ISABELA NARRANDO Eu acordei com o despertador tocando às 6h da manhã e, por um milagre que eu ainda não entendi, eu não estava morta. Só semi-falida emocionalmente. Minha lombar doía, minhas pernas doíam, minha alma doía. A única coisa que não doía era o uniforme rosa, que tava dobradinho em cima da cadeira por que em alguma hora da madrugada eu acordei pra fazer xixi e tirei, mas ele tá ali esperando pra me torturar psicologicamente mais um dia. Levantei igual um zumbi, peguei o celular pra ver a hora e dei de cara com a notificação dele, do “aleijado”, como ele mesmo se intitula. Eu ri sozinha lembrando da mensagem dele, daquele “chegou?” seco, igual cara dele. Mas nem respondi mais nada. O sono me apagou antes. Saí do quarto arrastando o chinelo e encontrei a Kelly na cozinha, já de

