Ele tinha um problema
Simon se jogou no sofá em frente a sua mãe, a face esgotada devido às dezenas de mulheres que entrevistara.
— Preciso de uma governanta discreta, confiável, com um enorme senso de organização e que possa morar no meu apartamento sem me atacar durante a noite — disse cansado para logo depois se lamentar. - Mas tudo indica que essa pessoa não existe.
— Conheço a mulher perfeita, querido.
Ignorando o enorme sorriso na face de Mirela, o que normalmente representava uma ideia carregada de segundas intenções, Simon não pensou duas vezes antes de pedir:
— Então a contrate.
Ela era a solução
Com o olhar enviesado para a jovem de cabeça baixa no centro da sala, se condenou por ter deixado Mirela contratar quem quisesse sem ver antes de quem se tratava.
— Deveria ter incluído que devia ser uma pessoa menos... Paulina. — Queixou-se como se a jovem fosse um padrão a ser evitado.
— Mas qual é o problema? Ela atende todas as suas requisições. — Retrucou Mirela, recordando em seguida tudo o que o filho pedira. — Discreta, organizada, confiável e garanto que não vai tentar te seduzir. Mais fácil o contrário... — Insinuou, causando um forte rubor na face da Perez e um olhar descrente do filho.
Simon concordava em parte com Mirela. A Perez tinha todas as qualidades que pontuara e certamente não tentaria seduzi-lo — Tampouco ele a assediaria. Mas levando em conta sua vida desregrada, não pôde deixar de dizer o inevitável:
— Ela não vai durar uma semana.
E contra todas as probabilidades se tornaram amigos
— Não devia agir dessa forma — condenou Paulina após ajudá-lo a se levantar e entrar no apartamento.
— E você devia aprender a curtir a vida — recomendou ao beijar a franja que cobria a testa da governanta.
Não pôde deixar de sorrir satisfeito ao notar o rubor que cobriu a face alva. Estranhamente, achava aquele sinal de timidez muito sexy.
— Trocar de mulher a cada noite e se embebedar não é curtir a vida, é imaturidade — repreendeu a Perez baixinho deitando-o sobre o sofá. — Vou fazer um café bem forte pra você, então não saia daqui.
— Tudo bem, mamãezinha.
Ela tinha um problema
Mesmo que sua atitude fosse contra todas as suas regras, Simon entrou no quarto, se agachou em frente à governanta e segurou o rosto pequeno com ambas as mãos para erguê-lo. Em meio às lágrimas que desciam velozes pelos olhos cor de mel, Simon notou a surpresa com a qual Paulina o fitou.
— O que houve? — Perguntou enquanto tentava, sem muito sucesso, apagar com os polegares o rastro que as lágrimas deixavam na face alva.
— Nathaniel d-disse que sou b-boa demais pra e-ele, q-que não quer me i-iludir e p-por isso não p-pode c-continuar c-comigo — respondeu Paulina entre soluços, enquanto mais lágrimas caiam de seus olhos.
— Traduzindo: Ele te deu um fora — Simon resumiu sem pensar e se arrependeu logo depois quando a Perez se entregou a um choro compulsivo.
Ele era a solução.
— Ser puritana demais só afasta os homens — argumentou Simon para depois justificar com a voz carregada de cinismo. Não condeno seu sonho de encontrar o príncipe encantado em cima do cavalo branco, que vai te amar e te dar um "viveram felizes para sempre". Mas devo avisá-la de que, mesmo que esse tipo existisse, não ficaria com uma mulher que foge como um rato assustado diante do menor toque.
— O que devo fazer então? — Perguntou Paulina se sentindo uma fracassada. — Não sei ser e nem agir diferente.
— Posso ensiná-la — propôs quebrando mais uma de suas regras, certo de que ainda se arrependeria dessa iniciativa. — É só pedir.
Por um instante, Paulina encarou-o espantada e Simon pensou em dizer que fora uma brincadeira. Mas antes que retirasse a oferta Paulina respirou fundo, juntou coragem e pediu vacilando somente no final:
— Simon, por favor, me ensine a ser uma mulher diferente, mais... s-sensual.
E contra todas as probabilidades se tornaram amantes
Agarrou Paulina pelos pulsos e a puxou enquanto caía sentado no sofá. Com ela em seu colo, separou os joelhos e pôs as mãos nos quadris da Perez para melhor acomodá-la, sua face se aconchegando no pescoço perfumado e seus lábios roçando de leve na pele macia.
— Simon, não — Paulina pediu em um sussurro, as mãos espalmadas no peito do Salvatore para afastá-lo, porém seu corpo traidor se negava a lhe dar força suficiente para empurrá-lo e se levantar. — Chega de aulas por hoje.
— Não é uma aula — sussurrou Simon mordiscando o lóbulo da orelha da Perez. — Eu quero você e quero agora. — Confessou beijando-a com volúpia e sendo correspondido com a mesma intensidade.
Ensina-me
Aprender nunca foi tão prazeroso
~
A série Apaixonados, da qual essa história e todas interligadas a ela fazem parte é minha humilde homenagem à escritora que adoçou e salvou minha vida com suas mocinhas delicadas e seus mocinhos que mais parecem vilões, a saudosa Penny Jordan.
Não é necessário ler um livro para compreender o outro.
Devo muito a ela e essa é a forma que encontrei para agradecer.
E agradeço minha amiga Alessandra Galvão (Arê) pela leitura crítica, pela ajuda na revisão e na criação de algumas cenas desse livro. Sem sua amizade chegar ao ponto final seria impossível.
Também tenho muito a agradecer aos leitores que sempre me ajudam e incentivam ao longo da trama, sem eles sou um rascunho de autora.
Big beijos e boa leitura!