Capítulo 3

2201 Words
Rio de Janeiro, Brasil 10 de Janeiro, 2015. Após encarar mais de doze horas de voo, Alexander alugou o carro e seguiu direto para a casa luxuosa onde seus pais moravam em São Conrado. Saiu do automóvel prata  logo  depois que estacionou em uma das quatro garagens e fechou a porta. Colocou as mão no bolso da calça e caminhou em volta do deck da suntuosa piscina. Seguiu pelo amplo gramado verde onde costumava passar tardes agradáveis. Observar o pôr-do-sol trazia luz aos pensamentos confusos e alguma lucidez para a alma. A nostálgica tarde de verão parecia carregar suas energias e o presenteava com uma sensação de paz. O corpo já não cabia no balanço infantil de madeira, as mãos esguias movimentaram a corda ao lembrar de Nicole pedindo para ir mais alto. Um sorriso vago cruzou seu rosto. Ele passou pelo hall de entrada e arrumou os óculos ao captar o reflexo no espelho redondo com entalhes dourados. O silêncio pairava no ambiente vazio da sala de estar. Sentou no sofá curvo e cruzou a perna formando um quatro. Encostou o braço ao longo do tecido branco do estofado luxuoso. ― Dr. Alexander! ― A governanta o cumprimentou com um sorriso largo. ― Que surpresa! ― Cheguei ainda há pouco. ― Se ajeitou no sofá. ― Eu queria fazer uma surpresa. Onde estão meus pais? ― O doutor Ricardo foi para o hospital bem cedo e a madame Louise foi para aula de pilates e ainda não voltou ― verificou o relógio folheado a ouro no pulso direito. ― Está quase na hora do jantar, posso mandar lhe servir um café ou pedir ao Chefe Pierre para preparar algo. ― Estou sem fome, mas aceito o café. ― Já vou mandar servi-lo. A governanta virou para sair da sala de estar. ― Rosa, você tem visto a Nicky? ― Poucas vezes! ― Como ela está? ― Nicky está tão bonita, continua com aquele hábito de mexer no pingente do colar relicário. ― Ela ainda tem aquele cordão? ― Sim! ― A voz da governanta estava animada por falar de Nicole. ― Eu lembro que aquele seu amigo ficou bravo porque ela chorou quando ganhou o seu presente. Ela ama tanto esse colar que usa até hoje ― Verdade! Marcello deu uma boneca. ― Ele descruzou as pernas e se levantou. ― Eu lembro que eu queria dar um urso de pelúcia, mas a minha avó insistiu que eu desse aquele relicário. Pensei que ela não gostava do meu presente. ― Ela estava emocionada pela festa surpresa que vocês fizeram e ver a foto da mãe no pingente do colar a confortou. A tia dela não comemorava nada no aniversário de morte da irmã dela. ― Falou num tom baixo como se contasse um segredo. Joanna, ex-babá de Alexander, era o único parente de sangue mais próximo de Nicole. O pai se negou a assumir a paternidade e desapareceu pouco antes de Nicole nascer. Joanna assumiu a tutela da sobrinha logo depois que sua irmã Julliane faleceu devido às complicações do parto. ― Até hoje eu não sei como a Nicky aturou a Joanna. ― Essa é a vida Doutor Bittencourt, enquanto uns têm muito, outros se conformam com o pouco. A pobre menina não tinha para onde fugir. ― Rosa se afastou. ― Eu vou preparar o seu café. ― Te acompanho! ━━━━━━ • ✿ • ━━━━━━ Lá fora as nuvens escuras e carregadas ocultavam o brilho da lua e das estrelas. A luz do trovão irradiava pelo céu e em alguns segundos ecoava o estrondo. Alexander sentou em uma das cadeiras e tomou um gole do café expresso que Rosa ofereceu.  O cheiro de alfazema flutuando no ar da cozinha o remeteu ao dia que tomou coragem e convidou Nicole para o baile de formatura. Permaneceu quieto, tomou um gole do café e fixou os olhos na direção da pia. Nicole costumava lavar a louça para ajudar a tia nas tarefas da casa. Os cabelos caiam como cascatas pelos ombros. ― Está tudo bem? ― A governanta parou perto dele. ― Sim! ― Ajeitou os óculos. ― Estava pensando no dia do baile quando Nicky e eu começamos a namorar. ― Ah, sim! Lembro como se fosse ontem, ela estava tão linda, parecia uma princesa. O tecido do vestido longo evasê rodado arrastava-se pelo chão enquanto Nicole descia as escadas. Ela caminhava com elegância no salto alto e com a bolsa de mão prata combinando. Na