Capítulo 1

1027 Words
Claudia narrando: E aqui estou eu. Aos meus 25 anos, casada a 2, e retornando ao trabalho. Desde que me casei com Pedro optei por ficar em casa. Depois da gravidez difícil que enfrentei eu não tinha forças pra fazer nada. Quando me casei estava grávida, e tive que acelerar o processo, mesmo sem estar nos planos me casar. Logo depois eu perdi meu bebê. O momento mais difícil da minha vida sem dúvidas. Os médicos já disseram que eu tenho dificuldades para engravidar, e por conta disso eu até já desisti da maternidade de fato. Mesmo existindo a possibilidade de adoção, meu sonho era ter um bebê com meu sangue, meu barrigão, amamentação... enfim, depois dessa perda eu sofri demais e não quero mais filhos. Nem ao menos tentar! Eu e Pedro até somos felizes, se não fosse o fato deu me sentir sozinha com frequência eu até diria que somos o casal perfeito. Pedro trabalha com eventos, e por conta disso vive viajando. No começo era legal ficar sozinha, mas depois a solidão foi me invadindo, e ver que eu não me ocupava com muita coisa me deixava ainda pior. Eu decidi que voltaria a trabalhar, sou formada em Gestão de Recursos Humanos, e até antes de me casar eu trabalhava na área. Meu marido foi compreensivo e até me aconselhou a voltar. Vimos que era a melhor solução, eu não queria me afundar em outra depressão em tão pouco tempo. Comecei a mandar currículos, fui aprovada em dois lugares graças a indicação de minha amiga Marcela, ela trabalha em uma das empresas, certamente falou muito bem de mim. E sim, eu acabei escolhendo a empresa onde minha amiga trabalha, mais um motivo pra eu não me sentir só, tendo alguém conhecido seria mais fácil retornar ao mercado de trabalho. Para minha sorte, a responsável pelo RH vai se mudar de cidade, e eles estão apenas com uma profissional técnica cuidando de lá. Assim, eu assumirei esse departamento. ~~~~~~~~~~ Domingo, 15:00 Amanhã será meu primeiro dia de trabalho. Estou ansiosa. Com medo de não dar conta de tudo, mas bem. Pedro viajou como de costume, deve voltar só na quarta feira. Eu aproveitei pra colocar a casa em ordem e tentar manter tudo o mais limpo possível. Fiz comida para sobrar e reservei no congelador. Eu tinha que me programar para não ficar tão atolada nos serviços. Minha jornada de trabalho será das 8 às 18h. Separei até meu look do dia seguinte. Eu literalmente estava muito nervosa. (...) Para acalmar os ânimos resolvi ligar para Marcela e conversar um pouco. =============== — Oi amiga, desculpa te atrapalhar... — Oii.. imagina, você não atrapalha.. eu estou com o Beto. — Ah sim. Mande um abraço. — Ele mandou outro. Olha, nós dois estamos muito ansiosos pra receber você lá. — Ah, eu também, acredite. Nem acredito que já é amanhã! Mas me diz, devo ficar nervosa com meus patrões? — Claro que não amiga! O pessoal lá é incrível. Um ambiente super agradável. Eu entendo o nervoso mas sério, é super tranquilo trabalhar lá. — nossa você falando assim está me iludindo. Não me disse que o filho do dono é super exigente? — ele é amiga! Mas como pessoa é ótimo. Vai por mim. — bom, vou acreditar em você. — isso aí. — eu só liguei pra conversar atoa, já vou desligar não quero atrapalhar mais ainda vocês. — não está atrapalhando amiga! — mesmo assim.. amanhã a gente aproveita pra conversar mais. Obrigada por tudo. — por nada!! Até amanhã lindona. — Até amanhã amiga. — tchau. — tchau. ================= Marcela é uma grande amiga. Ela trabalha nessa empresa a anos. Lá ela conheceu o Beto, um dos Arquitetos responsáveis. Pelo que entendi é uma empresa bem grande. Vai ser um grande desafio retomar logo de cara em uma empresa assim. Depois de conversar com Marcela, eu acabei cochilando um pouco. Eu sabia que a noite eu não dormiria bem de ansiedade. Esquentei um pouco de comida, fiquei pensando na vida e depois de algum tempo decidi ligar para meu marido. Eu sempre conversava com ele nas noites que eu dormia sozinha. (...) =========== — Oi amor. — ele atende respondendo. — Oi, vida. Estou com saudades, espero não estar atrapalhando... — Não... eu estou aqui no camarim com o pessoal da coreografia. Como você está? — Bem... ansiosa e nervosa pra amanhã. — suspiro. — é normal meu amor. Ainda mais que você está a um tempo sem trabalhar... mas vai dar certo. Marcela vai te ajudar lá, tenho certeza. — Bom, eu também acredito mas... enfim... sabe que eu sou assim né... sofro por antecipação! — rio. — mas você sabe bem o que faz. Ainda mais que mesmo estando em casa não parou de estudar... sempre buscando mais e mais... — sim... — eu vou ter que desligar amor, já vai começar a a******a do show e eles precisam de mim. — tá bom, vida. Amanhã eu te conto como foi o primeiro dia. — estarei ansioso e torcendo por você! Boa noite e boa sorte amanhã. — obrigada lindo. Beijo!! — beijo. =========== Pedro trabalha para um empresa de eventos da cidade. Ele é um dos organizadores de shows e eventos. Mas quase não fica em casa, uma pena pois nós curtimos demais a companhia um do outro. Infelizmente eu sou carente demais dele e esse é um dos meus defeitos. Nunca tivemos nenhum problema no relacionamento de fato. Exceto algumas incompatibilidades de pensamentos, mas ele é um ser humano incrível e muito generoso. Quando ele está longe eu consigo sentir a paz que ele me transmite ao telefone, o que faz tudo ficar bem na maior parte do tempo. Já que ele iria trabalhar e não poderia conversar por agora, eu resolvi dormir. O dia seguinte seria bem intenso e eu precisava estar preparada para um recomeço divino em minha vida. Fiz minha higiene e fui dormir. Pra variar rolei na cama a noite toda. Seria o início de outras crises de ansiedade? Espero que não, esse emprego pra mim é justamente a cura para esses problemas...
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