Lídia, a virgem adorada

1041 Words
O dia amanheceu com uma sensação de melancolia no ar. Lídia não era uma pessoa pessimista apesar de ter sua vida ser controlada por seus pais e seus irmãos mais velhos. Aprendeu desde cedo a palavra "obediência". Nunca teve opção de escolher o que falar, o que pensar, o que vestir... Havia regras para ela seguir desde o momento que se levantava da sua cama. E a primeira coisa que deveria fazer era uma oração de agradecimento pelo novo dia de vida! Assim foi ensinada! Seus pais era extremamente fieis de uma determinada religião protestante e faziam questão de que seus filhos seguissem seus passos na doutrina que aprenderam. Lídia não se sentia presa a nada, tinha extremo respeito por seus pais e a seus irmãos. Sua personalidade doce e mansa tornavam as infinitas regras de conduta fáceis de viver. Mesmo as vezes pensando em como seria ser uma garota comum, livre para se expressar como as garotas da sua escola. Agradeceu em sua oração aquele momento por ser sábado e não precisar ir para a escola. A escola sim era um "fardo", pois lá as maiores tentações a submetiam. Lídia era uma moça simples, sem vaidade, sem qualquer vestígio de uma adolescente comum. Mas era encantadoramente linda! Sua vida simples e sem vaidade não ventava sua beleza natural. A moça tinha a aparência de uma princesa de contos de fadas. Possuía belos cabelos castanhos com mechas douradas, que emoldurava seu delicado rosto, com traços de menina, deixando explícito em seus olhos verdes sua inocência indiscutível. Os lábios desenhavam a sedução naquele rosto feminino, possuía uma boca pequena, mas com lábios volumosos, sempre rosados mesmo sem a presença de batom. Maquiagem era algo que seu pai não permitia, dizia que apenas mulheres vulgares e sem decência fazia uso e por isso Lídia nunca soube o que era se maquiar. Sua beleza natural arrancava suspiros pelos corredores da escola. Os garotos mais perversos tentavam se aproximar, mas sabiam que Lídia era "intocável". Não era o tipo fácil de garota que levariam para a cama. O corpo de Lídia era um mistério e aguçava a curiosidade e os hormônios dos rapazes. Pois a menina sempre vestia o uniforme numeração maior que o seu para justamente "se esconder" . Sua mãe era costureira e adaptava as calças da escola de maneira que não marcassem o corpo e as blusas para não deixar vestígios algum do volume dos s***s. Mesmo sendo discreta Lídia despertava a imaginação masculina por onde quer que passava. O final de semana era tudo que ela desejava, para finalmente descansar daquela opressão que vivia na escola e agradecia ainda por ser o último ano do ensino médio, estaria finalmente livre de pisar em um ambiente tão tentador como aquele. No fundo ela queria saber o sabor de todas as sensações que reprimia em nome da cega obediência que tinha as regras de seus pais. Via casais se beijando no final da aula e ficava imaginando se fosse ela, como seria o sabor de um beijo, o toque da mão de um garoto em seu corpo. Pensar sobre essas coisas lhe deixava com a face corada e o coração palpitando. Aquela manhã sabia que podia respirar tranquilamente pois estava livre de tudo aquilo que lhe deixava sem paz. Sua rotina se resumia em ir para a escola de manhã, voltar para a casa com um dos seus irmãos, almoçar, ajudar sua mãe na cozinha com a organização, limpar a casa, ajudar seu pai na mercearia no caixa. Ao anoitecer a janta era por sua conta e todos apreciavam sua comida, Lídia era caprichosa e dedicada em tudo que fazia. E deixava seus pais cheios de orgulho. No sábado e no domingo iam de manhã e a noite na igreja. Era uma pequena casa na cidade onde aconteciam os cultos. Lídia também participava do louvor, tinha uma doce voz que encantava a todos. O filho do pastor, um jovem estudante de medicina por nome Rafael a pediu em casamento a seu pai e esperava um dia pudesse ter uma resposta positiva a esse pedido. Lídia não queria se casar, não na idade em que se encontrava. Concluía que o casamento era mais uma prisão para a mulher e preferia ficar com sua família que viver com outra pessoa estranha. Seu pai não iria força-la a um casamento indesejado, não queria sua única filha mulher sofrendo e ele ser o culpado então lhe fez uma promessa, de que entregaria ao homem que ela realmente amasse. Lídia não tinha espectativa quanto a isso, de encontrar sua "alma gêmea", pois nenhum homem chegou ao seu coração até aquele momento. ___ Lídia! (era a voz de sua mãe) Cristina entrou no quarto a encontrou de joelhos, terminando sua oração matinal. Sorriu, sua filha era sua joia mais preciosa. Foi até ela e a abraçou: ___ Deus ouviu suas orações minha filha! Seu pai vai fazer um entrevista de emprego hoje! Lídia sabia que seu pai estava muito triste desde que o dono da fazenda Rosa Branca o despediu quando precisou vede-la. Todos os empregados da fazenda foram demitidos. A única opção que tiveram foi abrir a mercearia com o dinheiro do acerto da demissão. Rubens foi administrador de Rosa Branca por vinte anos e há um anos sentia falta do trabalho que tanta dedicou sua vida. ___ Que notícia maravilhosa mamãe! (disse Lídia sorrindo) ___ Sávio o prefeito falou muito bem de seu pai para o novo dono da fazenda! Essa noite vamos a um jantar na casa da sede para seu pai assinar o contratos admissional! (revelou Cristina) ___ Um jantar na sede da fazenda? (disse Lídia impressionada) Os antigos donos e patrões eram distante de qualquer contato com os empregados e em vinte anos servindo os com seu trabalho Rubens ou sua família jamais pisaram na casa da sede. A imponente mansão em que viviam os proprietários. Lídia estava surpresa e ao mesmo tempo curiosa, pois sempre admirava aquela bela casa de longe, imaginando como seria seu interior... ___ Sim minha filha! Todos nós fomos nos convidados! Procure seu melhor vestido, todos devemos estar apresentáveis ao novo patrão! Por alguma razão o coração de Lídia bateu descontrolado, ela sentiu medo, como se fosse um sinal...
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