época, Sophie emprestou o par de brincos e gargantilha em pedras de safiras que realçaram a beleza de Nicole. ― A Nicky não valorizou tudo o que eu fiz por ela. ― Tinha acidez no tom de voz. Pensar em Nicole ao lado do esposo ainda o incomodava. ― Rosa, eu vou tomar um banho e descansar um pouco! ― Sim, Doutor! Eu aviso quando servir o jantar. Passava das 7:30 da noite quando Alexander tirou o relógio do pulso e o jogou em cima da cômoda de madeira. As recordações que a casa trazia atrapalhavam o seu descanso. Caminhou até a estante de madeira em mogno no canto da parede. Os dedos correram pelos títulos de Tolkien e C.S. Lewis, verificou a coleção de Martin, mas seus olhos pararam em Brontë. ― O que esse livro faz aqui? ― Tirou do lugar. Tocou a capa do exemplar antigo de um dos clássicos de Bronte. Abriu na página grifada por uma caneta rosa fluorescente. ━━━━━━ • ✿ • ━━━━━━ Cinco anos antes, as avaliações finais no curso de medicina impediu o jovem casal de comemorar mais um ano de namoro. Alexander sempre ficou em primeiro lugar em todas as avaliações no curso com especialização em neurocirurgia e no último ano da faculdade não seria diferente. Nicole estava quieta no canto do quarto, terminava de ler mais um capítulo do livro de Brontë, olhou de Alexander para o livro, sublinhou um trecho e respirou fundo. Por que você está suspirando? ― Colocou a caneta azul em cima do caderno. ― Você passou a tarde com esse livro. Ele pegou as anotações com a diagramação da base de crânio e colocou os papéis no livro de anatomia. Arrumou a haste dos óculos com armação preta. ― Não estou suspirando! ― Nicole marcou a página e fechou. Levantou da cama. ― Você é muito curioso! Nicole cruzou os braços e deu alguns passos até a enorme porta dupla que dava para a varanda do quarto. Sentiu o aroma da grama molhada pela chuva. Apreciava o frescor da brisa com os olhos fechados, entretanto, o seu momento de quietude foi interrompido pela voz grossa que lia o trecho de *O morro dos ventos uivantes em que o personagem Heathcliff escutou uma conversa em que Catherine confessava para a governanta que não casaria com ele porque a união estragaria a sua reputação e status social. ― O que você está fazendo? ― Nicole tomou o livro da mão dele. ― Você precisa respeitar o meu espaço. ― Você adora romances bobos. ― Se aproximou dela ― Não é um romance bobo, isso é um clássico. ― Tomou o livro da mão dele. ― Não quero discutir com você! ― Guardou o livro ― Vem cá! ― Puxou-a pela cintura. Os lábios firmes abocanharam com beijos urgentes, deslizou pela pele macia do pescoço até o colo dos s***s. Lambeu-lhe a curva do mamilo que endureceu ao calor dos lábios carnudos, chupou por alguns segundos e fez o mesmo com seio esquerdo. Durante anos ele a provocava na tentativa de amá-la intimamente, tocava-lhe cada parte do corpo e dava-lhe prazer com as carícias ávidas sem penetrá-la. Naquela noite o corpo estremecia ao toque dos dedos, uma sensação desconhecida percorria por seu corpo, uma mistura de dor e prazer a consumiu, sentiu o quadril estreito de Alexander que encaixava ao meio das coxas. Um desejo grosso e potente pedia a passagem pela f***a apertada. A respiração estava mais acelerada. ― Não podemos! ― Nicole disse entre os suspiros, colocou a mão contra o peitoral de Alexander e o afastou, tentou se recompor ao arrumar o vestido preto de viscose. ― Ainda é cedo! ― Todos os nossos amigos fazem isso desde o Ensino Médio. ― Parecia frustrado. ― Eu preciso sentir você. ― Enlaçou-a pela cintura. ― Quero entrar em você. ― Não sou todo mundo! ― Escapou dos braços dele. ― Não vou cometer os mesmos erros da minha mãe. Alexander estreitou os olhos, andou até a escrivaninha e sentou na cadeira. ― Não vou te deixar, eu prometo. ― Olhou para a cama de madeira nogueira onde Nicole estava de cabeça baixa. ― Quer casar comigo? ― O quê? ― Arqueou a sobrancelha ao encará-lo ― Casaremos em segredo. Pensa bem, meu amor! ― Colocou os óculos. ― Não aguento mais esperar. Deu alguns passos até Nicole e se ajoelhou. ― Casa comigo. Viajaremos para França logo