onde estava sua terceira filha e fez aquele homem apresentá-la. Ele não queria, ou não parecia querer, então ela provavelmente seria a melhor opção para uma aliança de acasalamento. Dessa forma, ao pousar os olhos nela, suas irmãs eram bonitas, mas não eram nada como Belladonna em silêncio, ao lado delas; ela era adorável de se olhar. Para ele, muito mais bonita do que suas duas irmãs, ela não estava usando maquiagem, e ele não achava que ela tivesse removido.

Levou quase 40 minutos para ela chegar. Ela havia seguido a Luna até o escritório do Alfa. Ela veio do hospital da matilha e estava vestindo um conjunto de uniforme, estava trabalhando em seu primeiro encontro.

Seu pai lhe disse que sua filha mais velha era a que precisava ir na aliança de acasalamento, mas a Luna afirmou que se ele queria a mais nova, então era isso que ele teria. O Alfa e a Luna estavam em desacordo sobre isso, e foi a Luna que foi, pegou Belladonna e a apresentou a ele.

Afirmou que ela era a melhor opção, se esperava que a aliança de acasalamento fosse cumprida. Que ela aspirava ser uma médica da matilha, estava completando a residência e, apesar de ser a filha mais nova do Alfa e não a mais velha, como geralmente seria, ela era a mais promissora de suas filhas. Então, consequentemente, a que melhor se adequava a um acordo de matilha.

Talvez tivesse sido seu pai quem sugeriu uma aliança de acasalamento, para impedir o m******e que ele havia visualizado, mas Parker apenas concordou com isso. Se os lobos que ele estava caçando e encontrou, estivessem naquela matilha dele, forçados a estar lá há muito tempo, fossem liberados para ele também, e para fazer com que aquele homem cumprisse o acordo, ele também poderia escolher a loba para ser acasalada com ele.

Ele realmente escolheu Belladonna para ser sua Companheira e Luna, porque ela era bonita e claramente inteligente, seria um ativo para sua matilha, e provavelmente, a única de suas filhas a qual o homem não queria abrir mão.

Agora, tudo o que ele podia fazer era libertá-la e esperar encontrá-la um dia, e vê-la feliz, saudável e fazendo o que amava fazer. Que ela encontrasse seu Presenteado pela Deusa e pudesse ser completamente amada, ter uma família própria. Embora ele não gostasse de vê-la com um filho ou filhos próprios, não quando ele queria filhotes com ela, e ela não com ele.

Parker se levantou e foi para sua suíte. Ele havia tido um dia longo e doloroso; seu peito ainda doía com a rejeição deles, e ele sabia que Belladonna estava certa em sua afirmação, de que se ele fosse, Marcasse e Acasalasse sua Companheira Presenteada pela Deusa, Carina, sua dor desapareceria instantaneamente. Embora as lembranças ainda estivessem lá, o amor que sentia, isso não iria desaparecer da noite para o dia. Não, apenas a dor do rompimento de seu vínculo iria desaparecer; era só isso.

Sua nova Companheira seria tão intensa, que ele e sua b***a também se consumiram, então isso ajudaria a superar Belladonna. Ele suspirou enquanto subia as escadas, talvez fosse hora de ir e fazer isso. Talvez ele apenas precisasse aceitar Carina para superar o que não era mais seu. Ele percebeu agora, nunca foi dele; nem por um segundo do tempo em que esteve aqui, marcada e acasalada por ele.