Jimin acordou com seu despertador tocando, ele abriu seus olhos e sentiu um pouco de incômodo nos pulsos por conta da noite passada, já que o mesmo havia se ferido
Ele levantou da cama com calma e foi andando devagar até o banheiro, chegando lá tirou a roupa e viu os cortes que tinha feito no dia anterior.
Entrou em baixo do chuveiro e começou a tomar banho, sentiu uma tristeza dentro de si e por um momento ele começou a chorar.
Depois de uns trinta minutos no banho, ele terminou e saiu do banheiro, entrou em seu closet e pegou uma blusa e calça moletom, se sentia confortável vestido assim, além disso escondia seu corpo.
Terminou de colocar seu sapato e arrumou seu cabelo loiro, pegou sua bolsa e saiu do quarto indo para a cozinha, se deparando com sua mãe já terminando o café.
-Bom dia mãe – disse baixinho.
-Bom dia filho – coloco o café na mesa para ele – come rápido, vou te levar para escola.
Ele se sentou na mesa e começou a comer bem pouco, não gostava muito de comer porque se achava gordo.
Quando terminou, colocou o prato na pia.
-Terminei.
-Não vai comer mais um pouco?
O menor negou e a senhora Park apenas sorriu concordando, ela tratou de pegar a chave e os dois foram até o carro.
Jimin já estava se preparando mentalmente para aquele dia, sabia que não iria ser fácil, mas iria aguentar firme.
Assim que chegaram na escola, Jimin desceu do carro e se despediu de sua mãe que foi embora em seguida.
Ele começou a andar para dentro da escola e algumas pessoas já começavam a lançar alguns olhares maldosos para ele, outros com pena e alguns até mesmo com nojo.
O ômega assim que chegou em seu armário, pegou os livros que utilizaria naquele dia e fechou o armário.
Ele já tinha um lugar para onde ir para ficar só, o problema foi que ele acabou tropeçando em um pé que colocaram bem na frente para o mesmo, o que fez ele cair e derrubar seus livros, sua sorte é que conseguiu colocar as mãos a tempo de cair de cara.
-Presta mais atenção por onde anda estranho – falou o garoto que havia colocado o pé e começou a rir.
O ômega já sabia de quem se tratava, conhecia bem a voz do alfa, ele lhe odiava e o pobre Jimin nunca tinha feito nada para ele.
Ele começou a juntar suas coisas que caíram, estava segurando o choro para parecer forte, ele levantou e do local indo direto para a parte de trás da escola, era onde poucas pessoas iam, geralmente para fumar ou beber.
Ele se sentou e um dos meninos que estava fumando veio falar com ele.
-Ei, o que aconteceu baixinho? – perguntou o alfa.
Jimin já o conhecia, mas preferia ficar calado, não gostava de conversar muito, mas não porque não confiava, só era muito tímido e fechado para todos.
Os dois ficaram em silêncio só esperando o tempo passar.
Quando o sinal bateu para as aulas começarem, o alfa acompanhou Jimin até sua sala, já que as duas eram na mesma direção.
Jimin entrou na sala e sentiu as pessoas o olharem e falarem coisas do tipo "Será que ele está namorando com aquele bad boy?" "Eu não sei como conseguem ficar com ele" "Um é tão lindo e outro é tão ridículo" e várias outras coisas mais que deixavam Jimin pior do que já estava.
Ele tentou se concentrar o resto da aula apenas focando no que seu professor lhe passava, até que finalmente o sinal para o recreio tocou.
Todos começaram a sair da sala, Jimin sempre preferiria sair por último e espera todos saírem, assim como fazia todos os dias, quando saiu da sala viu o alfa que lhe fazia companhia o esperando, Jimin não conhecia muito sobre o alfa, mas sabia que poderia contar com ele se fosse necessário.
Eles andaram até o refeitório com alguns olhares, o alfa apenas ignorava enquanto Jimin só queria se esconder, o alfa pegou os lanches enquanto Jimin tratou de levar o suco, o ômega não costumava comer na escola, por isso não quis o lanche que o alfa lhe ofereceu e ficou somente no seu suco.
Estava tudo bem até que a barriga de Jimin começou a roncar, o deixando vermelho.
-Sabia que sentiria fome – falou o alfa – tome, come ao menos um pouco – disse entregando metade de seu sanduíche
-Não precisa, obrigado – disse Jimin.
-Come por favor – o alfa fez bico e Jimin sorri fracamente, pega o sanduíche e começou a comer.
Os dois passaram o resto do tempo livre naquele lugar sem falar nada, não precisavam dizer nada, o silêncio era a melhor coisa que podia acontecer.
Depois de uns 15 minutos o sinal bateu e Jimin voltou junto com o alfa para sua sala, assim que entrou novamente algumas pessoas ficaram olhando para ele.
Iria ser tudo perfeito se tivesse aula, mas o professor do ultimo horário resolveu faltar e os alunos tiveram um tempo livre, e já sabemos bem como funciona quando o professor falta, bagunça
Jimin ficou aquele tempo todo de cabeça baixa em sua mesa como sempre, de todos os alunos ele era o único que não tinha um grupo nem amigos como os outros, era considerado o "isolados da turma".
Jungkook viu que o ômega estava de cabeça baixa e começou a tacar bolinhas de papel nele no intuito de perturbar.
E assim foi o ultimo horário, o sinal tinha batido e todos já finalmente haviam sido liberados, Jimin ficou na frente da escola junto com o alfa enquanto os dois aguardavam a mãe do ômega vim para buscá-lo.
Assim que a mais velha chegou, o ômega entrou no carro e se despediu do alfa.
-Ate amanhã Yoonie – falou Jimin.
-Até Minnie.
A mãe de Jimin começou a dirigir rumo a sua casa e Jimin foi o caminho todo sem falar nada.
Quando chegaram Jimin saiu do carro e foi direto para o seu quarto, ele entrou e começou a chorar por mais um dia exaustivo que ele teve, foi para o banheiro e tomou um banho.
Saiu e vestiu apenas uma blusa grande e uma cueca, deixando algumas marcas bem amostra.
Se deitou na cama e abraçou seu travesseiro.
E mais uma vez ele começa a ouvir a briga de sua mãe e seu pai, desde que Jimin cresceu essas brigas acabaram ficando pior, o que fazia Jimin se sentir culpado por tudo, pensando até mesmo que se ele não existisse essas brigas não ocorreriam.
O casamento deles estava por um fio, e Jimin sabia disso, os dois eram sim muito bons pais, porém o ômega se achava insuficiente por não conseguir trazer alegria para os dois, graças a isso ele começou a se cortar para se sentir melhor.
E como de costume ele esperou todo o barulho parar e foi para o banheiro, pegou sua gilhete que já estava guardada e começou a fazer pequenos cortes, se culpando por não ser perfeito para ninguém.
Após uns oito cortes, ele guardou a lâmina, se limpou e voltou para a cama, ficou deitado apenas imaginando como seria sua vida se ele fosse um bom filho, mas por não conseguir achar uma solução, acabou dormindo.
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