Igualdade Frágil

1734 Words
Analu A moto parou com um solavanco final em frente ao motel, e meu coração parecia tentar escapar pela garganta. "Paraíso Encontrado", o letreiro piscava em neon rosa, ironizando a fachada descascada. Deslizei da garupa, pernas trêmulas, tentando não mostrar o quanto aquele lugar me assustava e, ao mesmo tempo, excitava. O Cayo desceu com aquele jeito fácil, como se cada movimento seu fosse uma afirmação de poder. Ele puxou o capacete, e aqueles cabelos castanhos bagunçados caíram sobre a testa, um contraste brutal com o olhar pesado que me devorou. — Esperava algo melhor, princesa? — Sua voz era um desafio, um baixo rouco que ecoava no ar noturno. — Está perfeito para o que você pode oferecer, motoboy — retruquei, erguendo o queixo. Ele riu, um som seco, e pegou minha mão com uma firmeza que não admitia discussão. A palma da mão dele era áspera contra a minha pele, um mapa de calos provavelmente de tanto trabalho que me fez estremecer. A recepção era um cubículo com cheiro de cigarro e desinfetante barato. O homem atrás do balcão nem olhou para nós quando Cayo pagou em dinheiro. Pegamos a chave — uma chave de verdade, presa a um disco de madeira desgastado. O quarto era exatamente o que eu esperava: escuro, com uma cama enorme dominando o espaço, um abajur com um véu de renda vermelha e um cheiro indefinível de solidão e limpeza m*l feita. A porta se fechou com um clique final, e de repente estávamos a sós, o ar entre nós carregado de tudo o que não havíamos dito. O Cayo praticamente me empurrou contra a porta, seu corpo era um muro de calor e tensão. Suas mãos encontraram minha cintura, os dedos pressionando através do tecido do vestido. — Então — ele sussurrou, seu hálito quente no meu ouvido — a patricinha finalmente saiu da zona de conforto. Antes que eu pudesse responder, sua boca encontrou a minha. Não foi um beijo, foi uma tomada. Seus lábios eram ásperos, sua língua invasiva, e por um momento me perdi naquele turbilhão, minhas mãos encontrando a jaqueta de couro, puxando ele mais perto. Mas algo dentro de mim se rebelou. Não contra ele, mas contra aquela pressa dele. Eu queria mais do que isso. Eu queria provar ele, queria que ele me provasse. Coloquei as mãos em seu peito, empurrando ele suavemente pra afastar. — Devagar — respirei, minhas palavras saindo entre ofegantes. — Não é uma corrida, Cayo. Ele recuou alguns centímetros, seus olhos escuros queimando com uma mistura de frustração e curiosidade. — O que você quer então, princesa? Flores e poesia? — Champanhe — disse, surpresa com minha própria sugestão. — Vamos tomar champanhe. Seus olhos estreitaram, mas um sorriso lento surgiu em seus lábios. — Champanhe num lugar desses? — Eu pago — disse, antes que pudesse pensar melhor. A expressão dele mudou instantaneamente. O desejo nos olhos se transformou em algo duro, ofendido. Ele se afastou de repente, criando uma distância física que doía. — Não — a palavra saiu como um tiro. — Nenhuma mulher nunca pagou por nada para mim, e não vai ser você, com todo seu dinheiro de patricinha, que vai começar. — Cayo, eu não quis... — Ele ergueu a mão me calando, fazendo uma cara de poucos amigos. — Vou tomar um banho — ele disse virando as costas. — Faça o que quiser. Ele entrou no banheiro e fechou a porta com mais força que o necessário. O som da água começou a correr, e eu me senti inexplicavelmente vazia. Por que eu tinha que estragar tudo? Por que não podia simplesmente me entregar? Então peguei o celular. Alguns minutos depois, depois de uma conversa rápida e um valor absurdamente inflacionado, uma garrafa de champanhe — não a melhor, mas serviria — chegou à nossa porta. Quando Caio saiu do banheiro, apenas com uma toalha na cintura, seu cabelo ainda pingando, ele parou ao me ver com as duas taças na mão. Gotas de água escorriam por seu peito definido, seguindo o caminho dos músculos abdominais até desaparecerem sob a toalha. Por um momento, pensei que ele iria virar e sair. Mas então ele caminhou até a cama e se sentou ao meu lado, a mola rangendo sob seu peso. O silêncio entre nós era espesso, carregado. Enchi as duas taças e estendi uma para ele. Nossos dedos se tocaram quando ele pegou, e um calafrio percorreu meu braço. — A nós. — murmurei. Ele não respondeu, apenas inclinou a taça e tomou um gole, seus olhos nunca deixando os meus. Havia algo vulnerável em seu rosto agora, algo que eu nunca tinha visto antes. O ogro convencido tinha desaparecido, deixando para trás apenas um homem que eu m*l começava a compreender. Bebemos em silêncio por alguns minutos, o champanhe espumante contrastando com a atmosfera pesada. Eu estudava seu rosto — a linha de sua mandíbula, a curva de seus lábios, a maneira como seus olhos escuros pareciam ver através de todas as minhas defesas. — Por que você está aqui comigo? — a pergunta saiu antes que eu pudesse deter. Ele colocou a taça na mesinha de cabeceira, o movimento deliberado e