POV RENATA:
Era 12:00, horário proposto para meu almoço.. E lá vou eu. Ao entrar no elevador sinto uma outra mulher apressada esbarrar em mim.
— aí me desculpe! — digo já que eu também não a vi.
— imagina! Parece que não sou a única que está com pressa para sair! — ela sorri amigavelmente —
— ah pois é. Meu primeiro dia aqui então, to respirando aliviada de sair um pouco. — afirmo.
— ah eu entendo — ela aperta o botão do térreo - você é a secretaria do Sr. Bastos? A novata?
— sim eu mesma. - ajeito o cabelo - muito prazer, me chamo Renata.
— muito prazer, Renata. - ela me cumprimenta - sou Maísa, secretaria do Sr. Marcelo Oliveira. — fico do outro lado do corredor. Se precisar de mim, estou as ordens.
— muito obrigada, Maísa! - sorri
— Ei Renata, quer almoçar comigo? - ela sai do elevador e para de frente pra mim.
— claro.. vamos.. —
Era quase duas da tarde quando retornamos no almoço. Percebi que meu chefe já havia chegado, e estava trancado com alguém em sua sala.
(…)
POV GUSTAVO
— Conseguiu encontrar sua secretaria? Porque parece que a mesa lá fora já está preenchida. — Marcelo diz olhando para a bela vista que tem a parede de vidro da minha sala.
— sim. Ela começou hoje, ja deve estar voltando do seu almoço.
— e o que achou dela? - o loiro diz
— é boa, organizada e parece estar disposta a aprender... ainda é cedo pra dizer, mas deve conseguir ficar. — ele diz brincando com uma caneta na mão.
— não to falando nesse sentido, até parece que não me conhece, irmão! — sorri com ironia
— ahhh... você ta maluco outra vez. Ela é minha secretaria homem, não queira que eu a veja assim. Arregalo os olhos em protesto
— mas além de ser seu chefe, você é homem! Me fala... ela é bonita? - debruça sobre a minha mesa.
— argh.., — solto um longo suspiro — sim, é muito bonita.
— isso que eu gosto, cara!
Reviro os olhos. Ele era o pior dos meus amigos!
*batidas na porta*
— pode entrar — digo.
— com licença, Sr. Bastos, vim avisar que já estou de volta, caso precise de mim. - ela diz só com o rosto pra dentro da sala.
— entre, Srta. Castro. Vou lhe apresentar a outro advogado que não conheceu ainda. — Esse é Dr Marcelo Oliveira, um dos principais advogados daqui. — Marcelo se levanta para a cumprimentar.
— muito prazer Srta. Castro, — cumprimenta Renata.
— Igualmente Dr Oliveira! — ela sorri educada.
— Bom então eu já vou, Gustavo.. até mais. - desvia o olhar de mim e olha para minha secretária.- foi um prazer, moça. - ela sorri de canto e Marcelo sai.
— Igualmente. — ela responde.
— Srta. Castro, fique. Preciso da sua ajuda com alguns papéis. — a encaro.
— claro... — ela desvia o olhar com um pouco de vergonha. — posso te pedir uma coisa?
— é... sim.. o que houve? — pergunto curioso.
— prefiro que me chame só de Renata, se não se importar. Eu me sinto bem assim. Exceto quando estivermos perto de outras pessoas, caso fique desajeitado quanto a isso. Tudo bem pra o Sr?
— Tá, tudo bem.. eu prometo que vou tentar. Não entendi o pedido, mas se você se sentirá melhor, por mim tudo bem. — sorrio e vejo ela se sentir mais aliviada.
•••••
Autora:
As horas se passaram e Renata se despediu de todos. Caminhou até o elevador que logo se abriu e antes que a porta fechasse novamente, seu chefe entrou. Sorriu de canto e permaneceram em silêncio até chegar no térreo.
— Até mais, Renata. — a olhou novamente e saiu primeiro
— até.. Dr Bastos. — sorri e caminha em direção semelhante a dele. E o ultrapassa andando.
— quanta pressa.. — ele diz
— É que talvez eu tenha perdido o ônibus. Ainda não sei os horários.
— nossa, você não dirige? — ele parece
Surpreso.
— Não.. - ela olha de lado... — parece bizarro, mas ainda não sei dirigir.
— Não, é super aceitável. Eu é que tive outra impressão sua.. mas enfim, não quero te constranger.
— Tudo bem, não tem problema. Eu já vou indo, até amanhã Sr.
— espera. Eu te dou uma carona. Meu carro está logo ali. Parei do lado de fora para facilitar do que descer todo o estacionamento.
— Mas.. não precisa se incomodar, eu posso ir de ônibus.
— imagina... não tem problema. Faço questão.
— Mas e sua esposa? Não vai se incomodar? — ela morde o lábio com dúvida.
— esposa? Acha que sou casado? — ele da risada — precisa saber mais do seu patrão, Renata.
— desculpa Senhor, mas homens como o você, nunca estão solteiros... com todo respeito — ela diz com receio —
— tudo bem.. mas homens como eu? Como assim? — ele expressa dúvida enquanto abre o carro e eles entram.
— é... — ela gagueja — bem sucedidos, atraentes, ... o Senhor sabe... com todo respeito, viu..
— bom — ele ri — obrigada, de qualquer maneira. Mas estou solteiro tem um tempo. Renata engole seco.
— me... me desculpe senhor.
— imagina, não disse nada demais. — ele liga o carro. — pra que lado fica sua casa?
— é um apartamento. Fica próximo à rodoviária..duas ruas abaixo...
— ok... — ele da partida e saem.
(…)
Alguns minutos depois..
— Sr.. não precisa me deixar na porta. Em qualquer lugar que me deixar está ótimo! — ajeita o cabelo.
Ele permanece quieto. Ao se aproximarem da rua ele desacelera.
— onde fica? — ele a encara.
— aí na frente, o prédio cinza. Ele estaciona
— obrigada, Sr. — ela tira o cinto —
ele a encara.
— está entregue!
— obrigada pela gentileza, o senhor não tinha que me trazer até aqui.
— Não me custou nada.. Até amanhã, Renata. —
— Até amanhã, Sr Bastos. — ele sinaliza e ela desce. Ele espera ela atravessar o portão e então ele vai embora.
trecho do próximo capítulo:
POV RENATA:
Entrei em meu apartamento e me joguei no sofá.. Tirei os sapatos e comecei a pensar no longo dia que tive. Eu estava feliz e realizada. Sabia que não seria fácil estar em uma grande empresa, mas estava disposta a me arriscar.
Tudo que eu queria era recomeçar. Apagar certa circunstâncias que insistiam em voltar a minha mente. Então depois de alguns minutos ali relaxada, levantei e tomei um banho. Saindo do banho decidi pedir uma pizza para comemorar o belo dia de recomeço que tive. Enquanto a pizza não chegava, liguei para minha mãe.