depois das minhas avaliações. ― A voz rouca incutiu promessas. ― Sua mãe e sua avó vão acabar comigo. ― Os lábios se moveram em um sorriso refreado. ━━━━━━ • ✿ • ━━━━━━ Santa Catarina, Brasil. Janeiro de 2010 Nas férias de verão, o casal viajou com alguns dos amigos para Balneário Camboriú, no Sul do Brasil. Os documentos estavam prontos e tudo estava acertado para o grande dia. Marcello e Jenny foram testemunhas do casamento. Logo após a cerimônia, o casal se despediu dos amigos e seguiram para a casa de veraneio da família Bittencourt. Depois de se instalarem, almoçaram em um restaurante com vista para o mar e caminharam pela areia da praia. A água salgada lavava os pés de Nicole enquanto corria na direção de Alexander. Aquele parecia ser o início de um conto de fadas, não podia acreditar que em breve viajaria com seu esposo para uma vida perfeita na cidade cosmopolita. ― Vamos! ― Levantou pela cintura e a beijou. ― Preciso de você! Poucas horas depois, Nicole se permitiu tomar um longo e relaxante banho, se escondeu no banheiro por quase uma hora. Contemplou o corpo delineado pela camisola vermelha no reflexo, um decote arredondado revelava o contorno dos s***s. Nicole respirou fundo e encarou a garota no espelho. ― Estou pronta! Estou? ― Riu de nervoso. ― Pronta ou não, lá vou eu! A luz branda das velas iluminava as pétalas de rosas que faziam uma trilha até a cama. Alexander estava sentado à mesa na varanda do quarto com uma bela vista para o mar. Apreciava uma taça de espumante brute rosé. ― Oi! Demorei? ― Wow! Como você está linda! Puxou a cadeira para que ela sentasse e ofereceu uma taça de espumante. ― Vamos brindar? ― Você sabe que eu não bebo. ― É só para relaxar. ― Está bem, eu aceito! ― Pegou a taça. ― Um brinde ao nosso Amor! ― As taças de cristal tilintavam com atrito. ― E a mulher da minha vida. Alexander colocou as taças sobre a mesa, estendeu a mão e a puxou. Colocou os braços em volta da cintura curvilínea. Beijou-a em um lado do rosto e permitiu que seus lábios se encontrassem em um beijo apaixonado. ― Eu quero você! ― O tom da voz cálida sussurrou perto do ouvido. Os lábios roçaram pelo pescoço fazendo-a suspirar, passou os dedos na parte nua das costas e beijou-lhe a pele do ombro. A alça da camisola deslizou com facilidade deixando parte do seio esquerdo nu. Os olhos sedentos apreciavam suas curvas. ― Vem, eu quero fazer amor com você! Entrelaçou os dedos aos dela enquanto caminhavam até o quarto da suíte. O corpo relaxava sobre os lençóis macios de seda. O bico do seio intumesceu com os beijos ávidos. Arquejou com a deliciosa sensação e permitiu-se sentir o prazer sem culpa. As mãos compridas puxaram o tecido da camisola por cima dos ombros, segurou-a pelas nádegas e puxou de encontro a si, fazendo-a estremecer. Alexander abriu os olhos e piscou, parecia enxergar sua alma. Um suspiro soou como uma doce nota de canção quando os dedos longos e o calor dos lábios grossos desceram um pouco abaixo do umbigo e resvalaram para dentro da calcinha. A língua brincava na umidade de cima para baixo, ele saboreava o seu gosto delicioso enquanto a parte sensível se contraia de um jeito arrebatador. ― Eu posso? ― Rasgou o tecido de renda da calcinha. ― Sim! ― ciciou, a voz aveludada. Depois de se livrar da calça de moletom preta, encaixou-se ao meio das pernas e penetrou-lhe devagar. Apreciou a sensação de senti-la tão quente e pronta para o amor. Alexander impulsionou e se afastou. Compeliu o quadril e abriu o espaço na f***a úmida. Apenas aquele momento ocupava sua mente, o seu corpo e a alma, nada mais importava. Naquela noite quente, ambos permaneceram conectados na deliciosa dança do prazer. Entregavam-se aos impulsos que os faziam arquear para sincronizar os movimentos acelerados. A chama do amor aquecia os corpos molhados pelo suor até se tornar insuportável e explodirem no ápice do prazer. Os sons dos gemidos ecoavam com a deliciosa sensação, ele a apertou com força e insistiu nos movimentos até que estivessem totalmente saciados.
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