controlado. — Porque você é a coisa mais real que encontrei em muito tempo — ele disse, sua voz mais suave agora. — Por trás de toda essa fachada de patricinha, há uma mulher que não tem medo de me enfrentar. Ele se inclinou e seu beijo desta vez foi diferente — ainda intenso, ainda faminto, mas com uma doçura que me pegou de surpresa. Minhas mãos encontraram seu rosto, a textura de sua barba por fazer áspera contra minhas palmas. Quando nos separamos para respirar, ele estava olhando para mim com uma expressão que me fez sentir completamente nua, completamente vista. — Fique de pé — ele ordenou suavemente. Levantei, minhas pernas tremendo levemente. Ele permaneceu sentado na cama, seus olhos percorrendo meu corpo como se estivesse vendo pela primeira vez. — Tire o vestido. Minhas mãos tremeram ao puxar o zíper nas costas. O vestido deslizou pelo meu corpo e formou um monte de tecido caro no chão barato. Fiquei diante dele apenas de sutiã e calcinha, me sentindo mais exposta do que se estivesse completamente nua. Seus olhos percorreram cada centímetro do meu corpo, e sob seu olhar, me senti linda de uma maneira que nunca tinha experimentado antes. Não era a beleza polida das revistas, mas algo mais primal, mais verdadeiro. Então ele se levantou, e pela primeira vez, vi Caio sem sua armadura de couro e jeans. Seu corpo era uma escultura de músculos definidos por trabalho, não por academia. E então ele removeu a toalha, ficando apenas de cueca, e eu quase perdi o fôlego. Mesmo através do tecido, era óbvio que ele era... impressionante. — Agora você — ele disse, e suas mãos encontraram a alça do meu sutiã. Ele o desfez com uma habilidade que deveria me incomodar, mas só me excitou mais. Quando meus s***s ficaram expostos ao ar, seus olhos escureceram. Ele baixou a cabeça e sua boca encontrou um dos meus m*****s, e eu gemi, minhas mãos se enterrando em seus cabelos. Ele me beijou novamente, suas mãos descendo pelas minhas costas, me puxando contra ele. Senti sua ereção através da cueca, pressionando contra minha barriga, e uma onda de desejo tão intensa me atingiu que quase perdi o equilíbrio. Ele se afastou por um momento, seus olhos queimando com intensidade. — Eu quero sentir sua boca em mim — ele disse, sua voz rouca. — Me chupa. Eu sabia o que ele estava pedindo. Por um momento, o medo me paralisou — medo de não saber fazer direito, medo de decepcionar ele. Mas então vi algo em seus olhos — não apenas desejo, mas confiança — e o medo se transformou em determinação. Eu me ajoelhei no chão áspero do motel, minhas pernas tremendo. Minhas mãos encontraram a barra da cueca dele, e quando puxei para baixo, ele surgiu — saliente, cheio de veias, a cabeça vermelha pequena e arredondada. Ele era magnífico, e por um momento, apenas olhei, maravilhada. Lembrei dos cochichos das minhas amigas sobre as experiências delas, dos filmes que eu tinha visto, mas nada poderia ter me preparado para a realidade. Minha boca estava seca, mas então me inclinei para frente e beijei a ponta, um beijo suave e experimental. Ele gemeu, um som profundo que vinha de seu peito, e sua mão encontrou meu cabelo. — Isso — ele sussurrou — assim mesmo, princesa. Encorajada, abri minha boca e envolvi a cabeça, sentindo o sabor salgado e único dele. Suas pernas estremeceram, e eu continuei, tentando lembrar de tudo que tinha ouvido — usar a língua, as mãos, criar um ritmo e o mais importante envolver ele com a boca. Quando lambi da base até o topo, ele riu, um som entre um gemido e um suspiro de puro prazer. — c*****o, Analu — ele respirou, seus dedos se apertando em meu cabelo. Continuei, encontrando meu próprio ritmo, me perdendo na sensação de poder que vinha de ter ele assim, vulnerável e entregue a mim. O homem durão, o ogro convencido, estava tremendo sob meu toque. Então, suas mãos firmes guiaram minha cabeça para baixo, e de repente ele estava mais fundo em minha garganta do que eu pensava ser possível. Engasguei, meus olhos encheram de lágrimas, mas ele não recuou, me segurando lá por um momento que pareceu uma eternidade antes de me liberar. Arfei, ofegante, minhas mãos agarrando seus quadris para me sustentar. Era surreal como aquilo pôde me excitar tanto. Quando olhei para cima, seus olhos estavam fechados, seu rosto uma máscara de prazer intenso. Ele se ajoelhou no chão comigo, suas mãos encontrando meu rosto. — Você é incrível — ele sussurrou, antes de cobrir minha boca com a dele em um beijo que tinha gosto de champanhe e ele. Ele me levantou e me carregou até a cama, se deitando ao meu lado. Por um longo momento, apenas nos olhamos, o ar carregado de todas as palavras não ditas, de todas as barreiras que havíamos derrubado. Ele tocou meu rosto, seu polegar áspero acariciando minha bochecha. — Analu eu te quero. — ele disse meu nome como uma oração, e naquele momento, soube que nada entre nós seria simples de novo. continua...
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