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1687 Words

Davi Narrando — Dias Depois Os dias seguintes foram um borrão. Eu não sei se foram três, cinco, sete… tudo começava igual e terminava igual: eu sentado naquela p***a daquela cadeira, olhando pro nada, sentindo o corpo preso, pesado, inútil. A rotina se repetia como um castigo. Acordava com alguém batendo à porta, perguntando se eu queria ajuda pra vestir, pra levantar, pra tomar café. Eu respondia “não” pra tudo. Mesmo quando eu precisava. Minha mãe tentava fingir normalidade, mas era só ela sair que o silêncio virava um monstro enorme dentro do quarto e eu ficava ali, sozinho, encarando a televisão ligada sem som, o brilho frio da tela iluminando meu rosto enquanto eu tentava fingir que ainda tinha algum controle sobre a minha vida. O quarto de hóspedes virou oficialmente “meu quarto”

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